Página:Violeiros do norte (1925).djvu/69

Wikisource, a biblioteca livre

Arrenegando o namoro...
A Flor do Dia casou,
Mas findou-se a festa em choro.

Contou-me um velho este caso
Que jurou ser verdadeiro,
O mesmo velho ensinava:
— “Quem quer se casar ligeiro
Faz promessa a Santo Antonio
Que um vintem não é dinheiro... ”

Essa poesia eu a ouvi, tempos depois, cantada no Recife pelo captador negro João Catingueira, por occasião de um serão de letras matutas na residência do Dr. Samuel Hardman, Secretario da Agricultura de Pernambuco. E apurei, ulteriormente, que é uma imitação de “A valentia e a paixão de quatro moças”, historia versificada pelo fallecido poeta popular Antonio da Cruz.


Utilissimas me foram as visitas á “Livraria Editora”, de Pedro Baptista. Tive, ali, a surpreza de verificar que a poesia “O Brasil em Guerra”, inserta no meu livro “Cantadores” e que João Mendes de Oliveira, o cantador de Juazeiro, me recitára como propria, figurava num folheto como sendo da lavra de João Martins de Athayde. Mais: o romancete “O Capitão do Navio”, cujo autor o velho Anselmo Vieira de Souza não me soubera dizer quem tinha sido, li-o tambem como sendo da autoria do mesmissimo João Martins de Athayde. O cego Symphronio Martins já me dissera, porém, que “O Capitão do Navio” era “coisa da cabeça” de Leandro Gomes de Barros e não de João Martins de Athayde...

Feitas estas necessarias declarações em honra do suum cuique tribuere, menciono, a seguir, duas glosas de João Martins de Athayde:

Poeta aqui perde a fama,
Dá-lhe gafeira que entreva