Página:O matuto - chronica pernambucana (1878).djvu/401

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ordem do sargento-mór, puseram eles as bocas das armas.

Então o sargento-mór deu ordem para atirar. As pedras bateram nos fuzis, algumas escorvas arderam, mas nem um tiro soou.

João da Cunha, espantado, surpreso, olhou sucessivamente para os negros e para os dois fidalgos. Rápida lividez passou pelas faces destes últimos. Uma só idéia, uma suspeita cruel que lhe atravessara o cérebro, fez chegar ao rosto deles a sombra de sua asa negra.

Puseram os escravos novas escorvas nos mosquetes, que levaram novamente aos orifícios das portas. À voz de — fogo! — as escorvas arderam, mas, como da primeira vez, nenhuma arma disparou seu tiro.

Fora de si, o sargento-mór vai cair de um pulo junto de Germano, enquanto Filipe Cavalcanti e Luiz Vidal, desembainhando suas espadas, se colocam em atitude ameaçadora diante dos outros escravos.

— Negro infame, quero saber o que têm estas armas. Confessa a verdade, senão te atravesso da outra banda. João da Cunha parecia uma visão infernal. Todos os músculos do rosto, as mais delicadas