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A Melancolia.
 

Companheira da noute saudosa,
Tu érras sobre a terra sempre triste;
Buscas a solidão, não te intimidão
Ermas montanhas, solitarios bosques:
Dos mortos a morada ás vezes buscas
Entre negros cyprestes onde piam
Essas nocturnas, agoureiras áves;
Ora em deserta praia divagando,
Apraz-te ver do mar a immensidade,
Enlevada n'um extasis te olvidas
Das vagas, que fugir fazem-te á pressa!