Ó vaso doirado

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AO MEU CUNHADO

E AMIGO

J. J. DA CRUZ FORTE.

Ó vaso doirado
D’encantos fadado
Tão bello e prismado
Nas regas d’amor —
Infiltra bondoso —
Na flôr do teu goso
O brilho radioso
Qu’inspira primôr?

Que é della no albor
A sua alma e candor
Só tua no amor —
No peito a vibrar —
Incensa e suspira
A flôr que delira —
Que já em tua lyra
Soubeste cantar!

E sempre em tua alma
Tu sintas a calma
Do tronco e da palma
Da meiga florinha —

Que é tua na vida
No mundo descrida
De ti — mas — tão qu’rida
No amor que acarinha!

E assim vegetando
E sempre regando —
Com ella scismando
Não deixes crestar —
Mas sempre florir
Comtigo a sorrir —
A flôr que no abrir
Quizeste adorar!