volverem parallelas dentro do mesmo territorie, separadas por uma barreira de odio? Approva, então, o horror desse odio e todas as suas tragicas consequencias?
— Esse odio, ou melhor, esse orgulho, respondeu miss Jane, serena como si a propria Minerva falasse pela sua bocca, foi a mais fecunda das prophylaxias. Impediu que uma raça desnaturasse, descrystallizasse a outra, e conservou a ambas em absoluto estado de pureza. Esse orgulho foi o creador do mais bello phenomeno de eclosão ethnica que vi em meus córtes do futuro.
— Mas é horrivel isso ! exclamei revoltado. Miss Jane, um anjo de bondade, defende o mal...
Pela terceira vez a moça sorriu com o sorriso do professor Benson.
— Não ha mal nem bem no jogo das forças cosmicas. O odio crea tantas maravilhas como o amor. O amor matou no Brasil a possibilidade de uma suprema expressão biologica. O odio creou na America a gloria do eugenismo humano...
Como era forte o pensamento de miss Jane ! Dava-me a sensação dos phenomenos naturaes, ora da brisa que passa e treme a folha das arvores, ora do jorro de sol que tudo illumina. Seus olhos fulguravam e por vezes eu sentia nelles o impeto sereno que os poetas gregos attribuiam a Athenéa. Meu senti-