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Os Setenta assim inverteram esta passagem: Si in petra mortuus fuerit truncus ejus, ab odore aquæ florebit, et faciet messem, sicut nova plantata: «si o tronco do Loureiro morrer na pedra, com o cheiro d’agoa florescerá, e como planta nova mostrará em breve sua copa.»

Outra versão ha ainda mais bella: Attracto humore aquæo iterum germinat, exibet quæ fructus decerpendos, ut plantæ solent «o Loureiro morto chupando a agoa germina de novo, e como as outras plantas offerece sazonados fructos.»

N’estes trez trechos descobrireis muitas coisas, que servem litteralmente ao nosso fim.

1.º A raiz do Loureiro dentro da terra.

2.º Seo tronco morto no pó ou na pedra.

3.º O cheiro d’agoa, que dá a vida perdida á raiz e ao tronco fazendo produzir folhas, flores e fructos.

O Loureiro representa as Nações infieis, conforme a ficção dos antigos da nympha Daphné, a qual perseguida pelos demonios com o nome de Appollo foi convertida em Loureiro.

Sua raiz sepultada no pó ou na rocha representa longa serie de annos, nos quaes estas Nações barbaras jazeram entregues aos seos barbaros e inveterados costumes.

O tronco ja morto representa o fim e terminação d’esta ignorancia.

Deos querendo presentemente visitar esta Nação escolheo os enfermos, os velhos, os caducos e moribundos para fazel-os renascer em Jesus Christo, levando as folhas verdes da graça, as flores dos dons do Espirito Santo, e os fructos dos meritos da paixão de Jesus Christo, e com isto tudo o cheiro e o atractivo da agoa do baptismo.

Sentiamos muito consolo quando baptisavamos os doentes e os velhos, cuja morte era esperada com certeza, por que receiavamos que por falta de soccorros, nos vissemos obrigados a deixar e abandonar todos os meninos recentemente