Página:O jesuita - drama em quatro actos.djvu/164

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que a vossa razão gasta pelos anos, não delira?... que essa grande ideia não seja apenas uma alucinação de vossa inteligência enferma?!...

SAMUEL – Confesso, Estêvão. Às vezes interrogo a minha consciência, e pergunto-me a mim mesmo se a destruição de um obstáculo, se a morte de um homem, é um crime ou uma triste necessidade?... Mas a consciência me responde: — “Prossegue; as ideias não se governam como os homens; elas não param em sua marcha; abatem os que se opõe à sua passagem; são os rios que se precipitam para o oceano.”

ESTÊVÃO – Basta! Não quero mais ouvir-vos; porque se me convencêsseis que não sois um louco...

SAMUEL (com ansiedade.) – Me acompanharias?

ESTÊVÃO – Vos desprezaria como um assassino.

SAMUEL – Meu filho?

ESTÊVÃO – Mas não tendes consciência do que praticais. Só mereceis a compaixão!

SAMUEL – Não me condenes, Estêvão!