Página:O jesuita - drama em quatro actos.djvu/83

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a Bíblia... Daniel... Babilônia!... (Levanta-se com expressão de júbilo.) Ah!

FR. PEDRO – O que tendes?... O que é?...

SAMUEL – Quatorze de novembro! Eu leio agora neste papel como se a mão do anjo do Senhor gravasse aí em letras de fogo a palavra do profeta; como se a voz possante do Apocalipse me bradasse ao ouvido a sentença do juízo final!... Quatorze de novembro! Compreendeis, frei Pedro?

FR. PEDRO – Não! Não posso compreender-vos, meu amigo!

SAMUEL – Pois não vedes ali o dia da ruína, o dies irœ da destruição, o dia da proscrição dos jesuítas no reino do Brasil? Nestas três letras, não ledes o Mané, Tecel, Pharés, que a mão de Deus gravou sobre os muros de Babilônia, e que a vingança de um homem vai escrever nas paredes de vosso convento?

FR. PEDRO – Que dizeis, Samuel!... Os jesuítas expulsos do Brasil?... Não o creio! É um delírio da vossa imaginação.