Página:Turbilhão (Coelho Netto, 1919).djvu/365

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— Oh! já fizeste tanto...

Todos esperavam por eles e olhavam imóveis, calados. Paulo, por fim, adiantou-se:

— Vamos, Violante? Ela pôs-se de pé, choramigando, com o lenço nos olhos. Mamede saíra à porta e dois homens entraram para ajudar a levar o caixão. Paulo, atarantado, voltou e estendendo a mão à irmã: Esperas aqui?

— Não, estou com muita dor de cabeça.

— Então, adeus.

Abraçaram-se longamente.

— E aparece, Paulo. Vai lá.

O homem corroborou:

— Quando quiser. Tem uma casa às ordens. Sem cerimônia.

Ele agradeceu comovido e, como passasse perto de Ritinha, que retirava os castiçais da mesa, sussurrou:

— Até logo. Olhou em torno, apressado, procurando alguém: Que é da senhora?

— Já foi... - disse Ritinha.

— Então até à volta.

E, chamando Mamede, meteu-se com ele no único carro que havia para acompanhar o enterro. E o féretro partiu.

Violante lançou um derradeiro olhar à casa, e pondo o chapéu ao acaso, falou à Ritinha:

— Fica aí um vestido meu. Mando-o buscar logo mais.

E saiu apressada, como a fugir daquela miséria onde a morte deixara o seu fortum funéreo, feito dum misto de aroma de flores