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SUD MENNUCCI

da grandeza sempre longe
como vive o pobre monge.
Tenho mui poucos amigos,
porem bons, que são antigos,
fujo sempre á hipocrisia,
á sandice, á fidalguia.
Das manadas de Barões?
Anjo Bento, antes trovões.
Faço versos, não sou vate,
digo muito disparate,
mas só rendo obediencia
á virtude, á inteligencia:
eis aqui o Getulino
cujo pletro anda mofino.
Sei que é louco e que é pateta
quem se mete a ser poeta;
que no século das luzes,
os birbantes mais lapuzes,
compram negros e comendas,
têm brasões, não — das Calendas,
e, com tretas com furtos,
vão subindo a passos curtos;
fazem grossa pepineira,
só pela arte do Vieira,
e com geito e proteções,
galgam altas posições!
Mas, eu sempre vigiando,
nessa sucia vou malhando
de tratantes, bem ou mal,
com semblante festival.
Dou de rijo no pedante
de pilulas fabricante,
que blasona arte divina
com sulfatos de quinina,