Alves & Cia/VII
Às seis horas da tarde, Godofredo, em chinelos, no seu gabinete, acabava de lacrar um maço de papéis, quando a campainha retiniu e os seus dois amigos apareceram. Carvalho, apesar da sua indiferença pela etiqueta, fora mudar de fato, estava de sobrecasaca preta: - e ambos traziam um ar grave.
Medeiros, agora muito correto, com o bigode encerado, sentou-se no sofá - na sala onde a criada os introduzira - e começou a tirar lentamente as suas luvas pretas, e olhava Godofredo.
— Estás aí a rebentar de curiosidade? Pois olha, pôr ora nada feito.
Godofredo, que tivera os olhos cravados nele, e estava muito pálido, pareceu respirar melhor. Mas subitamente enfureceu-se. Como nada feito? Então o infame recusava-lhe uma reparação.
Carvalho acudiu:
— Não, senhor. A cada um o que é seu, o Machado nisto anda bem.
— Então?
— Foram as testemunhas, que se mostraram recalcitrantes - disse o Medeiros. - Aqui está o que foi.
Era uma longa história, que o Medeiros contou com detalhes, gozando. Tinham falado ao Machado, que lhes prometeu que dois amigos dele estariam às quatro horas em casa dele, Medeiros. E pontualmente apareceram lá o Nunes Vidal, que ele conhecia perfeitamente , rapaz de experiência em coisas de honra, e o Cunha, o Albertinho Cunha, que pouco falara, estava como um comparsa. Entraram, cumprimentos, etc., tudo muito grave, e toda a amabilidade. Depois vieram à questão: o Nunes Vidal declarou logo que, em princípio, o sr. Machado estava pronto a aceitar todas as condições, todas quaisquer que fossem, propostas pelo sr. Alves. Inteiramente todas. Mas que ele, NunesVidal, e ali o seu amigo Cunha entendiam que o dever das testemunhas, num conflito, era, antes de tudo, procurar paz e conciliação. E que portanto, se em princípio o seu constituinte, o sr. Machado, pôr um excesso de pundonor e orgulho estava disposto a deixar-se matar, eles, suas testemunhas, que tinham tomado nas suas mãos os interesses dele, estavam ali, e tinham vindo ali não só para procurar, tanto quanto possível, o evitar que sucedesse uma desgraça no campo ao seu amigo, mas mesmo que em volta do nome dele se fizesse um escândalo, que o prejudicaria...
— Tudo isto muito bem dito - acrescentou o Medeiros -, tudo muito bem explicado, com bonitas palavras... Sério, gostei do Vidal.
— Ah, rapaz de muito talento - murmurou o Carvalho.
Enfim o Vidal terminara pôr dizer que, tudo bem considerado, não julgavam que houvesse motivo para um duelo grave à pistola.
Outra vez a falta de motivo. Godofredo despropositou:
— Com mil diabos, então que queria esse asno que o Machado me tivesse feito de pior?
Com um gesto, Medeiros conteve-o.
— Não te exaltes, não te exaltes... Deixa estar que lá lhe disse tudo. O Vidal é muito esperto, mas olha que eu não me calei. Pergunta ao Carvalho...
— Andaste como um rábula - disse Carvalho.
— Mas então que diabo disse o Vidal? - exclamou ainda Godofredo.
O Vidal dissera que não havia motivo de sangue, porque o que se passara entre Machado e a senhora fora um simples namoro...
Godofredo teve um gesto furioso. E o Medeiros, erguendo-se também:
— Não te exaltes, escuta. Eu lá lhe disse tudo. Contei-lhe do modo como o apanhaste, e a carta, meu riquinho que tarde a de ontem, e o resto. Apresentei-lhe todos os dados para o convencer que o adultério era completo... Não é verdade, Carvalho?
— Todos.
— Disse-lhe claramente: o meu constituinte, o nosso amigo Alves, é, em toda a extensão da palavra, um marido que... Enfim, necessita reparação. Não é verdade, Carvalho?
Carvalho fez um gesto de assentimento.
— Mas o Nunes provou-me que não. Tinha lido as cartas ele também, o Machado contara-lhe tudo, e depois de Ter combinado, pensado, chegara a este resultado: que não passara de namoro.
Houve um silêncio na sala. Godofredo passeava vivamente, com as mãos nos bolsos. Carvalho examinava vagamente em quadro representando Leda e o cisne. De repente, Godofredo parou, exclamou, com uma voz surda, espaçando as palavras:
— Aí nesse sofá, os vi eu abraçados um ao outro... Que diz a isto o Nunes?
— Esse é que é o único ponto - exclamou Medeiros. - Esse ponto é que se não pode negar porque tu viste, com os teus olhos. Mas o Machado explicou ao Nunes. E o Nunes explicou-nos a nós. Era uma brincadeira, era a rir, era a fazer cócegas...
— E a carta, que tarde a de ontem? - exclamou Godofredo.
— Disse o Nunes que naturalmente se refere a um passeio que vocês deram a Belém. Vocês foram a Belém?
Godofredo pensou um momento. Sim, tinham ido a Belém. Era verdade que tinham todos três ido a Belém.
— Então aí tens. Era a lembrar o prazer de terem ido todos, a patuscada, a passeata, etc...
— De modo que - exclamou Godofredo - fica tudo nisto... Não há nada. Tenho de tragar a afronta.
Medeiros ergueu-se indignado. Ora essa, então pôr quem o tomava ele? Tinha ou não Alves posto a sua honra nas mãos dele e do Carvalho? Tinha. Então não podia supor que eles, seus amigos, o deixassem na lama, miseravelmente...
— Mas - murmurou Alves.
— Mas que? Está claro que te hás-de bater. Foi o que se decidiu. Não há motivo para que seja à pistola, porque foi um simples namoro. Mas como o sr. Machado não tem direito a namorar a tua mulher, há todo o motivo para que seja à espada, um duelo mais simples... Vamos nos encontrar logo com eles em minha casa, às oito horas, e combinar tudo.
— E não temos muito tempo a perder - disse Carvalho puxando o relógio - porque são seis e meia, ainda temos de jantar. Eu estou a cair...
Godofredo ofereceu-lhes então que jantassem lá. De resto ele tinha calculado que apareceriam à hora do jantar e mandara preparar um bocado de assado a mais.
— Não haverá mais que um bocado de assado - disse ele -, mas enfim, em campanha tudo basta... e nós estamos em guerra.
Era a primeira vez que sorria desde a véspera. Mas aquela companhia dos seus amigos ao jantar alegrava-o, evitando-lhe a solidão que ele temia.
E o jantar foi alegre. Tinha-se combinado que não falariam do duelo, nem do caso: mas logo desde o cozido, em todos os momentos que Margarida não estava presente, voltavam a essa idéia, pôr frases curtas e alusões vagas. Pôr fim, Godofredo disse à Margarida que não voltasse sem que ele tocasse a campainha: e então a conversação não cessou mais. Godofredo contou como conhecera Ludovina, e o seu namoro, e o dia do casamento. Depois falou do Machado, mas já sem cólera, chegando mesmo a dizer que era um rapaz brioso. Era ele que o ia buscar ao colégio quando o Machado era pequeno: e às vezes levava-o ao teatro. E estas recordações enterneciam-no, terminou pôr engolir um soluço, disse que se não falasse mais em semelhante coisa. Tocou a campainha, a Margarida trouxe o assado. Houve um curto silêncio, o Medeiros gabou o vinho de Colares. Carvalho, a respeito do Colares, que ele costumava beber em Cabo Verde, lembrou um caso de duelo em que ele lá fora testemunha: e apenas Margarida saiu, contou-o logo: era parecido com o do Alves, também pôr causa duma mulher, mas essa, preta. Isto parecia incrível ao Medeiros. Mas Carvalho gabou a preta, com o olho brilhante:
Em a gente se acostumando, não quer senão daquilo... A preta é grande mulher.
— Mas que diabo, não falemos mais de mulheres - disse Godofredo.
E neste pedido, que ele acompanhou de um vago sorriso, havia como uma resignação na sua desgraça, uma idéia nascente de gozar a vida, na companhia de amigos, nas preocupações do negócio, sem os desgostos que traz invariavelmente a paixão das saias. Então falou-se do Nunes. Medeiros estava contente de num caso tão sério como aquele Ter encontrado pela frente o Nunes, rapaz sério, de experiência e de honra. Estava ao princípio com medo que o Machado tivesse a idéia de nomear para padrinho aquele idiota do Sigismundo, com quem andava sempre. E isto trouxe de novo à conversa o Machado. Então, um pouco animado pelo Colares, Medeiros confessou que já tinha pregado uma ao Machado: tinha sido o amante da francesa com quem ele estivera. Então começou a falar de si, das suas conquistas: e voltou à história da véspera, quando estivera para ser apanhado na cozinha. O Carvalho também tivera uma história assim, em Tomar. Mas aí tivera de saltar pela janela, e caíra em cima duma estrumeira... O Carvalho sabia pior do que isso: um amigo dele, o Pinheiro, não o magro, o outro, o picado das bexigas, que tinha estado escondido num curral de porcos seis horas. Ia morrendo. E quando via um porco punha-se branco como a cal. Então foi entre o Carvalho e o Medeiros um desfilar de anedotas de adultérios. O Godofredo, homem casado e honesto, não tinha destas anedotas: a sua vida fora toda doméstica, sem aventuras, e escutava, bebendo o seu café aos goles, gozando aquele fim alegre de jantar, sorrindo pôr vezes.
E terminou pôr sentir um hálito quente de mocidade, dizer filosófico:
— Homem, é melhor a gente divertir-se pôr sua conta, que os outros se divirtam à nossa custa...
As oito horas aproximavam-se. Carvalho começou a calçar as luvas pretas, Então Godofredo falou em os acompanhar: meter-se-ia dentro do quarto do Medeiros - enquanto se celebrava a conferência na sala -, e eles poupavam assim o trabalho de voltar, a dar-lhe parte do resultado, à rua de São Bento. E - apesar de Carvalho Ter achado isto contra a etiqueta - terminou pôr consentir, pôr não ser coisa muito grave.
Foi-se buscar uma carruagem, e apinhados dentro dela todos três - partiram para a Estrela.
Em casa do Medeiros, o criado já acendera velas nos lustres; e eles tinham apenas subido a escada quando a campainha retiniu. Eram os outros, muito pontuais. Então Godofredo foi esconder-se no quarto: os outros entraram na sala, onde se elevou logo o rumor de vozes. No quarto às escuras, Godofredo, sem ousar chamar o criado, procurava, apalpava, sobre a mesa e o toucador, à cata duma caixa de fósforos. Não achou, mas o seus dedos encontraram um reposteiro, correu-o, e viu diante uma fenda de luz numa porta, pôr trás rumor de vozes. Era, do outro lado, a sala, onde estavam a conferenciar. Adiantou-se, mas topou com um jarro, que rolou com um som de água, entornando água. Então ficou um momento imóvel, depois chapinhando umidade, foi encostar o ouvido à fechadura. Mas tinha-se feito um silêncio, que ele não compreendia. Só pôr vezes um dos amigos do Machado tossia. Que diabo estavam fazendo? Quis espreitar, mas viu, vagamente, um bocado de espelho onde se refletia a luz do candeeiro. Subitamente a luz desapareceu, houve diante dele o quer que fosse de negro, decerto as costas dum deles. Então uma voz elevou-se, era a do Medeiros; dizia "que lhe parecia concludente...". E foi logo um rumor de duas outras vozes, que se misturavam, cresciam, que ele não podia ouvir. Depois uma outra voz fria, disse muito distintamente:
— Nisto é necessário sobretudo dignidade.
Com efeito era necessário dignidade - e não era digno estar ele ali escutando. Voltou então ao quarto às apalpadelas - e tendo topado com o sofá, sentou-se. Agora não havia rumor, e um ar abafado pesava no quarto. E aquela escuridão trouxe-lhe idéias de doença... No dia seguinte podia ele estar talvez, assim num quarto, às escuras, prostrado num leito; e só, sem ninguém, tratado pela Margarida. Isto causou-lhe um grande horror. Começou a lembrar-se de histórias de ferimentos que ouvira. Um golpe de espada ao princípio fazia apenas um frio - as dores eram depois, longas, nas noites longas, quando os colchões aquecem e o corpo se não deve mover... Então pensou em tudo que dissera o Nunes ao Carvalho: era a primeira vez que o Machado a abraçava, pôr brincadeira. E se isto fosse verdade? Também ela lho dissera, num grito de dor: era a primeira vez. Podia ser bem apenas uma leviandade, um galanteio, o que os ingleses chamam uma flirtations. Deveria perdoar? Não. Mas não era então motivo para haver um duelo. Bastava-lhe expulsar Machado de sua casa. E então outras coisas acudiam-lhe: nunca, como ultimamente, Ludovina fora mais amante. Outrora era ele que lhe devia fazer festas, a provocá-la... Ultimamente era ela, que às vezes, sem motivo, lhe atirava os braços ao pescoço. Podia ele afirmar que ela o não amava? Não. E não era fingido, ele não era tolo, sabia bem conhecer uma emoção sincera. Pôr que consentia então ela na corte do outro? Quem sabe! Coquetismo, vaidade... Em todo o caso isso merecia castigo. Nunca mais a veria; e bater-se-ia com o outro... Depois pensou que nunca manejara uma espada. E o Machado tinha dado lições de esgrima. Decerto era ele que ficaria ferido. E o mesmo terror voltava-lhe. Parecia-lhe que não temeria tanto, a morte brusca, uma bala através do coração. Mas uma ferida grave, que o retivesse na cama semanas, com toda a sua lenta marcha, a febre, a inflamação, o perigo de gangrena. Era horrível. Toda a sua carne tremia, se encolhia a essa idéia. Mas enfim acabou-se, era a honra que o pedia.
De repente ouviu vozes no corredor, risos, todo um barulho cordial de amigos que se despedem. O coração batia-lhe. Tinha caminhado para a porta do quarto. Uma luz apareceu. Era o Medeiros com uma vela, com que alumiava os outros.
— Tudo resolvido - disse entrando.
Atrás dele entrava o Carvalho, dizendo também:
— Está tudo decidido.
Godofredo olhava-os, pálido, a tremer, de nervoso.
— Não te bates - disse o Medeiros pondo o castiçal sobre a mesa.
Que te disse eu logo? - exclamou Carvalho, radiante. Tudo tinha de ficar na mesma, a não haver senso comum.
E foi desta vez ainda, o Medeiros, que explicou a conferência. O Nunes Vidal portara-se com um cavalheirismo extraordinário. Começara pôr dizer que se estivesse convencido que havia ali uma traição do Machado, um crime de adultério com a mulher do seu sócio, ele não se meteria nisso. Dissera-lhes que se eles exigiam o duelo, eles tinham normas de aceitar tudo, sem discutir, hora, e sítio, e estocadas. E, chegado ao terreno, Machado tomaria a espada, deixar-se-ia ferir, como um gentleman. Mas então Nunes apelara para eles, como homens de honra e de bom senso.
— Não foi isto que ele disse, Carvalho?
— E homens de sociedade - acrescentou Carvalho.
— Justamente, e homens de sociedade. Apelou para nós, se nós devíamos consentir um duelo, quando não havia motivos, e quando o Machado, numa carta que o Nunes me deu a ler, lhe afirmava sob a sua sagrada honra de homem, que a sra. dona Ludovina era inocente, perfeitamente inocente. Não houvera mais que umas cartas tolas trocadas, sem importância, e aquele abraço... Ora agora, dizia o Nunes: o que faz um duelo? Compromete a sra. dona Ludovina, faz crer ao público que houve realmente adultério, torna ridículo o sr. Alves e prejudica a firma comercial...
— E o dilema do Nunes - lembrou do lado o Carvalho.
— É verdade, o dilema - gritou Medeiros, recordando-se. - O Nunes apresentou este dilema: os senhores pedem a espada, se houve adultério o duelo à espada é ainda pouco; se o não houve é demais. De maneira que resolvemos que não houvesse duelo...
Godofredo não dizia nada. Mas uma sensação de paz e de serenidade invadia-o silenciosamente. Aquelas grandes afirmações do Nunes, um rapaz de tanta honra, quase o convenciam de que realmente não houvera senão um galanteio. Ele mesmo o dissera: se estivesse convencido que havia adultério, não se teria metido nisso. E não, que era um verdadeiro fidalgo. Ora se era um simples galanteio não havia realmente motivo para que se batessem, e isto dava-lhe um alívio, mil idéias abomináveis desapareciam, outras surgiam, de repouso, de tranqüilidade, talvez de felicidade ainda. Decerto não perdoaria a sua mulher aquele simples galanteio. Não tornaria a falar ao Machado. Mas a vida ser-lhe-ia menos amarga pensando que eles realmente o não tinham traído.
Aquilo consolava o seu orgulho. E mostrava que era um marido rígido, e de honra - expulsando sua mulher só pôr um simples olhar trocado. Assim a sua honra estava salva, o seu coração sofria menos.
E agora invadia-o uma alegria, de sair enfim daquelas idéias violentas de morte, em que andava envolvido, e reentrar na rotina da vida, no seu negócio, nas suas relações, nos seus livros. Mas então, à idéia da rotina, da casa comercial, uma idéia tomou-o, encheu-o de perturbação.
— E o Machado? Eu não posso falar mais ao Machado!
Mas Medeiros tinha discutido esse ponto com o Nunes. E fora o Nunes que tivera uma idéia de bom senso. Aqui está o que o Nunes dissera. Desde o momento em que não há motivo para duelo, não há motivo para que se interrompam as relações comerciais...
Godofredo protestou:
— Então há-de amanhã entrar pelo escritório?
— Quem te diz amanhã, homem? Aqui está o que disse o Nunes, é o que faz o Machado. Amanhã escreve-te uma carta oficial, para que o guarda-livros veja, e o caixeiro, dizendo que vai para fora da terra, com a mãe, e que te pede que olhes pela casa, etc... Depois, ao fim de um ou dois meses, volta, vocês cumprimentam-se, sentam-se cada um a sua carteira, falam no que têm que falar acerca do negócio, e acabou-se. O que não têm é relações íntimas, escusam mesmo de se tratar pôr tu.
E como Godofredo olhava o chão, refletia, os dois caíram sobre ele.
— Tapas assim a boca ao mundo - disse o Carvalho.
— Salvas-te do ridículo - disse o Medeiros.
— Manténs a firma intacta e unida...
— Livras tua mulher de má fama!...
— Conservas um sócio inteligente e trabalhador.
— E talvez um amigo!
Então uma fadiga invadiu Godofredo. Os seus nervos relaxaram. Veio-lhe um desejo de não pensar mais naquele desgosto, não falar mais nisso, dormir tranqüilo; e cedeu, abandonou-se, perguntou com a voz do coração:
— Então vocês acham, em sua honra, que assim tudo fica bem?
— Achamos - disseram ambos.
Godofredo apertou a mão a um, depois ao outro, comovido, quase com lágrimas:
— Obrigado, Carvalho. Obrigado, Medeiros.
Depois, para fazer logo tapar as bocas do mundo, foram ao Passeio Público - onde havia essa noite iluminação e fogo preso, indo primeiro tomar sorvete ao Martinho.