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— E nós em nome da republica romana, por tanto para traz senhores!

— E se nós não quizermos voltar para traz?

— Trataremos de os obrigar a isso.

— Por que meio?

— Pela força.

— N’esse caso disse o official francez voltando-se para os seus, se assim é, fazei fogo.

E ao mesmo tempo disparava uma pistola que tirara dos coldres.

— Fogo! respondeu o official italiano.

O reconhecimento muito fraco para resistir, retirou-se a galope deixando em nosso poder um caçador francez debaixo do cavallo que estava morto.

Foi preso e enviado a Roma.

O boletim francez diz que fomos nós que fugimos e fomos perseguidos, mas se assim fosse como era possivel termos enviado a Roma um prisioneiro feito por nós que estavamos a pé, em quanto que os francezes estavam a cavallo?

No seguimento teremos de relevar mais de um engano d’este genero.

O reconhecimento foi pois levar ao general a noticia de que Roma estava prompta a defender-se, e que deviam perder a esperança de entrar ahi sem queimar uma escorva, e no meio das acclamações do povo como esperavam.

O general em chefe nem por isso afrouxou a marcha.

No dia seguinte, 30 de abril, avançou a passo dobrado, deixando em Maglianilla as bagagens dos seus soldados.

Relevemos um novo engano relativo ao dia 30 de abril como relevamos o de 29.

Certos escriptores disseram que victimas de uma vil intriga, os soldados tinham sido attrahidos para a cidade em perseguição de um simples reconhecimento e tinham cahido n’uma cilada.

O negocio do dia 30 não foi um reconhecimento aos francezes, não se lhe armou cilada alguma.