Página:Obras de Manoel Antonio Alvares de Azevedo v2.djvu/251

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A mulher (espantada, benzendo-se): Não, senhor! não ouvi nada. . . O burro está amarrado na baia. Comeu uma quarta de milho. . .

Macário (chega à janela): Como! Não choveu a cântaros esta noite? É singular lar! Eu era capaz de jurar que cheguei até a cidade, antes de meia-noite!

A mulher (benzendo-se): Se não foi por artes do diabo, o senhor estava sonhando.

Macário: O diabo! (Dá uma gargalhada à força.) Ora, sou um pateta! Qual diabo, nem meio diabo! Dormi comendo, e sonhei nestas asneiras!. . Mas que vejo! (Olhando para o chão) Não vês?

A Mulher: O que é? Ai! ai! uns sinais de queimado aí pelo chão Cruz! Cruz! minha Nossa Senhora de S. Bernardo!.. É um trilho de um pé. . .

Macário: Tal e qual um pé!. . .

A Mulher: Um pé de cabra ...um trilho queimado...Foi o pé do diabo! o diabo andou por aqui!

Segundo episódio