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do continente; e só por não ter chegado a tempo esta noticia a Paris he que Sua Magestade Imperial tomou a resolução de mandar sahir da sua Côrte o resto da Embaixada Portugueza.

Sua Alteza Real espera do reconhecido zelo, actividade e intelligencia de V. Ex.ª que haja de cumprir exactamente tudo quanto nestas instrucções lhe he recommendado.

Deus Guarde a V. Ex.ª Palacio de Nossa Senhora de Ajuda em 10 de Novembro de 1807.

Antonio de Araujo de Azevedo.

Sr. Marquez de Marialva[1].



N.° 2
Instrucções secretissimas ao mesmo

Ill.mo e Ex.mo Sr.

O Principe Regente nosso Senhor me ordena que de a V. Ex.ª as seguintes instrucções, que por secretissimas são unicamente reservadas a V. Ex.ª

Se a França propozer a introducção de tropas suas em Portugal, V. Ex.ª sabe já, pelas instrucções precedentes, que são communs a D. Lourenço de Lima, que se deve repugnar a esta pretenção; porque havendo huma força militar nesta capital, poderá S. A. R. ficar privado do exercicio da sua soberania. A alliança comtudo faz huma grande dimculdade, porque, ainda que se diga que não temos necessidade de tropas estrangeiras para defendermos os nossos portos, a

qualidade de alliado faz com que se não possa impedir o transito pelo

  1. Sr. Biker, Suppl. á Coll. de Trat., T. XIV p. 357. A pag. 362 vem um Additamento a estas instrucções, datado de 15 do mesmo mez.