— Fique descansada.
— A casa é ainda muito longe?
— Não, senhora. Não vê aquela árvore? É ali. O ponto é magnífico, não acha? Aqui está tudo à mão. Depois, a vantagem de não termos vizinhos fronteiros.
— Lá também não tínhamos.
— Pois sim, mas aqueles trens, aquela lufa-lufa de máquinas... Quem podia com aquilo?!
— Eu já estava acostumada; até me distraía.
— Mau gosto. É aqui, mamãe.
Júlia levantou o olhar, examinando a casa, chegou um pouco adiante para ver o jardim vizinho e, como Paulo empurrasse a porta, a mulher do lado debruçou-se à janela, curiosamente.
— Quem é essa moça?
— Não sei.
— Não vá ser uma dessas mulheres...
Entraram. O cheiro das tintas enchia toda a casa como um hálito mau. Paulo, porém, abriu de par em par as janelas e o ar penetrou correndo os aposentos, purificando o ambiente. Dona Júlia detinha-se, examinava os papéis, o soalho, ainda úmido da lavagem, o teto; abria as bicas, para que a água corresse e, no quintal, ficou um momento parada, pensativa, até que o filho apareceu à porta da cozinha.
— Então?
— É boa. Só o que tem é que é muito devassada.