que se tivesse notícia dele; e o Dourado, como o sr. capitão-mór mesmo disse, só há sete anos é que apareceu.
— Onze anos? interrogou o fazendeiro:
— A cantiga diz:
Onze anos eu andei Pelas caa ingas fugido; Minha senhora Geralda Já me tinha por perdido.
O argumento tirado da cantiga, embaraçou o capitão-mór, que voltou-se para o ajudante:
— Que lhe parece, Agrela?
O ajudante acudiu pronto.
— É certo, senhor alferes, que o Dourado, como disse muito bem o sr. capitão-mór, só há sete anos apareceu; mas ninguém sabe quantos anos andou sumido pelas serras, sem que se soubesse dele. Ora, sendo um boi ainda novo, como atestam quantos o conhecem, não é muito que viva ainda uns vinte anos e mais.
— Então que diz a isto? perguntou o capitão-mór triunfante com a argumentação de seu ajudante. Vinte anos para onze!...
— Ainda não me rendo, tornou o Daniel Ferro. Se o Dourado pode durar ainda vinte anos,