— Fizeste bem; não se deve informar um boi valente, é melhor matá-lo.
Enquanto relatava ao capitão-mór a corrida, não cessou Arnaldo de observar o Marcos Fragoso, e viu a conferência que êle teve com o Ourém.
— É agora na volta, primo Ourém, que pretendo falar ao capitão-mór sôbre o assunto que sabe; e decidir êste casamento, de que depende o meu sossêgo, pois quis o fado que eu não possa viver sem D. Flor. Espero que me ajudará.
— Disponha de mim, primo; infelizmente não posso pôr à sua disposição:
«Para servi-vos braço às armas feito, Para cantar-vos mente à musa dada.»
— Guarde o braço; quanto à musa basta que ela entretenha as damas e os outros, enquanto me entendo com o capitão-mór.
— Conte comigo.
— Obrigado. Se a resposta for favorável, conhecerá pela demora e por meu semblante; se for contrária, há de ouvir-se o toque de charamelas; é o sinal para afastar-se logo do caminho e tomar direito pelo mato, onde nos reuniremos.