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Anima mea (Cruz e Sousa, grafia original)

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Ó minh' alma, ó minh' alma, ó meu Abrigo,
Meu sol e minha sombra peregrina,
Luz immortal que os mundos illumina
Do velho Sonho, meu fiél Amigo;

5Estrada ideal de São Thiago, antigo
Templo da minha Fé, casta e divina,
De onde é que vem toda esta magoa fina
Que é, no emtanto, consolo e que eu bemdigo?


De onde é que vem tanta esperança vaga,
10De onde vem tanto anceio que me alaga,
Tanta diluida e sempitérna magoa?

Ah! de onde vem toda essa estranha essencia
De tanta mysteriosa transcendencia,
Que estes olhos me deixa rasos de agua?!