Cárcere das almas (grafia original)
Aspeto
Ah! Toda a alma n’um carcere anda prêsa,
Soluçando nas trévas, entre as grades
Do calabouço olhando immensidades,
Mares, estrellas, tardes, natureza.
5Tudo se veste de uma igual grandeza
Quando a alma entre grilhões as liberdades
Sonha e sonhando, as immortalidades
Rasga no ethéreo Espaço da Pureza.
Ó almas presas, mudas e fechadas
10Nas prisões colossaes e abandonadas,
Da Dor no calabouço atroz, funéreo!
Nesses silencios solitarios, graves,
Que chaveiro do Céo possúe as chaves
Para abrir-vos as portas do Mysterio?!