enthusiastas — até ésta edade de saudades do
passado
e esperanças no futuro, mas sem gosos no
presente — em que o amor da patria (tambem
isto será phantasmagoria?), e o sentimento intimo
do bello me dão na
leitura dos Lusiadas outro
deleite diverso, mas não inferior ao que n’outro
tempo me deram — eu senti sempre aquelle
grande defeito do nosso grande poema: e nunca
pude, por mais que buscasse, achar-lhe,
justificação
não digo — nem siquer desculpa.
Mas até morrer aprender, diz o adagio: e assim é. E tambem é aphorismo de moral, applicavel outrosim a coisas litterarias: que para a gente achar a desculpa aos defeitos alheios, é considerar — é pôr-se uma pessoa nas mesmas circumstancias, ver-se involvido nas mesmas difficuldades.
Aqui estou eu agora dando toda a desculpa ao pobre Camões, com vontade de o justificar, e prompto (assim são as charidades d’este mundo) a sahir a campo de lança em reste e a quebrá-la com todo o antagonista que por aquelle fraco o atacar. — E porque será isto? Porque chegou a minha hora; e — si parva licet componnere magnis