Como corres, arroio fugitivo?
Saltar para a navegação
Saltar para a pesquisa
Poema agrupado posteriormente e publicado em Crônica do Viver Baiano Seiscentista — A Cidade e seus Pícaros — Ângela
|
Como corres, arroio fugitivo?
Adverte, pára, pois precipitado
Corres soberbo, como o meu cuidado,
Que sempre a despenhar-se corre altivo.
Toma atrás, considera discursivo,
Que esse curso, que levas apressado,
No taminho. que emprendes despenhado
Te deixa morto, e me retrata ao vivo.
Porém corre, não pares, pois o intento,
Que teu desejo conseguir procura,
Logra o ditoso fim do pensamento.
Triste de um pensamento sem ventura!
Que tendo venturoso o nascimento,
Não acha assim ditosa a sepultura.