Página:O demônio familiar.djvu/27

Wikisource, a biblioteca livre

PEDRO – Essa que mora aqui adiante!

JORGE – Para quê?

PEDRO – Nhonhô não sabe? Ela tem paixão forte por Sr. moço Eduardo; quando vê ele passar, coração faz tuco, tuco, tuco! Quer casar com doutor.

JORGE – E mano vai casar com ela?

PEDRO – Pois então! Mas não vá agora contar a todo o mundo.

JORGE – E ele gosta daquela mulher tão feia? Antes fosse com D. Henriqueta.

PEDRO – Menino não entende disto! Sinhá Henriqueta é moça bonita mas é pobre! A viúva é rica, duzentos contos! Sr. moço casa com ela e fica capitalista, com dinheiro grosso! Compra carro e faz Pedro cocheiro!... Leia o verso, nhonhô.

JORGE – Deixa-me; não estou para isto!

PEDRO – Ah! Se Pedro soubesse ler (sentando-se) fazia como doutor, sentado na poltrona, com o livro na mão e puxando só a fumacinha do havana. Por falar em havana. .. (Ergue-se, vai à mesa e mete a mão na caixa dos charutos.) Com efeito! Sr. moço Eduardo está fumando muito! Uma caixa aberta ontem; neste jeito acaba-me os charutos.