— Nem o Louredo, que foi o mais afamado campeador de todo êste sertão, pôde com o Dourado; e não foi por falta de vontade, que uma vez andou-lhe uma semana inteira na pista. Mas também tal mêdo tomou-lhe o boi, que levou um sumiço grande... Há bem quatro anos que não se tinha notícia dele. Não é isso, padre Teles?
— Há de fazer pela páscoa, sr. capitão-mór, respondeu o reverendo.
— Já vejo que o Dourado é um herói, um touro de Maraton, que ainda não encontrou o seu Teseu.
— Todavia não é para comparar-se com o Rabicho da Geralda! observou o Daniel Ferro.
— Temos outro barão assinalado? acudiu o Ourém.
— Dêste, já eu tinha notícia. Há uma antiga de vaqueiros, acudiu João Correia.
— Ainda esta noite os rapazes a cantaram lá no Bargado, tornou Daniel Ferro, que entoou a primeira quadra da trova.
Eu fui o liso Rabicho
Boi de fama conhecido
Nunca houve neste mundo
Outro boi tão destemido.