Página:Turbilhão (Coelho Netto, 1919).djvu/275

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dum compromisso no Recreio, uma pessoa que a esperava. Não, não podia ser... - Então, encolhendo as ombros com indiferença, afastou-se, em andar vagaroso, medindo os passos. "Ora!" Achando-se na aléia da entrada, em súbita resolução apressou o andar e saiu.

À porta cambistas cercaram-no, pedindo a senha. Carros reluziam estacionados na rua escura; doceiros apregoavam e, na taverna da esquina, um ror de homens cercava o balcão, bebendo em estridente algazarra.

Foi-se, rua abaixa. "Ora! que se arranje!" Deteve-se surpreendido, olhando uma aguazinha que rebrilhava entre as pedras da rua.

"Só, hein?! Sozinha pela Prata... é coragem! E nós aqui, como idiotas, perdendo tempo, amofinando-nos. Eu bem dizia. E mamãe a orar..." Serenou, porém, a um pensamento iníquo e a frase que o exprimia saiu-lhe da boca docemente, regozadamente: "Mas está bonita!..." Foi-se.

À porta da Maison Moderne sorriu descobrindo Messias e Junqueira, muito juntos, encapotados. Saudou-os e entrou.

À luz intensa da sala teve um deslumbramento, e, abancando a uma das mesas mais discretas, sacou do bolso um maço de notas, escolheu uma de cem e esperou a caixeiro. "Água de Seltz..." Recebendo o troco, separou uns miúdos para o tílburi. "Até que enfim!" exclamou pondo-se de pé e, acendendo um cigarro, caminhou