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conservasse longe de Roma, e totalmente neutral até ao dia 4 de maio, em que, dizia elle, tudo estaria acabado.

Manara porém recusou.

— General, lhe disse elle, não sou mais que um major ao serviço da republica romana, subordinado por tanto ao ministro e ao meu general. Como dependo d’elles, não posso fazer uma tal promessa.

Foi então que M. Manucci, julgou que devia, em nome do ministro da guerra, acceitar as condições impostas pelo general Oudinot, e foi mediante esta promessa que os voluntarios e bersaglieri lombardos poderam desembarcar, em Porto de Anzio, no dia seguinte, de manhã, 27 de abril; partindo no dia 28 para Albano, e pernoitando nas campinas de Roma.

Durante a noite, chegou uma ordem do general José Avezzana, ministro da guerra, que, ou ignorava a promessa feita por M. Manucci em nome de Manara, ou não lhe dava importancia: essa ordem dizia que marchassem para Roma immediatamente.

Entraram em Roma no dia 29 pela manhã, no meio do enthusiasmo de uma innumeravel multidão de povo.

Á noticia da chegada dos francezes a Civita-Vecchia, a assembléa romana declarou-se permanente.

Ventilou-se então esta grave questão: Abrir-se-hão as portas aos francezes, ou resistir-se-lhe-ha?

O triumviro Armellini e muitos outros eram de parecer que os francezes fossem recebidos amigavelmente.

Mazzini, Cernuschi, Sterbini e a maioria queriam que se defendessem com energia até á ultima.

Era necessario, antes de tudo, salvar a honra, diziam elles.

A assembléa não hesitou: no dia 26 de abril,