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Capela subterrânea

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Descida por degraus e disfarçadas rampas;
Vêem-se na cripta escura, em mármores de Paros,
Brasonados heróis, grandes duques preclaros,
Que andam rubros e sãos na glória das estampas.

Presos ao teto por anéis e curvas grampas,
Lampadários de bronze e prata, inda mais caros
Pelo desenho ideal, lavor de artistas raros,
Mal bruxuleiam sobre a ampla lájea das campas.

No altar único ao centro um lume triste e aflito,
Em vascas lambe e morde a auréola de um santo:
Cai da abóbada o peso enorme do granito;

Chora o mesmo silêncio em torno um mudo pranto;
E ouve-se acaso um plinto estremecer ao atrito
De um rei de pedra, austero, armado em pé, a um canto!