a espaços, pela chamma azulada dos relampagos.
— O lobo anda assanhado! eommentára o Cherne para o vizinho, que viera pedir-lhe uma pitada de rapé.
O outro abanára a eabeça, compenetrado, esboçando um largo gesto de aeabrunhamento.
Ao anoiteeer, correu cm Sines que um vapor hespanhol, procedente de Gibraltar, viera deseair sobre os roehedos da Perceveira, erguidos entre o farol e o forte.
Ao elamor dos naufragos, responderam os gritos dos pescadores; mas uns c outros perderam-se no estrondear das ondas, despedaçando-se de eneontro ás ribas.
O Silvestre saltára para a canôa c remára, desesperadamente, na direeção da Pereeveira.
Immergindo na densa eerração, a careassa do vapor desenhava-se vagamente, como um ponto negro perdido no infinito do eéo c das aguas.
A canôa do Silvestre, saeudida pelas ondas, batida pelo sul, revoluteava ás eegas, sem governo, como uma gaivota desazada. De instante a instante, despenhava-se no abysmo e desapparecia, para reappareeer cm seguida, boiando á tona d'agua, arrastando-se ao acaso n'esse vasto pélago enfureeido.
De subito, um pé de vento voltou-a.
Então o Silvestre deseançou alguns instantes, deitado ao lume d'agua.
Em seguida, invoeou a Senhora das Salas, pronunciou o nome de Severina c eom os seus braços museulosos cortou as vagas, nadando vigorosamente.
O vento amainára; o nevoeiro abrira uma clareira, atravéz da qual se avistava uma nesga de