O caboclo:
Caboclo do pé da serra,
Criado á beira do rio,
Eu sempre tratei com gente,
Porque sustento o meu brio.
O desafio, tão bem encaminhado, foi interrompido pela chegada de um cavalleiro. Era o Felisberto que voltava da villa.
A lida na casa-de-farinha continuou não obstante até alta noite entre risos e cantigas.
O luar inundava o vasto pateo do sitio, e ia pratear as margens e aguas do Capibaribe.
Viração intermittente agitava as folhas das macahybeiras e dendezeiros que se levantavam pela extrema das terras de Felisberto.
Cortava os ares o suave murmurio das aguas casado com o canto monotono dos curiangos, que pulavam pelos caminhos.
Pela madrugada, o Marcolino montou no cavallo castanho, atravessou o rio, e metteu-se no vasto deserto, ainda adormecido. Como quasi todos os homens rusticos, era caprichoso, e entendia que si não cumprisse a sua palavra, solemnemente empenhada, ficaria sendo o ludibrio de todos os que o conheciam. Preferia a este extremo, morrer de fome e sêde no mato, ou comido das onças, cousa em que, para bem dizermos, pouco cuidava, Todas suas idéas estavam voltadas para um