Página:Poesias de Maria Adelaide Fernandes Prata offerecidas as senhoras portuenses (1859).pdf/41

Wikisource, a biblioteca livre
31
Ao por do Sol.
 

Como está socegada a natureza,
N'est' hora tão fagueira ao pôr do sol!
Das collinas lá descem os pastores,
O manso gado alegres conduzindo ;
D'acolá se despenha cristalino
O ribeiro, que ao lago vae perder-se;
Contente o camponez na choça guarda
As searas, que o eslio produziu,
E do fertil Outono sazonados
Os doces fructos colhem os infantes :
D'uma cabana junto, mais álem,
As finezas d'amor ouve gostosa
Ao aldeão a joven camponeza;
Sobre um banco de relva recostado.
Ensina o velho ao neto pequenino,
D'Ave-Maria a angelica oração:
Mais contente, que um rei no solio seu,
Lá desce da montanha o caçador,