Página:Turbilhão (Coelho Netto, 1919).djvu/353

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Ao jantar Paulo insistiu com a mulher para que ficasse. Sentaram-se à mesa. O corpo ficou solitário na sala, entre as quatro velas, com Cristo à cabeceira.

Mamede fez pilhéria a propósito de um guisado de miolos: "Não, o que tinha na cabeça bastava, não queria mais..." e afastou, com repugnância, para a borda do prato, a porção que lhe haviam servido. E foi pretexto para que todos falassem de comidas, expondo, cada qual, os seus gostos.

Paulo apenas defendeu a cozinha francesa, mais saborosa e mais delicada. E reprovou a mania do empanturramento que caracteriza o brasileiro: um nunca acabar de pratos, tudo a esfriar. Perde-se até a vontade de comer.

— História, nhozinho. A gente vê logo tudo, come do que gosta. Eu não tenho paciência para