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Napoles estavam completamente desmoralisadas e como se sabe, na guerra a força moral é tudo.

Para obrigar o inimigo a fugir ou a combater, julgou-se que era necessario apoderarmo-nos de repente do valle, occupar uma posição de lado que ameaçasse as communicações do exercito napolitano com Napoles. Monte-Fortino tinha sido escolhido para formar este ponto estrategico. Com effeito, senhores d’este ponto, podiamos lançar-nos sobre Citerna e fechar aos realistas o caminho da fronteira, apoderarmo-nos de Velletri, se por acaso a abandonassem para nos fazer frente, ou finalmente lançarmo-nos com toda a nossa força sobre o corpo mais fraco do inimigo, se elle commettesse o erro de se dividir.

Ao anoitecer descobrimos um caminho muito estreito que conduz perto de Valmontone; gastamos duas horas a percorrel-o. O batalhão Manara ajudado d’um esquadrão de dragões e duas bocas de fogo foi encarregado de proteger a vanguarda.

Chegamos ás dez horas, as trevas eram espessas e o sitio do acampamento pessimo; fomos obrigados a ir buscar agua a uma milha de distancia.

No dia 18, continuamos a marcha com a mesma ligeireza; assim como na vespera tinhamos encontrado Palestrina e Valmontone evacuadas pelo inimigo achamos tambem Monte-Fortino livre, tão livre que era facil disputar-nos.

Todo o exercito bourbonez retirava para Velletri.

No dia 19 de manhã deixei a posição de Monte-Fortino para marchar sobre Velletri com a legião italiana, o terceiro batalhão do terceiro regimento de infanteria romana e alguma cavallaria commandada pelo bravo Marina, seriam ao todo quinhentos homens.

Tinha a meu lado Ugo Bassi, que sempre desarmado mas excellente cavalleiro, servindo-me de ajudante d’ordens, me dizia sem cessar no meio do fogo: