emoções, que à satisfação de sua vaidade reuniria a fácil execução da trama urdida. Para disfarçar a impaciência da espera, entrou a devanear, e sorria-se pensando que no outro dia, quando se apercebessem do desaparecimento dela Águeda e de Flor, Arnaldo as seguiria com certeza, mas talvez não dosse por causa da filha do capitão-mór.
No meio dêste devaneio, avistou pela fresta um vulto parado em frente à sua janela. Ergueu-se de chofre e entreabrindo a rótula perguntou em tom submisso:
— É Arnaldo?
— Êle próprio que vem saber para que o chamou aquí, a esta hora.
— Entre! segredou a moça abrindo de todo a rótula e afastando-se para dar passagem.
— Não podemos falar aquí mesmo? tornou Arnaldo, a quem repugnava penetrar no aposento.
Águeda aproximou-se outra vez da janela e travando vivamente das mãos do mancebo, disse-lhe comovida:
— Pelo senhor eu farei tudo! Mas ando espiada. Êsse velho que me acompanhou... Se êle o visse aquí, seriam a minha perdição. Podem ouvir-