— 'Deus seja n’esta casa!'
A velha estremeceu, mas tornou logo a si, fez sahir as crianças que brincavam aopé d’ella, fechou-se com o frade, e fallaram baixo um dia inteiro. Rezaram e choraram, que tudo se ouviu; mas o que disseram e conversaram nunca se soube.
O frade foi-se ao anoitecer, a velha ficou rezando e chorando, e rezou e chorou toda a noite.
Isto fôra n’uma sexta-feira; d’ahi por deante em todas as sexta-feiras de cada semana, Fr. Diniz vinha passar algumas horas com a velha.
Não era seu confessor, mas dirigia-a como se o fosse, em tudo e por tudo, menos no que respeitava a Joanninha.
Havia no frade uma affectação visivel, um systema premeditado e inalteravel de se abster completamente de tudo o que podesse intervir, por mais remotamente que fosse, com aquella interessante criança.