Página:O sertanejo (Volume II).djvu/64

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faceira melancolia, e tão queixoso, que Arnaldo sentiu-se comovido.

— Não é de você, Alina, que zombam; mas de mim. Eu não sou vaqueiro; sou um filho dos matos, que não sabe entrar numa casa e viver nela. Minhas companheiras são as estrêlas do céu que me visitam à noite na malhada; e a jurutí que fez seu ninho na mesma árvore em que durmo. Seu noivo deve ser outro. Eu lhe darei um que a mereça.

— Já tenho, disse Alina.

— Qual? perguntou Arnaldo surpreso.

— Não é da terra, não. Esta lá perto das estrêlas, suas companheiras: é o céu.

Arnaldo não atendeu à resposta da moça. Um acidente que ocorrera alí perto, na falda da colina, acabava de surpreendê-lo.

D. Genoveva e a filha continuavam a perseguir as reses que lhes ficavam próximas, e padre Teles, um tanto emancipado,com a ausência do capitão-mór, acompanhando-as nesse folguedo, empunhava um ramo de cauaçú que êle quebrara para fazer as vezes de aguilhada.

D. Flor tinha nessa manhã um pequeno chale escarlate de garça de sêda que lhe servia de gravata,