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Afetos

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Bendito o amor que infiltra n'alma o enleio

E santifica da existência o cardo,

- Amor que é mirra e que é sagrado nardo,

Turificando a languidez dum seio!

O amor, porém, que da Desgraça veio

Maldito seja, seja como o fardo

Desta descrença funeral em que ardo

E com que o fogo da paixão ateio!

Funambulescamente a alma se atira

À luta das paixões, e, como a Aurora

Que ao beijo vesperal anseia e expira,

Desce para a alma o ocaso da Carícia

Ora em sonhos de Dor, supremos, e ora

Em contorço es supremas de Delícia!