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Ai! quão diverso o mundo apresentava
A face aberta em risos!
Na poesia envolvia-se a verdade;
Plena vida gozava a terra inteira;
E o que jamais hão de sentir na vida
Então sentião homens.
Lei era repousar no amor; os olhos
Nos namorados olhos se encontravão;
Espalhava-se em toda a natureza
Um vestigio divino.
Onde hoje dizem que se prende um globo
Cheio de fogo, — outrora conduzia
Helios o carro de ouro, e os fustigados
Cavallos espumantes.
Povoavão Orcades os montes,
No arvoredo Doriades vivia,
E agreste espuma despejava em flocos
A urna das Danaides.
Refugio de uma nympha era o loureiro;
Tantalia moça as rochas habitava;