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carregada na côr pelo tempo e pelos vendavais
do sul a que está exposta. A janella é larga e
baixa; parece mais ornada e tambem mais antiga
que o resto do edificio que todavia mal se ve...
Interessou-me aquella janella.
Quem terá o bom gôsto e a fortuna de morar alli?
Parei e puz-me a namorar a janella.
Incantava-me, tinha-me alli como n’um feitiço.
Pareceu-me entrever uma cortina branca... e um vulto por de traz... Imaginarão decerto! Se o vulto fosse feminino!.. era completo o romance.
Como hade ser bello ver pôr o sol d’aquella janella!..
E ouvir cantar os rouxinoes!..
E ver raiar uma alvorada de maio!..
Se haverá alli quem a aproveite, a deliciosa janella?.. quem apprecie e saiba gosar todo o prazer