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O MANDARIM

 

abria a porta, toda vistosa nas suas sêdas pretas.

— Está-se á sua espera para jantar, enguiço!

Emergi da minha amargura para lhe responder sêccamente:

— Não janto.

— Mais fica!

N’esse momento estalavam foguetes ao longe. Lembrei-me que era domingo, dia de touros: de repente uma visão rebrilhou, flammejou, attrahindo-me deliciosamente: — era a tourada vista d’um camarote; depois um jantar com champagne; á noite a orgia, como uma iniciação! Corri á mesa. Atulhei as algibeiras de letras sobre Londres. Desci á rua com um furor d’abutre fendendo o ar contra a prêsa. Uma caleche passava, vazia. Detive-a, berrei:

— Aos touros!