Página:Turbilhão (Coelho Netto, 1919).djvu/236

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E a crioula, abrindo o guarda-chuva, com a saia arrepanhada, despediu-se:

— Adeusinho! Apareça.

— Sim.

Voltando-se repentinamente, a mulata fitou o estudante com um malicioso.

— Então, como vais?

— Eu, bem; e o senhor?

Paulo foi buscá-la à porta, enlaçou-a pela cinta, beijou-a. Ela recebeu-o com indiferença, deixando-se levar molemente.

— Estás zangada? - perguntou sentando-a nos joelhos.

— Eu, não. Por quê?

— Tão fria...

— Como queria o senhor que eu estivesse?

— Tu não és assim...

— Eu danço conforme tocam, - disse baixando a cabeça.

— É por que não tenho aparecido?

— Decerto.

— Se soubesses como tenho andado atrapalhado.

— Faço idéia...! Já acharam sua irmã?

— Qual! Escuta, disse ele, evitando o assunto: Pensaste no que te propus?

— Que foi? Não me lembro.

— Vivermos juntos.

Olharam-se longamente, por fim a mulata meneou com a cabeça.