Página:O jesuita - drama em quatro actos.djvu/180

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Morta, eu ainda a amaria; viva... é impossível!

SAMUEL – Constança é pura e inocente; aceitava o amor ilegítimo como um martírio, porque eu lho ordenei em nome de Deus.

ESTÊVÃO – Devia ter repelido semelhante infâmia.

SAMUEL – Depois de a convencer que a sua afeição te roubava a glória e te fazia desgraçado? Era preciso que não te amasse. Uma mulher, Estêvão, sacrifica tudo, menos o seu coração. Mas esquece o passado, e perdoa-me.

(Constança desperta surpresa e ajoelha-se aos pés do altar.)

ESTÊVÃO – Quem me assegura que não me iludis ainda? Que a vossa moral jesuítica não escarnece de mim? Lembrai-vos que há quinze dias consentistes que eu a amasse; e entretanto ontem...

SAMUEL – Ontem eu não sabia que te queria mais do que a um filho! Ignorava esta paternidade d'alma,