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Contra Ápio

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Contra Ápio ou Da Antiguidade do Povo Judeu

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Josephusbust

Autor: Flavius Josephus

Tradutor (para o inglês): William Whiston


Tradutor (do inglês para o português): Rodrigo Leite Valentin de Souza

Novembro, 2008



  • Sobre a presente tradução:

As palavras que eu tive absoluta certeza de que já existiam na forma portuguesa, as traduzi conformemente. As outras, porém, deixei como as encontrei. Alguns nomes porém (como Mâneton), já ví várias formas diferentes no português, então simplesmente decidí pela que me pareceu ser mais usada ou um meio-campo entre as formas que se usam; outros o próprio texto usou nomes diferentes (como Lysimachus e Lysimachi), o que eu creio que seja um erro na digitalização, onde fiz apenas uma observação e corrigi no corpo do texto. Algumas expressões estão entre colchetes [] porque: _ou o tradutor (William Whiston) completou o sentido da frase com o que se encontra entre os colchetes, os quais, vez por outra, mesmo me parecendo desnecessários ou presunçosos, foram mantidos por respeito ao tradutor e por dúvida se o trecho poderia ter sido retirado de outros códices (dados, aliás, que não vieram com o e-text para isso ser devidamente esclarecido); _ou eu tive de completar o sentido, quando do inglês para o português ficaria com o sentido difícil de se definir, o que fiz também com receios. Tentei, na medida do possível, evitar recorrer a isso. Mas também suprimí muita repetição que o texto em inglês continha ( como "but when THEY have sinned, THEY learn from others that THEY have transgressed the law" [o maiúsculo do "they" é meu]), o que, para alguns talvez pareça laconismo da minha parte. As palavras para as quais não encontrei tradução às vezes prejudicou meu entendimento pleno da frase, ocorrendo que acabei por deixar algumas palavras ao redor com suas várias possíveis traduções, (como em "Policrates, que é lacedemônio, conforme protegeu/dignificou (hat) os escritos de Tripoliticus (pois ele não é Theopompus, conforme é suposto por alguns) fez pela cidade de Tebas."); esses casos são identificados quando a palavra estiver com a barra / separando-as. As palavras ou expressões para as quais não encontrei tradução, as coloquei entre parenteses duplos de cada lado ((assim)) .

Livro I

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1. Eu suponho que meus livros das "Antiguidades Judaicas", excelentíssimo Epafroditus, (2) tenha tornado evidente para aqueles que os leram com atenção, que nossa nação judaica é de todas a mais antiga, e tem uma existência com origem distinguível; como também, eu declarei nestes como nós viemos a habitar este país onde agora vivemos. Aquelas "Antiguidades" contêm a história de cinco mil anos, e são tiradas de nossos livros sagrados, mas estão traduzidas por mim no idioma grego.

De qualquer forma, visto que eu noto um considerável número de pessoas dando ouvido a acusações que são lançadas contra nós por aqueles que têm inimizade conosco, e não querem acreditar no que escrevi concernente a antiguidade de nossa nação, enquanto eles consideram que nossa nação é de uma data posterior por não encontrarem muitas menções [a nosso respeito] relatadas pelos mais famosos historiadores dentre os gregos, então eu acredito estar sob a obrigação de escrever algo breve sobre estes assuntos, em ordem, para condenar aqueles que nôs acusam de maldade e voluntária falsidade, e para corrigir a ignorância de outros, e também para instruir todos aqueles que estão desejosos de conhecer a verdade de quão grande antiguidade nós realmente somos.

Conforme o testemunho que produzirei para provar o que eu disse, eles o estimarão como de maior reputação da verdade, e o mais especializado no conhecimento dos próprios gregos. Eu também mostrarei que aqueles que têm escrito tão repreensivelmente e falsamente sobre nós, ficarão convictos de que é o contrário do que eles próprios têm escrito. Eu também esforçarei-me por dar uma explicação das razões de não haver um grande número de gregos que fizeram menção de nossa nação em suas histórias. Eu, de qualquer forma, trarei à luz aqueles gregos que não fizeram tal omissão de nossa história para aqueles que não os conhecem ou fingem não conhecer.

2. Agora, em primeiro lugar, eu não posso apenas maravilhar-me grandemente daqueles homens que supõem que nós somos obrigados a nada descuidar [a respeito dos] gregos, quando nós estamos indagando sobre fatos mais antigos, e devamos nôs informar de sua honestidade proveniente somente deles, enquanto não precisamos acreditar em nós mesmos nem em outro homem; pois eu estou convencido de que o completo oposto é a verdade neste caso. Eu penso disso _ se não seremos guiados por vãs opiniões, mas faremos investigação conforme a verdade advinda dos próprios fatos_ que eles julgarão que quase tudo concernente aos gregos aconteceram há não muito tempo atrás; pelo contrário, alguém talvez diga: "é de apenas ontem". Eu falo da construção de suas cidades, a invenção de suas artes, e a descrição de suas leis; e do cuidado na escrita de seus historiadores, sendo esta a última coisa que eles se põem [a fazer]. De qualquer forma, eles próprios reconhecem quão distantes estão dos egípcios, dos caldeus e dos fenícios (pois não contarei agora nós mesmos entre estes) que têm preservado os memoriais das mais antigas e mais duradouras tradições da humanidade; pois quase todas essas nações habitam países que são menos sujeitos à destruição do mundo sobre eles; e estes também têm tomado especial cuidado para nada omitirem do [muito] que foi feito entre eles; mas sua história foi estimada [como] sagrada, e colocam em tábuas públicas, como escritas por homens de grandioso conhecimento entre eles. Mas conforme o lugar onde os gregos habitam, uma miríade (*) de destruições ocorreram ali, e apagaram a memória dos antigos feitos; de modo que eles estavam até iniciando um novo modo de viver, e supõem sempre que alguém dentre eles foi a origem de um novo estado.

          (*) No inglês: "dez mil destruições".

Também foi tarde, e com dificuldade, que vieram a conhecer as letras que eles agora usam; pois aqueles que regredirão o uso destas letras deles para uma distante antiguidade pretendem que eles aprenderam-nas dos fenícios e de Cadmus. Ninguém ainda provou habilmente que eles tenham qualquer escrito preservado daquele tempo, nem em seus templos, nem em algum outro monumento público. Por isso que a respeito daqueles que foram para a guerra troiana, portanto muitos anos mais tarde, é em grande dúvida, e grande investigação é feita, se os gregos usaram suas letras naquele tempo. E a opinião prevalecente, e mais próxima da verdade, é de que sua atual forma de usar aquelas letras era desconhecida naquele tempo. De qualquer forma, não há qualquer escrito que os gregos aceitem como genuíno entre eles mais antigo que os poemas de Homero, que ele mais claramente tornou público muito tempo depois do cerco de Tróia; ao contrário, a notícia foi de que, até ele não fez seus poemas por escrito, mas que sua memória foi preservada em canções, e foram reunir mais tarde [ainda], e que esta é a razão do tal número de variações dele encontradas. (3) Em relação àqueles que colocaram sobre a escrita de suas histórias, eu penso o mesmo em relação a Cadmus de Mileto, e Acusilaus de Argos, e alguns outros que talvez sejam mencionados como sucedendo Acusilaus, [de que] eles viveram apenas um pouco antes da expedição persa na Grécia. Mas quanto àqueles que primeiro introduziram a filosofia, e a consideração de coisas celestiais e divinas entre eles, tais como Pherceides o Sírio, Pitágoras, e Tales, todos com algum consentimento aceitam que eles aprenderam seu conhecimento dos egípcios e caldeus, e escreveram, porém, pouco. E estas são as coisas que se supõem serem as mais antigas de todas entre os gregos; e eles têm feito muito barulho para acreditarmos que os escritos com respeito àqueles homens são genuínos.

3. Como poderia então haver coisa mais absurda, os gregos serem tão arrogantes, para gabarem-se como sendo o único povo que está inteirado com a antiguidade, e que têm comunicado as verdadeiras descrições daqueles tempos longínquos de maneira exata? Ao contrário, quem não poderia facilmente reunir dos próprios escritores gregos, [provas de] que eles sabem pouco de algo fundamentado quando se põem a escrever, mas que, preferencialmente escrevem suas histórias de suas próprias conjecturas? Consequentemente eles, propositalmente, refutam-se uns aos outros em seus próprios livros, e não se envergonham de dar-nos as mais contraditórias descrições das mesmas coisas; e eu gastaria meu tempo num propósito fútil, se pretendesse ensinar os gregos a [obterem] um conhecimento superior ao que eu já [tenho]. Que grande desacordo há entre Hellanicus e Acusilaus sobre suas genealogias? Em quantas várias [vezes] Acusilaus corrige sem esforço Hesíodo? Ou, depois, de quantas maneiras Ephorus demonstra [que] Hellanicus contou mentiras na maior parte de sua história? Da mesma forma faz Timeus a Ephorus, e os posteriores escritores a Timeus, e todos os escritores mais tarde fazem a Heródoto (3), nem poderia Timeus concordar com Antíoco e Philistius, ou com Callias, sobre a História da Sicília, nem mais do que fazem incontáveis escritores a Athide ter seguido algum outro a respeito dos assuntos atenienses; nem faz os historiadores o mesmo, que escreveram o Argolics, sobre os assuntos dos Argives. Agora, o que mais preciso dizer sobre cidades específicas e pequenos lugares, enquanto no mais aprovado dos escritores da expedição dos persas, e das ações que foram nesta executada, há assim grandes erros? Ora, o próprio Tucídides é acusado de [ter] escrito coisa não confiável, embora ele pareça ter nôs dado a exata história dos assuntos de seu próprio tempo. (4)

4. Em relação aos tão grandes desacordos entre eles, talvez se determinasse que muitos [relatos] seriam confiáveis se alguém tivesse a idéia de fazer uma investigação sobre eles. Mas relaciono essas contradições principalmente com duas causas, as quais devo mencionar agora, e acredito que a que mencionarei em primeiro lugar seja a principal. Ora, se lembrar-nos que no princípio os gregos não tomaram o cuidado de preservar os registros públicos de seus muitos fatos, isso com certeza possibilitou àqueles que mais tarde escreveram sobre aqueles antigos acontecimentos a oportunidade de enganos, e a possibilidade de criar mentiras também. Pois estes registros originais de tais relatos antigos não somente têm sido negligenciados por outros estados da Grécia, mas até entre os próprios atenienses, que pretendem ser autóctones, e que aplicam-se ao conhecimento, não há tais registros; pelo contrário, eles mesmos dizem que as leis de Draco relacionadas ao assassinato, que existem atualmente em [forma] escrita é o mais antigo de seus registros públicos; que Draco ainda viveu apenas um pouco antes do tirano Pisistratus. (5) Assim como os arcadianos, que fizeram semelhante ostentação de sua antiguidade, sobre quem preciso falar em especial, visto que isso foi ainda depois, antes deles adquirirem suas letras, e aprendê-las, e [isso] também com dificuldade.

5. Tem que, então, naturalmente surgir grandes diferenças entre os escritores, quando eles não tinham relatos originais que contavam sobre a sua fundação, para talvez transmitir informações àqueles que tivessem uma inclinação para informar-se, e contradizer aqueles que contássem mentiras. De qualquer forma, suponhamos um segundo motivo, além destas anteriores contradições. É este: aqueles que foram os mais zelosos a escrever história não foram solicitados para se descobrir a verdade, ainda que fosse muito simples para eles fazerem de tal coisa uma profissão permanente; mas seus negócios foram demonstrar que eles poderiam escrever belamente, e impressionar com isso a espécie humana; e por tal maneira de escrever eles acreditam estarem habilitados a exceder outros, por referenciarem-se em si mesmos. Alguns deles entregam-se à escrita de narrações fabulosas; outros esforçam-se em agradar cidades ou reis, por escreverem em sua admiração; ainda outros diminuem-se encontrando falhas em relatos, ou nos escritores de tais assuntos, e pensam estar impressionando muito por assim fazerem. E realmente estes tornam qualquer coisa da mais contraditória em história verdadeira. Pois este é o grande caráter da verdadeira história, que todos nisto preocupam-se, tanto em falar quanto escrever as mesmas coisas; enquanto estes homens, por escreverem diferentemente a respeito das mesmas coisas, pensam que serão acreditados, por escreverem com este grandioso respeito para com a verdade. Nós, então, [que somos judeus] devemos render-nos diante dos escritores gregos no que tange a linguagem e eloquência de composição; mas não lhes daremos tal reconhecimento na veracidade da história antiga, e no mínimo de todos concernente aos assuntos de nossos próprios inúmeros países.

6. Em relação aos cuidados da escrita dos relatos de longínquas antiguidades entre os egípcios e babilônios, os sacerdotes foram incumbidos disso, e empregaram nisso uma filosófica preocupação. Entre os babilônios, foram os sacerdotes caldeus quem fizeram tal coisa. E os fenícios, que misturaram-se entre os gregos, os fizeram usar suas letras nos assuntos comuns da vida, e para comunicar a história dos negócios públicos; penso que talvez omitiram alguma prova, por todos os homens permitirem-no. Porém agora, conforme nossos antepassados, que não tomaram pouco cuidado sobre a escrita de semelhantes registros, (pois não direi que eles tomaram grande cuidado, maior do que outros dos quais já falei) e que eles incumbiram de tal matéria seus sumos-sacerdotes e seus profetas, e aqueles relatos têm sido escritos até hoje com máxima exatidão; além disso, se não for ousadia da minha parte em dizer, nossa história assim será escrita no futuro_ me esforçarei em te informar resumidamente.

7. Com o intuito de nossos antepassados não apenas nomear o melhor destes sacerdotes, e aqueles que preocuparam-se no culto Divino, por aqueles designados antes, mas prover meio da descendência dos sacerdotes continuar pura e sem mistura, quem é participante dos sacerdócio é obrigado a tomar uma esposa da mesma nação, sem dar consideração alguma a dinheiro, ou qualquer outra dignidade; mas ele faz um escrutínio, e obtém a genealogia da esposa por antigos registros, e adquire muitas testemunhas para isso. (7) E esta é nossa prática não somente na Judéia, mas sempre onde quer ***wheresoever*** que qualquer pessoa de nossa nação viva. E até aquele exato catálogo do casamento de nossos sacerdotes é guardado. Eu penso que no Egito e em Babilônia, ou em qualquer outro lugar do resto da terra habitada, onde quer que nossos sacerdotes estejam dispersos, eles enviam para Jerusalém os antigos nomes de seus parentes por escrito, assim também de seus remotos ancestrais, e significativamente os que são testemunhas também. Mas se alguém morrer na guerra, conforme já aconteceu a muitos, como quando Antíoco Epifanes invadiu nosso país, e também Pompeu, o grande e Quintilius Varus, e principalmente na guerra que ocorreu em nossos próprios tempos, os sacerdotes que sobreviveram compõem novas listas genealógicas dos velhos registros, e examinam as circunstâncias das mulheres que ficaram, para não admitirem mais aquelas que tenham sido cativas, por suspeita delas terem [sido estupradas] por algum estrangeiro. O que, porém, é o mais poderoso argumento da nossa exatidão no gerenciamento deste assunto é que _ direi agora_ nós temos os nomes de nossos sumos sacerdotes do pai para o filho, descendo em nossos registros, pelo intervalo de dois mil anos; e se algum destes tornou-se transgressor destes preceitos, fica proibido de apresentar-se no altar, ou de participar em qualquer outra de nossas purificações; e isso corretamente, ou de preferência, necessariamente feito, pois a cada um não é permitido de seu próprio consentimento ser um escritor, sendo somente dentre os profetas os que têm escrito os originais e primeiros relatos das coisas, conforme informados pelo próprio Deus por inspiração. E houveram outros que escreveram os acontecimentos de seus próprios tempos, e em distinta maneira também.

8. Pois não temos uma inumerável multidão de livros entre nós, discordando e contradizendo uns aos outros, [como os gregos], mas somente vinte e dois livros, (8) que contêm os registros de todo o tempo decorrido; que são devidamente acreditados [como] sendo divinos; destes, cinco pertencem a Moisés, que contém suas leis e as tradições da origem da espécie humana até a morte dele. Este intervalo de tempo foi de apenas três mil anos. Mas da morte de Moisés até o reinado de Artaxerxes, rei da Pérsia, que reinou depois de Xerxes, os profetas que houveram depois de Moisés escreveram o que foi feito em seus tempos em treze livros. Os quatro livros restantes contêm hinos a Deus, e preceitos de conduta para a vida humana. É verdade que nossa história tem possuido escritores desde Artaxerxes, muito particularmente, mas não são estimados de semelhante autoridade como os anteriores, de nossos antepassados, porque não tem havido uma exata sucessão dos profetas desde aquele tempo. E que nós temos dado crédito firmemente a estes livros de nossa nação é evidente pelo que fazemos; pois durante muitas gerações conforme já passamos, ninguém teve a ousadia de acrescentar coisa alguma, nem tirar coisa alguma, ou mudar algo neles. Mas torna-se natural a todos os judeus imediatamente, desde o nascimento, estimar estes livros contendo as doutrinas divinas, para perseverar neles, e, se for o caso, morrer de bom grado por eles. Pois isto não é coisa nova para os dos nossos capturados, muitos deles em número, e frequentemente no tempo, serem vistos sofrerem torturas e mortes de toda espécie nos teatros, ao invés de dizerem uma palavra contra nossas leis e os registros nelas contidos. Enquanto que não há ninguém dentre todos os gregos que experimentariam o mínimo dano por aqueles relatos, não, nem se caso todos os escritos dentre eles fossem destruídos; pois eles os aceitam como discursos agradavelmente compostos, de acordo com as inclinações daqueles que as escrevem. E eles têm justamente a mesma opinião dos antigos escritores, visto que vêem alguém da presente geração corajoso o suficiente para escrever sobre tais assuntos, onde eles não estavam presentes, nem tiveram interesse o bastante para informarem-se sobre isso com aqueles que conheceram-nas; exemplos do que talvez houve nesta última guerra dos nossos, onde algumas pessoas têm escrito histórias, e as publicado sem nunca terem estado nos lugares relacionados, nem estando próximas deles quando as ações ocorreram; mas estes homens enfiam umas poucas coisas juntamente com boatos, e insolentemente ofendem o mundo chamando estes escritos pelo nome de Histórias.

9. No que diz respeito a mim, compus uma história verídica daquela guerra inteira, e de todas as particularidades que nela ocorreram, conforme relacionam-se em todos os seus negócios; pois eu atuei como general daqueles entre nós que são chamados galileus, conforme nos foi possível fazer alguma oposição. Fui então capturado pelos romanos, e tornei-me um cativo. Vespasiano e também Tito colocaram-me sob uma guarda, e forçaram-me a estar presente continuamente. Primeiro fui colocado em laços, mas fui mais tarde posto em liberdade, e enviado para acompanhar Tito quando ele veio de Alexandria para o cerco de Jerusalém, durante o qual nada aconteceu que tenha escapado do meu conhecimento; pois o que aconteceu no acampamento romano eu presenciei, e escrevi cuidadosamente; e [no que diz respeito a] informações dos desertores trazidos [para fora da cidade], eu era o único homem que os entendia. Posteriormente tive descanso em Roma, e quando todos os meus materiais estavam preparados para aquele trabalho, fiz uso de algumas pessoas para auxiliarem-me no conhecimento do idioma grego, e por estes meios eu compús a história daqueles fatos. E estava tão certificado da verdade daquilo que relatei, que antes de tudo apelei para aqueles que tiveram o supremo comando daquela guerra, Vespasiano e Tito, como testemunhas minhas; presenteei-os com aqueles livros antes de tudo, e depois a muitos dos romanos que tinham estado na guerra. Eu também distribui-os a muitos dos nossos próprios homens que entendiam da filosofia grega, entre quem estavam Julius Archelaus, Herodes, [rei de Cálcis], uma pessoa de grande seriedade, e o próprio rei Agripa, uma pessoa que merece grandiosa admiração. Agora todos estes homens evidenciaram seu testemunho para comigo, como tendo estrito respeito pela verdade; ainda que nada dissimulei no assunto, nem silenciei, se eu, fora o que ignorei, ou fora a preferência de algum lado, entre me terem dado falso colorido às ações, ou omitido algo.

10. Houve realmente alguns homens maus, que tentaram caluniar minha história, e tomou-a como uma espécie de performance instrutiva para exercitar homens jovens. Uma estranha espécie de acusação e calúnia esta! Desde que cada um tomou para si comunicar a história das ações, verdadeiramente torna-se necessário eles mesmos conhecê-las em primeira mão, conforme ou relacionou-se com ela, ou foi informado dela por aqueles que dela tiveram conhecimento. Entre ambos os métodos de [obter] conhecimento, eu posso muito apropriadamente [afirmar que me utilizei de] ambos na composição do meu trabalho; pois, conforme eu disse, traduzi as "Antiguidades" dos nossos livros sagrados, que eu indubitavelmente pude fazer. Anteriormente fui sacerdote de nascimento, e estudei aquela filosofia que está contida naqueles escritos; e para a "História da Guerra", a escrevi à medida que eu mesmo participava dos acontecimentos, uma testemunha ocular em grande parte do restante, e não [me] ficou desconhecido coisa alguma, seja o que for que tenha sido dito ou feito. Quanto mais insolentes devem ser estimados aqueles que responsabilizam-se por contradizer-me a respeito do real estado daqueles assuntos! Estes, embora pretendam ter feito uso das próprias memórias de ambos os imperadores, ainda não saberiam informar-nos quem lutou contra eles.

11. Fui obrigado a fazer este desvio de rumo por necessidade, sendo ansioso por expor o orgulho daqueles que professam ser escritores de histórias; e suponho ter explicado suficientemente que este costume de transmissão de histórias dos tempos antigos foi melhor preservada por aquelas nações chamadas bárbaras, mais do que pelos próprios gregos. Eu desejo agora dizer umas poucas coisas àqueles que esforçam-se em provar que nossa constituição é recente, conforme eles simulam, porque os escritores gregos nada disseram sobre nós. Depois produzirei testemunhos de nossa antiguidade por escritos de estrangeiros; depois também demonstrarei que estes que lançam contra nós acusações fizeram-no muito injustamente.

12. Nós mesmos nunca habitamos um país marítimo, nem deleitamo-nos em comércio, nem, do mesmo modo em nos misturarmos entre outros homens conforme surgiam por lá; mas as cidades em que moramos são afastadas do mar, e tendo um país fértil para habitarmos, nos esforçamos em apenas cultivá-lo. O maior cuidado que temos é o de educar bem nossas crianças; e acreditamos que seja o assunto mais importante de toda nossa vida observar as leis que nos foram dadas, e sustentar aqueles preceitos de piedade que nos foram entregues. Visto, então, que além do que já observamos a respeito, nós temos tido um peculiar modo próprio de viver, não surgiu ocasião propícia, nos tempos antigos, para nos misturarmos entre os gregos, como eles tiveram para misturarem-se com os egípcios, por seu comércio de exportar e importar várias mercadorias; como também misturaram-se com os fenícios, que viviam à beira-mar, por meio de seu amor ao lucro do comércio e mercantilismo. Nem nossos antepassados entregaram-se, como fizeram alguns outros, ao roubo; nem tornaram costume ganhar mais riquezas provocando guerra com os estrangeiros, ainda que nosso país tenha vários miríades (*) de homens corajosos o bastante para tal propósito.

     (*)  "...vários miríades..." (many ten thousands) , ou seja, literalmente "vários dez mil".

Por essa razão foi que os próprios fenícios vieram logo a ser conhecidos pelos gregos por seus negócios e navegação. E por meio deles os egípcios também se tornaram conhecidos aos gregos, como fez todos aqueles povos de quem os fenícios em longas viagens pelo mar, carregaram mercadorias para os gregos. Também os medos e persas, quando eles eram senhores da Ásia, tornaram-se bem conhecidos por eles; e isso foi especialmente verdade com os persas, que conduziram seus exércitos tão distante quanto outro continente (*). Os trácios foram também conhecidos por eles em razão da proximidade de seus países, e os citas por aqueles que navegaram para o Ponto; foi assim em geral que todas as nações marítimas, e aqueles que habitam próximo aos mares leste ou oeste, tornaram-se mais conhecidos para aqueles que eram ansiosos de escrever. Mas do mesmo modo, à medida que tiveram suas habitações mais distantes do mar, foram na maior parte desconhecidos a eles que coisas lhes aconteceram, conforme a Europa também, onde a cidade de Roma, que tem possuido há muito tempo enorme poder, e executou tais grandes ações na guerra, em momento nenhum é mencionada por Heródoto, nem por Tucídides, nem por qualquer outro de seus contemporâneos. Os romanos tornaram-se conhecidos pelos gregos muito mais tarde, e com grande dificuldade. Pelo contrário, aqueles que foram contar as mais exatas histórias (e Ephorus [sendo] um) foram tão completamente ignorantes sobre os gauleses e espanhóis, que supunham que os espanhóis, que habitam uma tão grande parte das regiões ocidentais da terra, fossem não mais do que uma cidade. Aqueles historiadores também se aventuraram a descrever semelhantes costumes como se fossem úteis para eles, de que aqueles nunca [ficaram] entre fazer e dizer. E a razão daqueles escritores não terem conhecimento da verdade de seus assuntos foi este, que eles não tinham comércio algum entre si; mas a razão deles escreverem semelhantes falsidades foi a intenção de aparentarem conhecer coisas que outros não conheciam.

   (*) Europa.

Como pode, então, ser algo assombroso a nossa nação não ter sido mais conhecida para a maioria dos gregos, nem ter havido ocasião alguma em que fossem mencionados por seus escritos, já que eles estavam distantes do mar, e tinham esse modo peculiar de conduzir suas vidas?

13. Permitamos agora situar o caso: façamos uso deste argumento dos gregos, por sua vez, provando que sua nação não é antiga por nada ser dito deles em nossos registros; eles não escarneceriam de todos nós, e provavelmente nos dariam as mesmas razões para nosso silêncio que eu tenho agora alegado, e apresentariam as nações que são deles vizinhos como testemunhas de sua antiguidade? Agora a mesmíssima coisa me esforçarei em fazer: apresentarei os egípcios e fenícios como minhas principais testemunhas, pois ninguém pode reclamar de seu testemunho como falso, tomando-se em conta que eles são bem conhecidos por terem grande ódio contra nós. Penso isso quanto aos egípcios em geral, todos eles, enquanto os fenícios, conhecidos como tírios, têm sido os de maior disposição maldosa para conosco. Ainda confesso que não posso dizer o mesmo dos caldeus, visto que nossos primeiros líderes e ancestrais derivaram deles; e eles fazem menção de nós, judeus, em seus registros, no relato de parentesco [que] há entre nós. Agora quando eu tiver feito declarações legítimas, longe do interesse dos outros, demonstrarei que alguns dos escritores gregos fizeram menção de nós, judeus, de tal forma que aqueles que nos invejam talvez nem terão a pretensão de contradizer o que eu disse a respeito de nossa nação.

14. Começarei com os escritores egípcios; sem dúvida, não com aqueles que escreveram na língua egípcia, sendo esta impossível para mim, fazê-lo. Mas Mâneton foi um homem que por nascimento, egípcio, ainda fez de si mesmo mestre do conhecimento grego, conforme é bem evidente; pois ele escreveu a história de seu próprio país no idioma grego, por traduzí-lo, como ele mesmo diz, dos seus sagrados registros; ele também encontra grande falha em Heródoto por sua ignorância e falsas relações dos assuntos egípcios. Já este Mâneton, no segundo livro da sua História Egípcia, escreve concernente a nós da seguinte maneira. Colocarei abaixo suas muitas palavras, conforme foi possível, trouxe o próprio homem completo para uma corte como testemunha: "Tivemos um rei de nome Timaus. Sob ele isso veio a acontecer, não sei como, que deus estava contra nós, e vieram, de maneira surpreendente, homens de ignorado nascimento das regiões orientais, e tiveram bastante ousadia para fazer uma expedição contra nosso país, e com facilidade subjugaram pela força, sem aventurarmos uma batalha contra eles. Então quando eles conseguiram ter sob seu poder aquele que nos governava, queimaram nossas cidades, e demoliram nossos templos dos deuses, e usaram depois todos os habitantes das mais bárbaras maneiras; além disso, alguns eles mataram, e puseram suas crianças e esposas sob escravidão. Posteriormente fizeram um deles rei, cujo nome era Salatis; ele também viveu em Mênfis, e fez tanto o Alto como o Baixo egito pagarem tributo, e colocou guarnições nos lugares em que considerou apropriados. Ele dirigiu-se principalmente à segurança das regiões orientais, prevendo que os assírios, que tinham então o maior poderio, ficariam desejosos daquele reino, e o invadiria; e como ele encontrou no Nomos Saite [Sethroite] uma cidade muito adequada ao seu propósito, colocada sob o canal Bubastic, mas respeitando a certa noção teológica foi chamada Avaris; esta ele reconstruiu, e a fortificou muito com muralhas que ele construiu sobre ela, e colocou numerosíssima guarnição de duzentos e quarenta homens armados que nela deixou para guardá-la. Para lá Salatis ía no tempo de verão, em parte para recolher cereais, e pagar o salário dos soldados, e em parte para exercitar seu exército armado, e através disso aterrorizar os estrangeiros. Depois dele reinar treze anos, outro reinou, cujo nome era Beon, por quarenta e quatro anos; depois dele reinou outro, chamado Apachnas, trinta e seis anos e sete meses; depois dele Apófis reinou sessenta e um anos, e então Janins cinquenta anos e um mês; depois de todos aqueles Assis reinou quarenta e nove anos e dois meses. E estes seis foram os primeiros governantes entre eles, e todos prosseguiram fazendo guerra com os egípcios, e eram muito ansiosos de gradualmente destruí-los até as raízes. Toda esta nação era chamada Hycsos, que significa Pastores-reis: a primeira sílaba, Hyc, de acordo com o dialeto sagrado, denota um rei, enquanto Sos, um pastor; mas isto de acordo com o dialéto normal; e destas se compõem Hycsos, mas alguns dizem que estes povos eram árabes." Já em outra cópia está dito que esta palavra não denota Reis, mas, ao contrário, denota Cativos Pastores, e está na explicação da partícula Hyc; pois Hyc, com aspiração, no idioma egípcio novamente denota Pastores, e essa explicitamente também; e este para mim aparenta ser o conceito mais provável, e mais conforme à história antiga. [Mas Mâneton continua]: "Este povo, que anteriormente denominamos reis, e também chamados pastores, e seus descendentes", como ele diz, "tomaram posse do Egito quinhentos e onze anos." Depois disso, diz ele, "Aqueles reis de Tebas e outras partes do Egito fizeram uma insurreição contra os pastores, e houve uma terrível e longa guerra entre eles." Ele diz mais adiante: "Até que sob um rei, cujo nome era Alisphragmuthosis, os pastores foram subjugados por ele, e foram deveras dirigidos a outras partes do Egito; mas foram encerrados num lugar que contém dez mil acres; este lugar era chamado Avaris." Mâneton diz: "Aqueles pastores construiram uma muralha em torno deste lugar, uma grande e forte muralha, no objetivo de manter todas as suas posses e seu roubo numa fortaleza; porém Thummosis, filho de Alisphragmuthosis fez uma tentativa de tomar-lhes pela força e pelo cerco, com quatrocentos e oitenta mil homens deitá-la [ao chão]. Mas perdeu sua esperança de tomar o lugar pelo cerco, e veio a entrar num entendimento com eles, deles partirem do Egito, e irem, sem fazer-lhes qualquer dano, para onde quer que fossem. E, depois de feito esse acordo, eles viajaram com todas as suas famílias e pertences, não menos em número do que duzentos e quarenta mil, e viajaram para fora do Egito, através do deserto, para a Síria. Mas como tiveram medo dos assírios, que tinham então o domínio sobre a Ásia, construíram uma cidade naquele país que é agora chamado Judéia, grande o suficiente para conter este grande número de homens, e chamaram-na Jerusalém. (9) Agora Mâneton, em outro livro dele, diz: "Esta nação, assim chamada Pastores, foram também chamados Cativos, em seus livros sagrados." E este relato dele é verdadeiro; pois criar rebanhos foi o trabalho de nossos antepassados nas mais antigas eras, (10) e como eles conduziam suas vidas viajando [para] alimentar o rebanho, foram chamados Pastores. Nem foi isso sem razão, serem chamados Cativos pelos egípcios, visto que um dentre nossos ancestrais, José, contou ao rei do Egito que ele foi um cativo, e mais tarde levou seus irmãos para o Egito pela permissão do rei. Mas a respeito destes assuntos, farei uma mais exata investigação em outro lugar. (11)

15. Mas agora apresentarei os egípcios como testemunhas da antiguidade de nossa nação. Trarei, então, aqui Mâneton novamente, e o que ele escreveu, conforme a ordem dos tempos neste caso. E assim ele diz: "Quando este povo ou pastores foram embora do Egito para Jerusalém, Tethtoosis, o rei do Egito, que os expulsou, reinou depois, vinte e cinco anos e quatro meses, e então morreu; depois dele seu filho Chebron segurou o reino por trinta anos; depois veio Amenophis, por vinte anos e sete meses; então veio sua irmã Amesses, por vinte e um anos e nove meses; depois dela veio Mephres, por doze anos e nove meses; depois dele foi Mephramuthosis, por vinte e cinco anos e dez meses; depois dele foi Thmosis, por nove anos e oito meses; depois dele veio Amenophis, por trinta anos e dez meses; depois dele veio Orus, por trinta e seis anos e cinco meses; então veio sua filha Acenchres, por doze anos e um mês; então foi seu irmão Rathotis, por nove anos; então foi Acencheres, por doze anos e cinco meses; então veio outro Acencheres, por doze anos e três meses; depois dele Armais, por quatro anos e um mês; depois dele foi Ramesses, por um ano e quatro meses; depois dele veio Armesses Miammoun, por sessenta e seis anos e dois meses; depois dele Amenophis, por dezenove anos e seis meses. Depois dele veio Sethosis, e Ramesses, que tinha um exército a cavalo, e uma força naval. Este rei nomeou seu irmão, Armais, para ser seu substituto sobre o Egito." [Em outra cópia, isso é posto assim: "Depois dele veio Sethosis, e Ramesses, dois irmãos, o primeiro deles teve uma força naval, e de maneira hostil destruiu aquele que encontrou-o no mar; mas como ele matou Ramesses não muito tempo depois, nomeou assim outro dos seus irmãos para ser seu substituto sobre o Egito.] Ele deu-lhe também toda a autoridade de um rei, mas com esta imposição, dele não colocar o diadema, nem injuriar a rainha, a mãe de sua criança, e não se intrometer com as outras concubinas do rei. Enquanto ele fazia uma expedição contra Cyprus, e Fenícia, e também contra os assírios e medos, subjugou, então a todos, alguns pelas armas, alguns sem luta, e outros pelo terror de seu grande exército; e sendo elevado pelo grande sucesso que havia tido, ele partiu mais corajosamente, e derrubou cidades e países localizados nas partes orientais. Mas depois de um considerável tempo, Armais, que ficou no Egito, fez, sem medo, todas aquelas muitas coisas, tudo ao contrário do que seu irmão havia o proibido de fazer; pois ele usou de violência para com a rainha, e continuou a fazer uso do resto das concubinas, sem poupar nenhuma delas. Pelo contrário, conforme a persuasão de seus amigos, colocou o diadema, e se opôs a seu irmão. Mas então aquele que havia ficado sobre os sacerdotes do Egito escreveu cartas a Sethosis, e informou-o de tudo que havia ocorrido, e de como seu irmão tinha feito oposição a ele. Então ele voltou a Pelusium imediatamente, e recuperou seu reino novamente." O país também foi chamado de seu nome, Egito; pois Mâneton diz que o próprio Sethosis foi chamado Egytus, como foi seu irmão Armais chamado Danaus.

16. Este é o relato de Mâneton. E isto fica claro pelo número de anos por ele colocado para esse intervalo, se eles forem somados juntos, desde aqueles pastores, conforme eles são aqui chamados, que não eram ninguém além de nossos antepassados, foram livrados do Egito, e vieram daquele lugar e habitaram este país, trezentos e noventa e três anos antes de Danaus vir para Argos; ainda que os argives o vejam (12) como seu mais antigo rei, Mâneton, então, nos dá seu testemunho em dois pontos importantíssimos ao nosso propósito, e provenientes dos próprios registros egípcios. Em primeiro lugar, que nós viemos de outro país para o Egito; e também que nossa libertação de lá foi tão antiga no tempo, que até precede o cerco a Tróia quase mil anos. Mas sobre as coisas que Mâneton acrescenta, não dos registros egípcios, mas como ele mesmo confessa, de algumas histórias de uma origem duvidosa, eu o refutarei futuramente em particular, e demonstrarei que estas não são mais que fábulas impossíveis.

17. Agora, então, passarei destes registros, e irei para aqueles pertencentes aos fenícios, e relativos a nossa nação, e produzirei confirmação do que já afirmei sobre eles. Há, então, relatos entre os tírios que percorrem a história de muitos anos, por meio daqueles registros públicos, e são feitos com grande exatidão, incluindo descrições de fatos ocorridos entre eles, e igualmente concernente também a seus negócios com outras nações, que são dignos de serem recordados. Nestes foi registrado que o templo construído pelo rei Salomão em Jerusalém, cento e quarenta e três anos e oito meses antes dos tírios construírem Cartago; e em seus anais a construção do nosso templo é relatada; pois Hirão, rei de Tiro, foi amigo do nosso rei Salomão, e teve transmitida semelhante amizade de seus antepassados. Ele por isso era ansioso de contribuir para o esplendor da edificação de Salomão, e fez-lhe um presente de cento e vinte talentos de ouro. Ele também cortou-lhe as mais excelentes árvores daquela montanha chamada Líbano, e enviou-lhe para adornar seu telhado. Salomão também não somente fez-lhe muitos outros presentes, como forma de recompensa, mas deu-lhe também uma aldeia na Galiléia, que foi chamada Chabulon. (13) Mas houve outra paixão, uma filosófica inclinação deles, que cimentou a amizade entre eles; pois eles enviaram perguntas um ao outro, com o desejo de tê-las solucionado um pelo outro; no que Salomão foi superior a Hirão, conforme este foi mais sábio que aquele em outros aspectos. E muitas das cartas transmitidas entre eles estão ainda preservadas entre os tírios. Agora, de forma que isto talvez não dependa de minhas palavras expostas, eu apresentarei como testemunha Dio, alguém a quem é creditado ter escrito a História Fenícia de maneira precisa. Este Dio, então, escreve assim, em suas Histórias dos Fenícios: "Na morte de Abibalus, seu filho Hirão teve o reino. Este rei construiu aterros nas partes orientais da cidade, e ampliou-a; ele também uniu o templo de Jupiter Olimpio, que localizava-se antes numa ilha própria, à cidade, por construir uma trilha entre eles, e adornou aquele templo com contribuição de ouro. Além disso ele viajou ao Líbano, e fez com a madeira cortada, construção de templos. Eles dizem, mais à frente, que Salomão, quando era rei de Jerusalém, enviou enigmas para Hirão resolver, e pediu que ele enviasse outros de volta àquele, para resolver, e que [se] ele não conseguisse resolver os problemas propostos para si, pagaria com dinheiro àquele que resolvesse. E quando Hirão concordou com a proposta, mas não foi capaz de resolver os enígmas, foi obrigado a pagar uma grande soma em dinheiro, como uma multa por isso. Conforme também eles relatam, que um Abdemon, um homem de Tiro, obteve a solução dos problemas, e propôs outros que Salomão não conseguiu solucionar, pelos quais ele foi obrigado a pagar de volta uma grande quantia de dinheiro a Hirão." Estas coisas estão atestadas por Dio, e confirmam o que dissemos sobre o assunto antes.

18. Agora acrescentarei Menandro, o efésio, como um testemunho adicional. Este Menandro escreveu os Atos tanto de gregos como bárbaros, sobre cada um dos reis tírios, e esforçou-se muito para conhecer sua história tirada de seus próprios relatos. Agora quando ele estava escrevendo sobre aqueles reis que haviam reinado em Tiro, veio para Hirão e disse assim: "Na morte de Abibalus, seu filho Hirão obteve o reino; ele viveu cinquenta e três anos, e reinou trinta e quatro. Ele construiu um aterro no que é chamado Lugar Amplo, e dedicou aquela coluna de ouro que está no templo de Júpiter; ele também foi e cortou madeira proveniente da montanha chamada Líbano, e obteve madeira de cedro para o telhado dos templos. Ele também derrubou os velhos templos, e construiu novos no lugar; além disso, ele consagrou os templos de Hércules e Astarte. Ele primeiro construiu o templo de Hércules no monte Peritus, e aquele de Astarte quando ele fez sua expedição contra os Tityans, que não queriam pagar seu tributo; e quando ele os subjugou a si, retornou ao lar. Sob este rei houve um jovem filho de Abdemon, que solucionou os enigmas que Salomão, rei de Jerusalém havia sugerido para resolver." Já do tempo deste rei até a construção de Cartago é assim calculado: "Depois da morte de Hirão, Baleazarus seu filho, teve o reino. Ele viveu quarenta e três anos, e reinou sete; depois dele sucedeu-o seu filho Abdastartus; ele viveu vinte e nove anos, e reinou nove anos. Quando quatro filhos seus da mesma mãe conspiraram contra ele e o assassinaram, o primogênito daquele reinou doze anos; depois dele veio Astartus, o filho de Deleastartus; ele viveu cinquenta e quatro anos, e reinou doze anos; depois dele veio seu irmão Aserymus; ele viveu cinquenta e quatro anos, e reinou nove. Ele foi assassinado por seu irmão Pheles, que tomou o reino e reinou apenas oito meses, tendo vivido cinquenta anos; ele foi assassinado por Ithobalus, o sacerdote de Astarte, que reinou trinta e dois anos, e viveu sessenta e oito anos; ele foi sucedido por seu filho Badezorus, que viveu quarenta e cinco anos, e reinou seis; ele foi sucedido por Matgenus, seu filho; ele viveu trinta e dois anos, e reinou nove; Pygmalion sucedeu-o; ele viveu cinquenta e seis anos, e reinou quarenta e sete anos. Já no sétimo ano de seu reinado, sua irmã fugiu dele, e construiu a cidade de Cartago na Líbia." Assim, do inteiro período do reinado de Hirão, até a construção de Cartago, atingem a soma de cento e cinquenta anos e oito meses. Posto que o templo foi construído em Jerusalém no décimo segundo ano do reinado de Hirão, houve, da construção do templo até a construção de Cartago, cento e quarenta e três anos e oito meses. Portanto, que razão há de alegar mais algum testemunho das histórias fenícias [na defesa de nossa nação], visto que o que tenho dito já está completamente confirmado? E para ser claro, nosso ancestrais vieram para este país muito antes da construção do templo; pois não construímos nosso templo até que tínhamos tomado posse de toda a terra por meio da guerra. E este é o ponto que eu claramente provei, dos nossos escritos sagrados, no meu Antiguidades.

19. Agora contarei o que está escrito concernente a nós nas Histórias dos Caldeus, aqueles relatos que têm grande concordância com nossos livros em ***(oilier)*** coisas também. Beroso será testemunha do que eu digo: ele foi caldeu por nascimento, bem conhecido por sua instrução, por conta da publicação dos seus livros caldeus de astronomia e filosofia entre os gregos. Então este Beroso, seguindo os mais antigos registros de sua nação, deu-nos uma história do dilúvio de águas que houve, e através deste, a destruição da espécie humana, e concorda com a narração de Moisés sobre isso. Ele também nos dá um relato [de como] aquela arca de Noé, o originador da nossa raça, foi preservada quando esta foi trazida para as alturas das montanhas Armênias; depois de dar-nos um catálogo da posteridade de Noé, e acrescentar os anos da sua cronologia, e ir descendo até Nabopolassar, que foi rei de Babilônia e dos caldeus. E quando ele relatou os atos deste rei, descreveu para nós como este enviou seu filho Nabucodonosor contra o Egito, e contra nossa terra, com um grande exército, pois foi informado que eles haviam se revoltado; e como, por aqueles meios, ele subjugou a todos eles, e ateou fogo em nosso templo que estava em Jerusalém; e além disso removeu completamente nosso povo do seu próprio país, e transferiu-os para Babilônia; quando isso aconteceu desta forma nossa cidade ficou desolada durante um intervalo de setenta anos, até os dias de Ciro, rei da Pérsia. Então ele disse: "Este rei babilônio conquistou o Egito e Síria e Fenícia e Arábia, e excedeu na exploração a todos aqueles que tiham reinado antes dele na Babilônia e Caldéia." Um pouco depois este Beroso acrescenta a seguinte observação em sua História dos Tempos Antigos. Colocarei abaixo a descrição do próprio Beroso, que é tal: "Quando Nabopolassar, pai de Nabucodonosor, soube que o governador que ele havia colocado sobre o Egito e sobre as regiões da Celesíria e Fenícia, tinham-se revoltado contra ele, não estava capaz de sustentar isso distante; mas passando certas partes de seu exército ao filho, Nabucodonosor, que era então apenas um jovem, enviou-o contra o rebelde. Nabucodonosor batalhou contra ele e conquistou-o, e reduziu o país sob seu domínio outra vez. Isso feito, seu pai Nabopolassar caiu sob uma doença, e morrreu na cidade de Babilônia, depois de ter reinado vinte e nove anos. Mas quando ele soube, em pouco tempo, que seu pai, Nabopolassar estava morto, ajustou os assuntos no Egito e [colocou os assuntos de] outros países em ordem, e enviou os cativos que ele havia tomado dentre os judeus, fenícios, sírios e outras nações pertencentes ao Egito, para alguns de seus amigos, que corajosamente conduziram aquela parte das forças que havia na armada pesada (heavy armor), com o resto de sua bagagem para Baabilônia; enquanto ele mesmo moveu-se apressadamente, tendo porém pouco consigo mesmo, através do deserto para Babilônia. Quando chegou, encontrou os assuntos públicos sendo gerenciados pelos caldeus, e a principal pessoa entre eles havia preservado o reino a ele. Consequentemente, ele agora tinha o inteiro domínio de seu pai. Ele então veio, e dirigiu os cativos para serem colocados como colônias nos mais adequados lugares de Babilônia; mas para si, ele adornou o templo de Belus, e outros templos, depois, de maneira elegante, tirou os despojos que havia tomado nesta guerra. Ele também reconstruiu a antiga cidade, e acrescentou outra do lado de fora, e restaurou assim em alto grau Babilônia, para que ninguém que a assediasse mais tarde a conseguisse ter em poder por desviar o rio, assim como também para facilitar uma entrada nela; e isso ele fez por construir três muralhas sobre a cidade interna, e três sobre a externa. Algumas daquelas muralhas ele construiu com tijolos queimados e betume, e algumas somente de tijolos. Então quando ele tinha dessa forma fortificado a cidade com muralhas, desta excelente maneira, e havia adornado portões magníficamente, ele acrescentou um novo palácio àquele que seu pai havia residido, e este próximo daquele também, e aquele mais destacado em sua altura, e em seu grande esplendor. Este também requeriria uma longa explanação, se alguém fosse descrevê-lo. De qualquer forma, à medida que era prodigiosamente grande e magnificente, foi terminado em quinze dias. Já neste palácio ele erigiu muitos (high walks), apoiados por pilares de pedra, e por plantar o que foi chamado de paraíso suspenso, repleto de toda sorte de árvores, ele buscou fazer a exata semelhança de um país montanhoso. Este ele fez para agradar sua rainha, pois ela tinha sido trazida da Média, e apreciava as regiões montanhosas."

20. Isto é o que Beroso relata concernente ao supramencionado rei, [assim] como ele relata muitas outras coisas daquele também no terceiro livro da sua História dos Caldeus. Neste ele queixa-se dos escritores gregos por suporem, sem qualquer fundamento, que Babilônia fora construída por Semiramis, (14) raínha da Assíria, e por ela falsamente pretender ter construído aqueles maravilhosos edifícios em Babilônia, fazendo sem estilo contradição àqueles antigos e relatando, como se eles fossem seu próprio trabalho; como sem dúvida nestes assuntos a História dos Caldeus não pode ser, porém, a de maior crédito. Além disso confirmamos a afirmação de Beroso com os arquivos dos fenícios, concernente a Nabucodonosor, de que ele conquistou toda a Síria e a fenícia; neste caso Filostratus concorda com os outros naquela história que ele compôs, onde menciona o cerco a Tiro; como fez Megastenes também, no quarto livro da sua História da Índia, onde ele pretende provar que o acima mencionado rei dos babilônios foi superior a Hércules em força e grandiosidade de suas façanhas; pois diz que ele conquistou uma grande parte da Líbia, e conquistou a Iberia também. Ora, conforme eu havia dito antes sobre o templo em Jerusalém, que foi disputado pelos babilônios, e o queimaram, mas foi reaberto quando Ciro obteve o reino da Ásia, será monstrado agora o que Beroso adiciona; assim ele diz em seu terceiro livro: "Nabucodonosor, depois de iniciar a construção da já mencionada muralha, caiu doente, e partiu desta vida, quando havia reinado quarenta e três anos; consequentemente seu filho Evil Merodaque adquiriu o reino. Depois ele dirigiu os assuntos públicos de maneira ilegal e sórdida, e Neriglissar, marido de sua irmã, concebeu um plano traiçoeiro contra ele, e o assassinou quando havia reinado apenas dois anos. Depois dele morrer, Neriglissar, a pessoa que conspirou contra ele, sucedeu-o no reino, e reinou quatro anos; seu filho Laborosoarchod recebeu o reino, apesar de ser apenas uma criança, e governou nove meses; mas por seu forte temperamento maldoso e práticas más que ele exibia a todos, uma conspiração foi planejada contra também ele por seus amigos, e foi afligido de morte. Depois de sua morte, os conspiradores juntos, de comum acordo colocaram a coroa sobre a cabeça de Nabonido, um homem de Babilônia, sendo um dos que participaram nesta insurreição. Foi em seu reinado que as muralhas da cidade de Babilônia foram curiosamente construídas com tijolos queimados e betume; mas quando ele havia chegado ao décimo sétimo ano de seu reinado, Ciro veio da Pérsia com um grande exército, e tendo já conquistado todo o resto da Ásia, veio apressadamente para Babilônia. Quando Nabonido soube que ele viera atacá-lo, veio de encontro com suas forças, e lutando contra ele, foi superado, e fugiu com um pouco de suas tropas, e foi encerrar-se na cidade de Borsippus. Subsequentemente Ciro tomou Babilônia, e deu ordem de que as muralhas externas da cidade fossem demolidas, pois a cidade havia se mostrado muito preocupante a ele, e custou-lhe grandes sofrimentos tomá-la. Então marchou para Borsippus, para assediar Nabonido. Mas como Nabonido não sustentou o cerco, mas entregou-se em suas mãos, Ciro usou de enorme bondade com ele, dando-lhe Carmania, para habitar, tirando-o, porém, de Babilônia. Consequentemente Nabonido passou o resto de seu tempo naquele país, e lá morreu."

21. Estas descrições concordam com as histórias verídicas de nossos livros; pois nestes escreveu-se que Nabucodonozor, no décimo oitavo ano de seu reinado, arrasou nosso templo, e deixou naquele estado de obscuridade por cinquenta anos; mas que no segundo ano do reinado de Ciro foram lançadas suas fundações, e este foi terminado no segundo ano de Dario. Agora adicionarei o relato dos fenícios; pois não será supérfluo dar ao leitor demonstrações mais que suficientes nesta ocasião. Nestes nós teremos até a enumeração dos seus muitos reis: "Nabucodonosor assediou Tiro por treze anos nos dias de Itobal, seu rei; depois dele reinou Baal, [por] dez anos. Depois dele foram nomeados juízes, que julgavam o povo: Ecnibalus, o filho de Baslacus, dois meses; Chelbes, filho de Abdeus, dez meses; Abbar, o sumo-sacerdote, três meses; Mitgonus e Gerastratus, filhos de Abdelemus, foram juízes seis anos; depois Balatorus reinou um ano; depois de sua morte eles chamaram e trouxeram Merbalus da Babilônia; que reinou quatro anos; depois de sua morte eles chamaram seu irmão Hirão, que reinou vinte anos. Sob este rei Ciro tornou-se rei da Pérsia." Portanto o inteiro intervalo é [de] cinquenta e quatro anos e três meses; pois no sétimo ano do reinado de Nabucodonozor, ele iniciou o sítio a Tiro, e Ciro, o persa, recebeu o reino no décimo quarto ano de Hirão. Portanto os registros caldeus e tírios concordam com nossos escritos sobre este templo; e os testemunhos aqui produzidos são indisputáveis e inegáveis confirmações da antiguidade da nossa nação. E suponho que o que já foi dito talvez seja suficiente àqueles que não são muito contenciosos.

22. Mas agora é apropriado satisfazer a investigação daqueles que desacreditam os registros dos bárbaros, e pensam que somente os gregos são dignos de confiança, e para apresentar muitos daqueles gregos que foram informados de nossa nação, e colocá-los em evidência assim como as ocasiões em que fizeram menção a nosso respeito em seus escritos. Pitágoras, de Samos, viveu em tempos bem antigos, e foi estimado [como] indivíduo superior a todos os filósofos em conhecimento e piedade dirigida a deus. Agora, ele não somente conheceu nossas doutrinas, mas foi em grandiosíssima medida seguidor e admirador delas. Não há nenhum escrito que seja realmente dele (15), mas muitos são os que têm escrito sua história, no que Hermippus é o mais celebrado, que foi um indivíduo muito investigador em toda espécie de história. Ora, este Hermippus, em seu quinto livro, relativo a Pitágoras,, fala assim: "Este Pitágoras, na morte de um de seus associados, cujo nome era Califon, um Crotonlate por nascimento, afirmou que a alma deste homem *conversou* com ele noite e dia, e impôs-lhe não passar sobre um lugar onde um asno tivesse caído morto; como também não beber igualmente de águas a medida que causassem sede novamente; e abster-se de toda sorte de repreensões." Depois disso ele acrescenta assim: "Isso ele fez e disse em imitação das doutrinas dos judeus e trácios, que ele transferiu para sua própria filosofia." Pois isto é muito verdadeiramente afirmado por este Pitágoras, que ele adotou uma grande quantidade de leis dos judeus em sua própria filosofia. Nem foi nossa nação desconhecida do passado de várias das cidades gregas, e de fato foi [contada] digna de imitação por algumas delas. Isso é declarado por Teofrastus, em seus escritos concernente a leis; pois ele diz que "as leis dos tírios proíbe aos homens jurarem estranhas maldições." Entre os quais ele enumera algumas outras, e particularmente aquela chamada Corban, juramento que pode ser encontrado somente entre os judeus, e afirma que um homem talvez chame "Uma coisa devotada a Deus". Nem ficou realmente Heródoto de Halicarnasso sem conhecimento de nossa nação, porém menciona isso depois do seu próprio modo, quando ele diz assim, no segundo livro relativo aos colquidas. Suas palavras são estas: "Os únicos povos que fazem circuncisão em seus membros originalmente são os colquidas, os egípcios e os etíopes; mas os fenícios e aqueles sírios que estão na Palestina confessam que aprenderam isso dos egípcios. E aqueles sírios que vivem ao redor dos rios Thermodon e Parthenius, e seus vizinhos, os macrones, dizem que receberam isso dos colquidas; estes são, pois, os únicos povos que praticam a circuncisão entre a humanidade, e mostram terem feito absolutamente a mesma coisa com os egípcios. Mas não sou capaz de dizer quem recebeu de quem, entre egípcios e etíopes." Isto, portanto, é o que diz Heródoto, que "os sírios que estão na Palestina que são circuncidados." Mas não há habitantes da Palestina que sejam circuncidados exceto os judeus; então foi necessário a ele conhecê-los, o que o habilitou a falar tanto [a respeito] deles. Cherilus também, ainda um antigo escritor, e poeta, (16) fez menção de nossa nação, e informa-nos que veio a assistir o rei Xerxes, em sua expedição contra a Grécia. Pois em sua enumeração de todas aquelas nações, após todas as outras nos acrescenta entre o restante, quando diz: "Deixei por último um povo, maravilhoso de se contemplar; pois eles falam o idioma fenício com suas muitas expressões; residem nas montanhas Solymean, próximo a um amplo lago; suas cabeças estavam cobertas de fuligem; eles tinham rasgos em torno de si; suas cabeças e faces eram como cabeças de cavalo sujas também, que haviam sido insensibilizadas na fumaça." Eu penso que seja evidente para todos, que Cherilus fala sobre nós, porque as montanhas Solymean estão em nosso país, onde habitamos, como também é o lago chamado Asfaltite; pois ele é mais amplo e largo que qualquer outro que esteja na Síria; e desta forma faz Cherilus menção de nós. Mas não somente a baixa espécie dos gregos, mas aqueles que são tidos em grande admiração por sua aprimorada filosofia entre eles, não somente conheceram os judeus, mas quando eles se esclareceram sobre algo a respeito deles, admiraram-se também, isso é fácil de alguém saber. Pois Clearchus, que foi aluno de Aristóteles, e não inferior enter todos os peripatéticos, em seu primeiro livro concernente ao sono, diz que "Aristóteles, seu mestre, relatou que acompanhou um judeu," e põem a própria palestra de Aristóteles com ele. O relato é este, como escrito por ele: "Uma grande parte do que disse esse judeu, seria demais para colocar aqui; mas inclui tanto o maravilhoso como a filosofia, o que não seja talvez fora de propósito aqui registrar sobre isso. "Ora, prá ser sincero contigo, Hyperochides, eu devo aqui te relatar maravilhas, e parecerá os nossos próprios sonhos." Por isso Hyperochides respondeu modestamente, e disse, "por esta forte razão é que todos nós somos muito ansiosos de ouvir o que vossa arte vem a dizer." Então replicou Aristóteles, "por esta causa este será o melhor caminho para imitar aquele governo dos Retóricos, que requer de nós primeiro dar um relato do homem, e de qual nação ele era, que assim nós talvez não iremos contradizer as instruções de nosso mestre." Então disse Hyperochides, "vá em frente, se isso te agrada." "Este homem, portanto", [continuou Aristóteles,] "foi por nascimento um judeu, e veio da Celesíria; estes judeus são derivados dos filósofos indianos; eles são chamados pelos indianos, Calami, e pelos sírios, Judaei, e tomam seu nome do país que habitam, que é chamada Judea; mas o nome de sua cidade é muito complicada, pois eles a chamam Jerusalém. Ora, este homem, quando foi muito hospitaleiramente tratado, desceu de seu país para os lugares próximos do mar, e tornou-se um grego, não somente em sua linguagem, mas em seu espírito também; a tal ponto que quando aconteceu de nós mesmos irmos à Ásia, aos mesmos lugares de onde ele veio, ele conversou conosco, e com outras filosóficas personalidades, e testou nossa habilidade filosófica; e como ele havia vivido com muito conhecimento humano, comunicou-nos mais informação do que havía recebido de nós." Este é o relato de Aristóteles sobre o assunto, conforme nos deu relato Clearchus; Aristóteles discursou também particularmente da grande e maravilhosa bravura deste judeu em sua dieta, e [da sua] forma continente de viver_ aqueles que talvez se agradem de informar-se mais sobre ele, [leiam] do próprio livro de Clearchus; pois evito [estar] colocando mais do que é suficiente ao meu propósito. Agora Clearchus disse isso em meio à seu desvio de rumo, pois seu principal objetivo era de outra natureza. Porém, Hecateus de Abdera, que foi tanto filósofo como alguém muito útil ***very useful ill*** na vida ativa, foi contemporâneo do rei Alexandre em sua juventude, e mais tarde de Ptolomeu, filho de Lago; ele não escreveu sobre os assuntos judaicos somente por escrever, mas assentou um livro inteiro concernente aos próprios judeus; livro do qual eu estarei discorrendo umas poucas coisas, do qual eu tenho estado tratando pelo modo da epítome. Em primeiro lugar, demonstrarei o tempo em que este Hecateus viveu; pois ele menciona a luta que houve entre Ptolomeu e Demétrius em Gaza, que este combate ocorreu no nono ano depois da morte de Alexandre, e na centuagésima décima sétima olimpíada, conforme afirma Castor em sua história. Pois quando ele registra esta olimpíada, ele diz mais adiante, que "nesta olimpíada Ptolomeu, o filho de Lago, golpeou na batalha, em Gaza, Demétrius, o filho de Antígonus, que era chamado Poliorcetes." Ora, é aceito por todos que Alexandre morreu na centuagésima décima quarta olimpíada; então é evidente que nossa nação floresceu neste tempo, e no tempo de Alexandre. Novamente, Hecateus diz no mesmo sentido, como segue: "Ptolomeu tomou posse dos lugares na Síria depois desta batalha em Gaza; e muitos, quando ouviram a respeito da moderação e humanidade de Ptolomeu, dirigiram-se ao Egito, e foram querendo ajudá-lo em seus assuntos; um dos quais (diz Hecateus) era Hezekiah (17), o sumo-sacerdote dos judeus; um homem de aproximadamente sessenta e seis anos de idade, e de grande dignidade entre seu próprio povo. Ele foi um homem de grande percepção, e tinha a capacidade de falar de modo muito comovente, e muito hábil no gerenciamento dos assuntos, se algum outro homem foi assim alguma vez; embora, como ele diz, todos os sacerdotes dos judeus tomassem dízimos dos produtos da terra, e administrássem os assuntos públicos, e fossem em número não mais que mil e quinhentos no máximo." Hecateus menciona este Hezekiah num segundo momento, e diz, que "como ele possuía uma enorme dignidade, e tornou-se familiar conosco, tomou certos daqueles que estavam com ele, e explicou-lhes todas as circunstâncias de seu povo; pois ele tinha todos [os locais de] habitação e regimes assentados por escrito. Além disso", declara Hecateus novamente, " do quanto respeito temos por nossas leis, e que determinamos sofrer qualquer coisa antes de transgredi-las, pois acreditamos que é correto fazer assim." Em seguida ele adiciona que "ainda que eles estejam em má reputação entre seus vizinhos, e entre todos aqueles que venham a eles, e tenham sido frequentemente tratados injuriosamente pelos reis e governantes da Pérsia, mesmo assim não se pode dissuadi-los de agirem conforme eles acreditam ser o melhor; mas que quando eles são desnudados em seu julgamento, e têm tormentos infligidos contra eles, e são levados às mais terríveis sortes de mortes, encontram-se, depois, de extraordinária maneira, além de todo povo, e não escolhem renunciar a religião de seus antepassados." Hecateus também produz não poucas demonstrações da resoluta obstinação nas leis deles, quando ele fala assim: "Alexandre foi uma vez em Babilônia, e tinha a intenção de refazer o templo de Belus, que estava caído na decadência, e neste sentido, ele mandou todos os seus soldados, em geral, trazer terra para lá. Mas os judeus, e somente eles, não queriam obedecer aquela ordem; pelo contrário, eles experimentaram chicotadas e grandes sofrimentos do qual eles receberam em razão desse assunto, até que o rei os perdoou, e permitiu-lhes viver em sossego." Ele acrescenta adiante que "quando os macedônios vieram a eles naquele país, e demoliram os antigos templos e os altares, eles os auxiliaram em demoli-los todos (18), mas [por não os ajudarem ao reconstruí-los], eles também foram submetidos a sofrimento, ou, às vezes, obtinham perdão." Ele adiciona mais a frente que "aqueles homens merecem ser admirados neste registro." Ele também fala dos poderosos de nossa nação, e diz que "os persas anteriormente levaram [mais de] dez mil de nosso povo para Babilônia, como também que [não menos de] dez mil foram removidos, depois da morte de Alexandre, para o Egito e Fenícia, pela sedição que houve na Síria." A mesma pessoa tomou nota em sua história, de quão grande é o país que habitamos, e da mesma forma de sua excelente característica, e diz, que "a terra em que os judeus habitam contém três milhões de arourae (19) e é geralmente o mais excelente e mais frutífero solo; nem é a Judéia de poucas dimensões." O mesmo homem descreve também nossa própria cidade, Jerusalém, como a [de] mais excelente estrutura, e muito ampla, e habitada desde os mais antigos tempos. Ele também discorre da multidão de homens nela, e da construção de nosso templo, da maneira que se segue: "Há muitos lugares fortificados e aldeias (diz ele) no país da Judéia; mas há uma forte cidade, [de] aproximadamente cinquenta furlongs de circunferência, que é habitada por cento e vinte mil homens, ou quase isso; eles chamam-na Jerusalém. Há no meio da cidade uma muralha de pedra, cujo comprimento é [de] quinhentos pés, e cem cúbitos de largura, com dois claustros; onde há um altar quadrado, não feito de pedra entalhada, mas composto de rochas brancas reunidas juntas, tendo cada lado vinte cúbitos de comprimento, e dez cúbitos de altura. Por isso o edifício é resistente, onde há um altar e um candelabro/castiçal, ambos de ouro, e do peso de dois talentos: sobre estes há uma luz que nunca é extinguida, seja dia ou noite. Não há imagem, nem coisa alguma, nem qualquer contribuição; nada é plantado lá, nem um bosque, nem qualquer coisa de sorte alguma. Os sacerdotes permanecem aí tanto os dias quanto as noites, executando certas purificações, e não bebendo a mínima gota de vinho enquanto estão no templo." Além disso, ele atesta que nós judeus viajamos como auxiliares junto com o rei Alexandre, e depois dele com seus sucessores. Adicionarei adiante o que ele diz ter aprendido quando ele próprio foi com o mesmo exército, concernente às ações de um homem que era um judeu. Suas palavras são estas: "Como eu mesmo estava indo ao Mar Vermelho, lá seguimos um homem, cujo nome era Mosollam; ele era um cavaleiro judeu que nos guiava; era uma pessoa de grande coragem, de vigoroso corpo, e por todos considerado (?) o mais hábil arqueiro que havia tanto entre gregos como bárbaros. Ora, este homem, como o povo estava passando em grande número no caminho, e um certo adivinho estava observando um augúrio por um pássaro, e ordenando [que] todos ficassem imóveis, exigiu deles seriedade (***staid***). Consequentemente o adivinho mostrou-lhes o pássaro do qual ele tomaria seu augúrio, e disse-lhes que se o pássaro ***staid*** onde ele estava, todos eles deveriam ficar tranquilos; mas se ele fosse para cima, e voasse adiante, eles deveriam ir adiante; mas se ele voasse para trás, ele teriam que se retirar. Mosollam não replicou, mas puxou seu arco, e atirou no pássaro, e abateu-o, matando-o; e como o adivinho e os outros ficaram furiosos, e rogaram-lhe maldições, ele replicou-lhes: "Porquê vocês estão doidos/nervosos a medida que tomam este pássaro infeliz em suas mãos? Pois como pode este pássaro dar-nos alguma informação verdadeira concernente à nossa marcha, quando não pôde prever como salvar a si mesmo? Pois se estava ele habilitado para conhecer de antemão o futuro, não teria vindo para este lugar, mas teria fugido, a fim de que Mosollam, o judeu, não atirasse nele, e o matasse." Basta o testemunho de Hecateu dado acima; quem tiver o desejo de conhecer-lhe mais, pode-se facilmente obter um livro dele. De qualquer forma não pensarei demasiadamente por mim para de acordo com Agatharchides, como tendo feito menção de nós, judeus, apesar do estilo de escárnio de nossa simplicidade, como ele supõem que seja; pois quando ele estava discursando sobre os assuntos de Stratonice, "como ela veio da Macedônia à Síria, e deixou seu marido Demétrius, enquanto ainda Seleuco não a desposara, como o esperado, mas durante o tempo dele levantar um exército em Babilônia, estourou uma sedição em Antioquia; e como, depois disso, o rei voltou, e sob a conquista de Antioquia, ela fugiu para Selêucia, e a tinha em seu poder para ***sail*** imediatamente para longe, ela ainda obedeceu um sonho que impediu-a de fazer isso, e assim foi capturada e levada à morte." Quando Agatharchides contou esta história, e zombou de Stratonice por sua superstição, ele deu como exemplo do que era relatado concernente a nós, e assim escreve: "Há um povo chamado judeu, e habitam numa cidade mais poderosa do que todas a outras, que os habitantes chamam Jerusalém, e estão acostumados a descansar em todo o sétimo dia (20), tempo do qual eles não fazem uso de suas armas, nem se metem em administrar, nem tomam em consideração assunto algum da vida, mas estendem suas mãos em seus lugares sagrados, e oram até anoitecer. Num momento assim veio a acontecer que, quando Ptolomeu, filho de Lago, veio contra esta cidade com seu exército, aqueles homens, em observância destes costumes malucos, ao invés de protegerem a cidade, sofreram a submissão de seu próprio país a um duro senhor; e sua lei foi claramente provada ser governada [por] uma ridícula prática. (21) Este incidente ensina a todos os outros homens, exceto aos judeus, [a serem] indiferentes a semelhantes sonhos em relação a como estes foram, e a não ir atrás do gosto sem valor de sugestões comunicadas como lei, quando, em semelhante incerteza das motivações humanas, eles estão em tal fracasso quanto a o que eles fariam." Agora o nosso procedimento torna visível uma coisa ridícula em Agatharchides, mas mostrar-se-á de acordo com tal qual considerar isso sem prejudicar uma grande coisa, e quanto a merecer uns grandiosos encômios; penso eu, quando certos homens constantemente preferem a observância de suas leis, e sua religião dirigida a Deus, antes da preservação de si mesmos e seu país.

23. Visto que alguns escritores têm omitido a menção de nossa nação, não por nada conhecerem a nosso respeito, mas por invejarem-nos, ou por algumas outras injustificáveis razões, eu penso poder demonstrar por detalhados exemplos; pois Hieronymus, que escreveu a História dos [sucessores de Alexandre], viveu no mesmo tempo em que Hecateus, e foi um amigo de Antigonus, e presidente ***(?)*** da Síria. Visto que é fato que Hecateus escreveu um livro inteiro a nosso respeito, enquanto Hieronymus nunca nos menciona em sua história, embora ele tenha crescido muito próximo do lugar em que vivemos. Desta forma diferem um do outro as inclinações dos homens; enquanto um acredita [que] nós merecemos ser cuidadosamente lembrados, o segundo, de má disposição, apaixonadamente cega a opinião dos outros tão inteiramente, que estes não poderiam discernir a verdade.

      • ?***Presidente? *****

E agora certamente o precedente relato dos egípcios, caldeus, fenícios, junto com tantos escritores gregos, será o suficiente para provar a nossa antiguidade. Ademais, além daqueles supramencionados, Theophilus, e Theodotus, e Mnaseas, e Aristophanes, e Hermogenes, Euhemerus também, e Conon, e Zopyrion, e possivelmente muitos outros, (pois eu não pousei [os olhos] sobre todos os livros dos gregos) fizeram distinta menção de nós. Isto é verdade, muitos dos homens anteriormente mencionados fizeram grandes erros sobre a verdade relativa a nossa nação nos tempos antigos, pois eles não leram compenetradamente nossos livros sagrados; mas todos eles têm dado seu testemunho de nossa antiguidade, relacionado com que estou agora tratando. De qualquer forma, Demetrius Phalereus, e o idoso Philo, com Eupolemus, não erraram grandemente a verdade a nosso respeito; seus pequenos enganos devem ser-lhes perdoados; pois não estava em suas possibilidades entenderem nossos escritos com perfeita exatidão.

24. Há ainda uma particularidade ficando [para] trás do que eu primeiramente propus falar: demonstrar que aquelas calúnias e acusações que alguns têm lançado sobre nossa nação são mentiras, fazendo uso do testemunho daqueles próprios escritores contra eles mesmos; e que em geral esta própria contradição tem ocorrido a muitos outros autores em razão de sua disposição maldosa para com algum povo, concluo eu, não é desconhecido daqueles que têm lido histórias com suficiente atenção; pois alguns destes têm se esforçado a destruir a nobreza de certas nações, e de algumas das mais gloriosas cidades, e têm lançado acusações contra certas formas de governo. Desta forma tem Theopompus insultado a cidade de Atenas; Policrates, que é lacedemônio, conforme protegeu/dignificou ***hat*** os escritos de Tripoliticus (pois ele não é Theopompus, conforme é suposto por alguns) fez pela cidade de Tebas. Timeils também insultou excessivamente os anteriores povos e também outros; e esse hostil tratamento eles usam principalmente quando têm uma competição com homens de enorme reputação; alguns outros por inveja e maldade, e outros, supondo que por estes ridículos falatórios seus talvez se acredite serem eles dignos de serem lembrados; e realmente suas esperanças não falham, estimados pela parcela imbecil da espécie humana, mas homens de julgamento equilibrado sempre os condenam pela grande malignidade [destes].

25. Já os egípcios foram os primeiros a lançarem acusações contra nós; no intuito de agradar esta nação, alguns outros tomaram para si perverter a verdade, enquanto nenhum deles próprios ///contam/// que nossos antepassados foram do Egito para outro país, conforme os fatos ocorreram, nem dão um relato verdadeiro da nossa partida desde então. E realmente os egípcios usam muitas ocasiões para nos odiar e invejar: em primeiro lugar, por nossos ancestrais terem obtido o domínio sobre seu país? E quando eles foram livrados deles, e foram ao seu próprio país novamente, viveram em prosperidade. Em segundo lugar, a diferença de nossa religião para com a deles ocasionou grande inimizade entre nós, enquanto nosso modo de devoção divina fizemos como que excessivamente, até que suas leis fixaram[-se], como faz a natureza de Deus exceder aquela brutalidade bestial; pois a maioria deles concordam, através de todos o país, em estimar tais animais como deuses, embora difiram um do outro nas peculiaridades da devoção que eles distintamente lhes prestam. E certamente estes homens são de mentes inúteis e ridículas, que desta forma estão acostumados desde o princípio a terem tais noções erradas sobre seus deuses, e não poderiam pensar em imitar aquela decente forma de devoção divina que nós fazemos uso; de qualquer forma, quando eles observaram nossas instituições aprovadas por muitos outros, não puderam somente invejar-nos naquele relato; pois alguns deles têm procedido por aquele caminho da tolice e mesquinhez em sua conduta, sem hesitar em contradizer seus próprios antigos registros, e além disso, para se contradizerem também em seus escritos, e foram desta forma enganados ainda por suas paixões a medida que não discerniram isso.

26. E agora voltarei meu discurso para um de seus principais escritores, que fiz anteriormente curto uso dele como uma testemunha de nossa antiguidade; me refiro a Mâneton. (22) Ele prometeu interpretar a história egípcia dos seus sagrados escritos, e descontou isso: que "nosso povo tinha vindo ao Egito, vários dez mil em número, e dominaram seus habitantes"; e quando ele havia mais à frente confessado que "nós, mais tarde, viajamos deste país, e nos estabelecemos naquele país agora chamado Judéia, e ali construímos Jerusalém e seu templo." Desta forma ele seguiu em alto grau seus antigos registros; mas depois disso ele se permite, na intenção de parecer ter escrito rumores e relatos deixados de fora sobre os judeus, introduz narrações inverossímeis, como se nós tivéssemos a multidão egípcia, que tinha a lepra e outras doenças, por terem se misturado conosco , como ele diz que eles eram, e que eles foram condenados a fugirem juntos para fora do Egito; pois ele menciona Amenophis, um nome fictício de rei, apesar de que ele não se atreve a explicar o número de anos de seu reinado, que ele já havia feito cuidadosamente conforme os outros reis mencionados por ele; então ele relaciona certas histórias fabulosas com este rei, como se, de alguma maneira, tivesse esquecido como ele já havia relatado que a partida dos pastores para Jerusalém tinha sido quinhentos e dezoito anos antes; pois Tethmosis era rei quando eles partiram de lá. Ora, desde estes dias, os reinados dos reis intermediários, de acordo com Mâneton, atingem trezentos e noventa e três anos, como ele mesmo diz, até os dois irmãos, Sethos e Hermeus; um daqueles, Sethos, foi chamado por aquele outro nome, Egyptus, e o outro, Hermeus, como Danaus. Ele também diz que Sethos ***assassinou??? foi assassinado por??? *** outro fora do Egito, e reinou cinquenta e nove anos, assim também seu primogênito, Ramsés, reinou depois dele por sessenta e seis anos. Quando Mâneton, então, tinha desta forma reconhecido que nossos antepassados haviam saído do Egito muito tempo antes, ele introduz seu fictício rei Amenophis, e diz assim: " Este rei era ansioso de tornar-se expectador dos deuses, como havia Orus, um de seus antecessores naquele reino, desejado o mesmo antes dele; ele também comunicou que desejava que seus homônimo Amenophis, que foi o filho de Papis, e um que pareceu participar da natureza divina, ambos em relação à inteligência e ao conhecimento do futuro." Mâneton adiciona, de que forma este homônimo de seu relato que [para ser] possível ver os deuses, ele [deveria] limpar o país inteiro dos leprosos e pessoas com quaisquer outras impurezas; o qual o rei ficou grato com esta condição, e foi mandar para fora do Egito todos aqueles que tinham algum defeito em seus corpos; e que seu número era de oitenta mil, que ele enviou para aquelas pedreiras que estão a leste do Nilo, para que eles lá trabalhassem, e fossem separados do resto dos Egípcios." Ele diz além disso que " havia alguns dos sábios sacerdotes que estavam contaminados com a lepra; mas que apesar disso Amenophis, homem prudente e profeta, ficou receoso que os deuses ficassem furiosos com ele e (??como rei??), se para lá aparecesse ter havido violência [contra] eles; também adiciona isso mais à frente, [sem sua sagacidade quanto ao futuro], que certo povo viria dar assistência àqueles infelizes contaminados, e conquistariam o Egito, e o teriam em sua posse treze anos; que, de qualquer forma, ele não se atreveria a contar o rei estas coisas, mas que ele deixaria um escrito para trás sobre todos aqueles assuntos, e então se suicidaria, o qual faria o rei inconsolável." Depois, escreveu desta forma literalmente: "Depois [que] aqueles que foram enviados para trabalhar na pedreira continuaram naquele miserável estado por um longo tempo, o rei desejou que ele fosse separado à cidade de Avaris, que havia sido, então, deixada aos pastores, como sua habitação e proteção; o qual ele quis garantir-lhes. Já esta cidade, de acordo com a antiga teologia, foi a cidade Typho. Mas quando aqueles homens foram recebê-la, e encontraram o lugar pronto a revoltar-se, eles mesmos nomearam um governante dos sacerdotes de Heliópolis, cujo nome era Osarsiph, e todos lhe juraram que seriam obedientes em todas as coisas. Ele então, em primeiro lugar, fez sua lei para eles, "De que eles obrigatoriamente nunca cultuariam os deuses egípcios, nem se absteriam de qualquer um daqueles sagrados animais que eles tinham em altíssima estima, mas matariam e destruiríam todos eles; que eles [não] uniriam-se com ninguém, exceto dentre aqueles que eram seus confederados. Quando ele tinha feito leis como estas, e muitas mais conforme eram essencialmente contrários aos costumes egípcios, (23) ordenou que eles aproveitassem a multidão de mãos que eles tinham na construção de muralhas sobre sua cidade, e fez [que] se preparassem para uma guerra com o rei Amenophis, enquanto ele mesmo fez [que se] tomasse dentre suas amizades os outros sacerdotes, e aqueles que eram poluídos com eles, e enviou embaixadores àqueles pastores que haviam sido conduzidos para fora do território por Tefilmosis para a cidade chamada Jerusalém; através do qual ele informou-os de seus próprios assuntos, e do estado daqueles outros que haviam sido tratados em semelhante maneira ignominiosa, e desejou que eles viessem com o consentimento de apoiá-lo nesta guerra contra o Egito. Ele também prometeu que ele, em primeiro lugar, os traria de volta à sua antiga cidade e país Avaris, e proveria um abundante sustento à sua multidão; que ele protegeria-os e lutaria por eles quando a ocasião exigisse, e facilmente reduziria o país sob seu domínio. Aqueles pastores ficaram todos muito contentes com esta menssagem, e vieram todos juntos com entusiasmo, sendo em número duzentos mil homens; e rapidamente eles vieram para Avaris. Amenophis, o rei do Egito, sendo informado da invasão deles, ficou em grande confusão, enquanto [se] questionava o que Amenophis, filho de Papis, teria lhe prognosticado; e, antes de tudo, ele reuniu a multidão dos Egípcios, e tomou conselho com seus líderes, e enviou dos seus sagrados animais para ele, especialmente daqueles que eram dos mais cultuados em seus templos, e deu uma detalhada ordem particularmente aos sacerdotes, que eles escondessem as imagens de seus deuses com o maior cuidado. Ele também enviou seu filho Sethos, que era também chamado Ramesses, de seu pai Rhampses, estando porém aos cinco anos de idade, para um amigo. Então ele passou com o resto dos Egípcios, sendo em trezentos mil dos melhores guerreiros que encontrou dentre eles, contra o inimigo. Ainda não lutou com eles; mas pensando que seria para lutar contra os deuses, ele retornou e veio para Memphis, onde ele tomou Ápis e outros sagrados animais que ele havia enviado ***parece faltar uma palavra neste ponto no text em inglês*** por ele, e imediatamente marchou para a Etiópia, junto com todo seu exército e uma multidão de egípcios. Em razão de o rei da Etiópia estar sob uma obrigação para com ele, lhe prestou contas, e cuidou de toda a multidão que estava com ele, enquanto o país supriu tudo que era necessário de alimento aos homens. Ele também dirigiu cidades e vilas para este exílio, que deveriam ser deste seu início durante aqueles inevitáveis trinta anos determinados. Ademais ele levantou um acampamento para seu exército etíope, como uma defesa ao rei Amenophis, sobre as fronteiras do Egito. E este era o estado das coisas na Etiópia. Mas o povo de Jerusalém, quando eles vieram junto com os egípcios poluídos, trataram os homens de tal bárbara maneira, que aqueles que viram como eles subjugaram o supramencionado país, e a horrível maldade da qual eles foram culpados, acreditaram ser esta a coisa mais terrível. Pois eles não somente incendiaram as cidades e vilarejos, mas não ainda satisfeitos, se tornaram culpados de sacrilégio, destruindo as imagens dos deuses, e assaram aqueles sagrados animais que eram cultuados, e forçaram os sacerdotes e profetas serem os executores e assassinos daqueles animais, e então os expulsaram nús para fora do país. Isto foi também informado àquele sacerdote, que havia decretado seu regime e suas leis, que havia nascido em Heliópolis, de nome Osarsiph, de Osíris, que era o deus de Heliópolis,; mas quando ele ficou sobre todo aquele povo, seu nome foi mudado, e foi chamado de Moisés."

27. Isto é o que os egípcios relatam sobre os judeus, com muito mais, que eu omití a fim de ser breve. Mas Mâneton vai adiante: "depois disso, Amenophis retornou da Etiópia com um grande exército, como também fez seu filho Ahampses com outro exército, e ambos se lançaram na batalha contra os pastores e o povo poluído, e os golpearam, e mataram muitos deles, e os perseguiram até os limites da Síria." Estes e semelhantes relatos estão escritos por Mâneton. Mas eu demonstrarei que ele faz zombaria, e conta enormes mentiras, depois eu farei uma distinção que exporá o que eu digo sobre ele; pois este Mâneton concordou e confessou que esta nação não era originariamente egípcia, mas que eles haviam vindo de outro país, e subjugaram o Egito, e então viajaram novamente para fora dele. Mas que aqueles egípcios que eram assim doentes em seus corpos não se misturaram conosco posteriormente, e que Moisés que trouxe o povo para fora não estava unido àquele grupo, mas viveu muitas gerações antes, eu me esforçarei em demonstrar nos próprios escritos de Mâneton.

28. Agora, nesta invenção, em primeiro lugar, Mâneton supõem algo que não é mais que ridículo; pois ele diz que "o rei Amenophis desejou ver os deuses." Que deuses, eu pergunto, ele desejou ver? Se ele tem em vista os deuses que suas leis ordenam que sejam adorados, o boi, o bode, o crocodilo, e o babuíno, ele já os via! Mas se eram os deuses celestes, como ele poderia vê-los, e o que ocasionaria este seu desejo? Para ser claro? Isso era porque outro rei antes dele já os tinha visto. Ele havia então sido informado que espécie de deuses eles eram, e depois, de qual maneira eles haviam sido vistos, de modo tal que ele não precisou de qualquer novo artifício para obter esta visão. De qualquer forma, o profeta por meio de quem o rei pensou em planejar seu propósito era um homem sábio. Se assim [era], como ele não veio a saber que semelhante desejo [do rei] era impossível de se executar? Pois o evento não se sucedeu. E que pretensão seria supor que os deuses não seriam vistos em razão do povo mutilado em seus corpos, ou dos leprosos? Pois os deuses não ficam furiosos pela imperfeição dos corpos, mas pelas práticas maldosas; e conforme aos oitenta mil leprosos, e aqueles em estado doentio também, como é possível terem eles se reunido em um dia? Além disso, como veio o rei sem obedecer o profeta? Pois esta era a imposição, que aqueles que fossem mutilados deveriam ser expulsos para fora do Egito, enquanto o rei somente enviou-os para trabalhar nas pedreiras, como se ele estivesse mais na necessidade de operários do que pensando em limpar seu país. Ele diz adiante que "este profeta matou-se, como que prevendo a cólera dos deuses, e aqueles eventos que viriam sobre o Egito posteriormente"; e que ele "deixou sua predição para o rei por escrito". Como este profeta não anteviu sua própria morte antes de tudo? E além disso, como pôde ele não contradizer imediatamente o rei em seu desejo de ver os deuses? Como ele desarrazoadamente ***/*** temeu julgamentos que não haviam ocorrido em toda sua vida? Ou, que terrível coisa ele poderia sofrer, fora o medo que o fez afobadamente suicidar-se? Mas agora observemos a coisa mais imbecil dentre todas: O rei, embora tendo sido informado daquelas coisas, e apavorado de medo do que estava por vir, ainda assim não expulsou aquelas pessoas mutiladas para fora do país, quando isso lhe tinha sido prognosticado (que era para ele limpar o Egito deles). Mas, como diz Mâneton, "ele então, sob pedido deles, deu-lhes aquela cidade para habitar, que anteriormente havia pertencido aos pastores, e foi chamada Aváris; para onde, então eles estavam indo em grupo," ele diz, "eles escolheram um daqueles que haviam sido anteriormente sacerdote de Heliópolis; e seu sacerdote primeiro ordenou que eles não deveriam nem cultuar os deuses nem absterem-se daqueles animais que eram adorados pelos egípcios, mas deveriam matá-los e comê-los todos, e não se associassem com ninguém, exceto aqueles que haviam conspirado com eles; e ele amarrou a multidão por juramentos para certificar-se de que continuariam naquelas leis; e quando ele havia construído uma muralha sobre Aváris, fez guerra contra o rei." Mâneton adiciona também que "este sacerdote enviou para Jerusalém convites, para que viessem auxiliá-lo, e prometeu dar-lhes Aváris; porque ela havia pertencido aos antepassados deles que vieram de Jerusalém, e que quando eles vieram, imediatamente fizeram guerra contra o rei, e possuíram o Egito inteiro." Ele diz também que "os egípcios vieram com um exército de duzentos mil homens, e que Amenophis, rei do Egito, não pensando que deveria lutar com os deuses, fugiu imediatamente para a Etiópia, e levou Ápis e alguns outros dos seu animais sagrados aos sacerdotes, e ordenou que tomassem o cuidado de preservá-los." Ele diz mais, que "o povo de Jerusalém veio sobre os egípcios, e aniquilou suas cidades, incendiou seus templos, assassinou seus cavaleiros, e resumidamente, não abstiveram-se de espécie alguma de crueldade ou barbaridade; e aquele sacerdote que assentou seu regime e suas leis," ele diz, "era por nascimento de Heliópolis, e seu nome era Osarsiph, de Osíris, o deus de Heliópolis, mas ele mudou seu nome, e chamou a sí mesmo Moisés." Então ele diz que "no décimo terceiro ano Amenophis, de acordo com o fatal tempo da duração de seus infortúnios, veio sobre eles da Etiópia com um grande exército, lançando-se na batalha contra os pastores e o povo poluído, submetendo-os em batalha, e assassinando um enorme número deles, e perseguindo-os [até] tão distante quanto os limites da Síria."

29. Ora, Mâneton não reflete sobre a improbabilidade de sua mentira; pois o povo leproso, e a multidão que estava com eles, embora talvez em tempos passados tivessem estado encolerizados com o rei, e com aqueles que os haviam tratado tão duramente, e isso concordando com a predição do profeta; certamente, quando vieram para fora das minas, e haviam recebido do rei uma cidade, e um país, eles teriam se tornado brandos com ele. De qualquer forma, [se] eles tiveram sempre muito ódio dele em particular, eles talvez teriam proposto um plano particularmente contra ele, mas dificilmente teriam feito guerra a todos os egípcios;(???) eu penso desta explicação do grande parentensco [que] eles eram tão numerosos deve ter havido entre eles(???). Pelo contrário, se eles tivessem resolvido lutar com os homens, não teriam o atrevimento suficiente para lutar contra seus deuses; nem teriam ordenado leis tão contrárias àquelas de seu próprio país e daqueles por quem eles mesmos tinham sido criados. Ainda [assim] somos gratos a Mâneton, que não jogou a culpa sobre aqueles que vieram de Jerusalém, mas diz que os próprios egípcios foram os mais culpados, e que foram seus próprios sacerdotes que planejaram aquelas coisas, e fez a multidão tomar seus juramentos para assim fazerem. Mas como é absurdo supor que ninguém, amigo ou parente, daquele povo prevaleceria naquela revolta, nem experimentariam os perigos da guerra com eles, enquanto aquele povo contaminado era forçado a viajar para Jerusalém, e trazer seus auxiliares de lá! Que amizade, eu pergunto, ou que relação houve anteriormente entre eles que exigiu esta assistência? Pelo contrário, aquele povo eram inimigos, e muito diferentes entre si em seus costumes. Eles dizem, de fato, que eles obedeceram imediatamente, sob glorificações a eles porque conquistariam o Egito; como se eles próprios não conhecessem muito bem [a] que país haviam sido dirigidos à força. Visto que aqueles homens estavam em necessidade, ou viviam miseravelmente, quem sabe eles talvez tomassem para si tão arriscado empreendimento; mas como residiam em uma cidade feliz, e possuíam um grande e muito melhor país que o próprio Egito, como veio isso sobre eles, por inimigos, mutilados em seus corpos, a quem em nada alteraria suas próprias relações, correrem semelhantes perigos em auxiliá-los? Pois eles não poderiam prever que o rei fugiria deles; ao contrário, ele mesmo ***???diz???*** que "o filho de Amenophis tinha trezentos mil homens consigo, e reuniu-os em Pelusium." Agora, para ser claro, aqueles que vieram não poderiam ser ignorantes disso; mas quanto ao arrependimento e fuga do rei, como eles poderiam supor tal coisa? Ele então diz que "aqueles que vieram de Jerusalém, e fizeram esta invasão, tomaram os celeiros do Egito sob sua posse, e perpetraram muitas das mais horríveis ações ali." E por isso ele os acusa, como ele mesmo de qualquer forma não os introduz como inimigos, ou apesar [disso] ele talvez acuse tais como foram convidados de outro lugar para assim fazer, quando os próprios egípcios naturais haviam feito as mesmas coisas antes de sua vinda, e haviam feito juramentos para assim fazer. De qualquer modo, "Amenophis, algum tempo depois, veio sobre eles, e conquistou-os em batalha, e matou seus inimigos, e dirigiu-os adiante, tão distante quanto a Síria." Como se o Egito fosse tão facilmente tomado por um povo que viesse de algum lugar, de onde quer que fosse, e aqueles que os tivessem conquistado pela guerra, quando eles foram informados que Amenophis vivia, nem fortificassem as estradas da Etiópia ao Egito, embora tivessem grandes vantagens em isso fazerem, nem obter outras forças prontas para sua defesa! Porém ele seguiu-os através do deserto arenoso, e matou-os [até] tão distante quanto a Síria; enquanto esta é ainda [outra] besteira, [como se fosse] uma coisa fácil, passar um exército por aquele país, mesmo sem batalha.

30. Nossa nação, então, de acordo com Mâneton, não derivou do Egito, nem foi alguns dos egípcios misturados conosco. Pois se supôs que muitos dos leprosos e destemperados [do] povo foi morto nas minas, visto que lá haviam ficado um longo tempo, e em tão rudes condições; muitos outros devem ter sido mortos nas batalhas que ocorreram depois, e mais ainda na última batalha e fuga depois disso.

31. Agora resta meu debate com Mâneton sobre Moisés. Ora, os egípcios admitem ter sido ele uma maravilhosa e divina pessoa; além disso eles mesmos, de bom grado fazem declaração a respeito dele, se bem que da mais injuriosa e inacreditável maneira, e pretendem que ele foi de Heliópolis, e um dos sacerdotes daquele lugar, e foi expulso dentre o resto, por conta de sua lepra; embora tenha sido demonstrado por seus escritos que ele viveu quinhentos e dezoito anos antes [disso], e então trouxe nossos antepassados para fora do Egito para o país que é agora habitado por nós. Mas agora, que ele não ficou sujeito em seu corpo por qualquer semelhante calamidade, é evidente do que ele mesmo conta para nós; pois ele proibiu aqueles que tinham lepra de nem continuar na cidade tampouco habitar uma vila, mas ordenou que eles, por si, deveriam ir com suas roupas rasgadas; e declara que [aqueles que] tanto tocá-los como viver sob o mesmo telhado com eles deveriam ser considerados impuros; e mais do que isso, que se algum desses fosse curado de sua doença, e se restabelecesse ao seu natural estado novamente, [Moisés] fixa a eles certas purificações, e lavagens com ***water spring*** água corrente, raspando todo seu cabelo, e impoem que eles devem ofertar muitos sacrifícios, e aqueles gêneros específicos, e então ***at length*** para ser admitido dentro da cidade santa; se ele tinha estado sob a mesma calamidade seria esperado que, pelo contrário, ele teria tomado cuidado de tais pessoas antecipadamente, e os teria tratado de uma maneira agradável, à medida [que] se comoveria por aqueles que tinha um infortúnio semelhante ao dele mesmo. Nem foi somente isso [o que] aquele povo leproso para quem ele fez aquelas leis, mas também àqueles que estavam mutilados na menor parte de seu corpo, que por isso não lhes era permitido por ele oficiarem como sacerdotes; mais que isso, embora algum sacerdote, já admitido, acontecesse de uma tal calamidade vir sobre ele mais tarde, ele ordenou que lhe fosse privada esta honra de oficiar. Como se pode então supor que Moisés ordenasse semelhantes leis contra ele mesmo, para sua própria reprovação e dano, como as que ele ordenou-lhes? Nem é realmente outra noção de Mâneton como inteiramente provável, onde ele relata a troca de seu nome, e diz que "ele era anteriormente chamado Osarsiph"; e este um nome de nenhuma maneira aceitável para o outro, enquanto seu verdadeiro nome era Moisés, e significa "uma pessoa que se preservou tirada da água", pois os egípcios chamam água de "Moil". Penso então que tenho feito suficientemente evidente que Mâneton, enquanto seguiu seus antigos registros, não falhou muito com a verdade histórica; mas [falhou] quando ele recorreu a histórias fantasiosas, sem qualquer autor identificado, ou [que] ele mesmo também forjou, sem qualquer chance [de terem ocorrido], ou que ele deu crédito a alguns homens que falaram de acordo com sua disposição maldosa para conosco. 32. E agora, como fiz a Mâneton, questionarei do que Cheremon diz. Pois ele também, quando pretendeu escrever a história egípcia, pôs o mesmo nome a este rei que Mâneton criou, Amenophis, como também o de seu filho Ramesses, e então segue desta forma: "A deusa Isis apareceu a Amenophis em seu sono, e culpou-o por seu templo ter sido demolido na guerra. Mas Fritiphantes, o escriba sagrado, disse-lhe que no caso dele descontaminar o Egito dos homens que tinham impurezas sobre si, não deveria inquietar-se com tais assustadoras aparições. Este Amenophis concordemente selecionou duzentos e cinquenta mil daqueles que estavam doentes desta forma, e os expulsou para fora do Egito. Moisés e José eram escribas, e José era um escriba sagrado; seus nomes eram originalmente egípcios; o de Moisés havia sido Tisithen, e o de José, Peteseph. Estes dois vieram para Pelusium, e [se achegaram] aos trezentos e oitenta mil que haviam sido expulsos de lá por Amenophis, não estando ele desejoso de transportá-los para dentro do Egito; estes escribas fizeram uma aliança de amizade com eles, e fizeram com eles uma expedição contra o Egito. Amenophis não pode sustentar o ataque deles, mas fugiu para a Etiópia, deixando esposa com filho para trás, escondidos em certas cavernas, levando consigo um filho, cujo nome era Messene, e , quando ele havia crescido como homem de estado, perseguiu os judeus até a Síria, sendo aproximadamente duzentos mil, e então recebeu seu pai Amenophis vindo da Etiópia."

33. Essa é a história que Cheremon nos dá. Agora tomo por garantido que o que tenho dito já provou claramente a falsidade de ambas as narrações; pois [se] houve alguma real verdade de fundo, era impossível eles terem discordado [entre si] tão grandemente nas particularidades. Mas como eles inventaram mentiras, o que escreveram nos dará facilmente diferentes relatos, enquanto eles forjam algo que agrade suas próprias cabeças. Ora, Mâneton diz que o desejo de o rei ver os deuses foi a origem da expulsão do povo poluído; mas Cheremon inventa que foi [em razão] de um sonho dele, produzido por Isis, que ocasionou isso. Mâneton diz que a pessoa que prognosticou essa purificação do Egito para o rei foi Amenophis; mas aquele homem diz que foi Fritiphantes. Em relação aos números da multidão que foi expulsa, eles concordam excessivamente bem (24) [com] a anterior conta deles [de] oitenta mil, e a posterior sobre duzentos e cinquenta mil! Ora, quanto a Mâneton, descreve aquelas pessoas poluídas como enviadas primeiro para trabalhar nas pedreiras, e diz que a cidade de Avaris foi dada a eles para habitarem. Como também afirma que isso não ocorreu até que eles, depois, tinham feito guerra com o resto dos egípcios, [então] chamaram o povo de Jerusalém para virem em seu auxílio; enquanto Cheremon diz somente que eles foram embora do Egito, e ficaram sobre trezentos e oitenta mil homens ao redor de Pelusium, que tinham sido abandonados lá por Amenophis, e então invadiram o Egito com eles outra vez; que por isso Amenophis fugiu para a Etiópia. Mas então este Cheremon comete a mais ridícula asneira em não informar-nos quem era este exército de tantas dezenas de milhares, ou de onde vieram; se eram egípcios nativos ou se vieram de um país estrangeiro. Nem realmente determina este homem, que inventou um sonho de Isis sobre o povo leproso, a razão de o rei não trazê-los [i.é, o exército] ao Egito. Ademais, Cheremon atribui a José dirigir-se para fora ao mesmo tempo que Moisés, [sendo] que viveu quatro gerações (25) antes de Moisés, o qual quatro gerações correspondem a quase cento e setenta anos. Além disso tudo, Ramesses, o filho de Amenophis, pelo relato de Mâneton, era um homem jovem, e ajudou seu pai nesta guerra, e abandonou o país ao mesmo tempo que ele, e fugiu para a Etiópia. Mas Cheremon o faz como tendo nascido em certa caverna, depois seu pai foi morto, e que ele então superou os judeus em batalha, e dirigiu-os para a Síria, sendo em número cerca de duzentos mil. Oh, a leviandade do homem! Pois ele nada tem a contar-nos [sobre] quem eram aqueles trezentos e oitenta mil, nem como os quatrocentos e trinta mil pereceram; se eles foram tombados na guerra, ou moveram-se para Ramesses. E, o que é mais esquisito de tudo, isto não é possível compreender dele, quem foram os a quem ele chama "judeus", ou para qual destas duas partes ele aplica esta denominação, aos duzentos e cinquenta mil leprosos, ou aos trezentos e oitenta mil que foram sobre Pelusium. Mas quem sabe isso será mostrado como uma coisa tola em mim por fazer alguma grande repreensão a semelhantes escritores como suficientemente refutados por si mesmos; pois terem eles sido refutados somente por outros homens, teria sido mais tolerável.

34. Devo agora adicionar a estes relatos de Mâneton e Cheremon algo de Lysimachus, que tomou o mesmo tópico de falsidade daqueles supramencionados, mas foi muito além deles na inacreditável natureza de suas falsificações; o que simplesmente demonstra que ele tramou-os aflorando do seu venenoso ódio por nossa nação. Estas são suas palavras: "O povo dos judeus, sendo leproso e sarnento, e sujeitos a certas outras espécies de males, nos dias de Bocchoris, rei do Egito, eles fugiram para os templos, e receberam seu alimento por mendigarem; e como seu número era tão grande que caíram sob estas doenças, surgiu uma escassez no Egito. Por isso Bocchoris, rei do Egito, enviou alguns para consultarem o oráculo de [Júpiter] Hammon a respeito de sua escassez. A resposta dos deuses foi esta, que ele precisava purificar seus templos dos impuros e ímpios homens, por expulsá-los daqueles templos nos lugares desérticos; mas em relação ao povo sarnento e leproso, ele deveria afogá-los, e purificar seus templos, o sol tendo uma indignação por estes homens terem sofrido para viver; e por estes meios a terra produziria seus frutos. Tendo Bocchoris recebido estes oráculos, chamou seus sacerdotes, e os serventes de seus altares, e ordenou-lhes fazer uma reunião do povo impuro, e entregá-los aos soldados, para transportá-los através do deserto; mas para tomar o povo leproso, e esconder deles a direção tomada, e levá-los para dentro do mar. Por isso o povo sarnento e leproso foi afogado, e o resto foi reunido e enviado aos lugares desérticos, com o objetivo de serem abandonados à destruição. Nesta situação eles reuniram-se, e tomaram conselho do que deveriam fazer, e determinaram que, como a noite estava próxima, eles deveriam acender fogueiras e lâmpadas e manter vigilância; que eles também deveriam jejuar a próxima noite, e acalmar os deuses, com o objetivo de serem libertos por eles. No dia seguinte surgiu um Moisés que aconselhou-os a arriscarem uma jornada, e irem adiante por algum caminho até que eles chegassem a lugares adequados para habitação; ele ordenou-os a não terem nenhuma espécie de respeito por homem algum, nem dar bom conselho a alguém, mas sempre aconselhar para a ruína; e destruir todos aqueles templos e altares dos deuses que encontrassem; e de resto recomendou o que ele tinha dito com algum consentimento, e fez o que se haviam resolvido, e assim viajaram através do deserto. Mas as dificuldades da jornada sendo demais, eles vieram a um país habitado, e lá abusaram dos homens, e saquearam e queimaram seus templos; e então chegaram àquela terra que é chamada Judéia, e lá eles construíram uma cidade, e nela residiram, e aquela cidade foi chamada Hierosyla, proveniente de seus saques dos templos; porém mais ainda, após o sucesso que eles obtiveram depois, mudaram sua denominação nesta época, para não serem acusados, e chamaram a cidade Hierosolyma, e a si mesmos de Hierosolymitas."

35. Ora, este homem não fez descoberta e menção do mesmo rei com os outros, mas falsificou um novo nome, e transmitindo sobre um sonho e o profeta egípcio, ele [fala dele] servindo Júpiter Hammon, com o objetivo de adicionar oráculos sobre o povo sarnento e leproso; pois ele diz que a multidão dos judeus foram reunidos nos templos. Agora é incerto se ele relaciona este nome a estes leprosos ou àqueles que foram sujeitos a tais doenças somente entre os judeus; pois ele descreve-os como um povo dos judeus. Que povo ele tem em vista? Estrangeiros ou aqueles do país? Porquê motivo então faz-nos chamá-los de judeus, se eles eram egípcios? Mas se eles eram estrangeiros, porque não nôs faz saber de onde vieram? Como pôde ocorrer que, depois de o rei ter afogado muitos deles no mar e expulsado o restante aos lugares desérticos, haver ainda uma tão grande multidão remanescente? Ou depois, de que maneira eles puderam atravessar o deserto, e conquistar o território que nós agora habitamos, e construir nossa cidade, e aquele templo que havia sido tão famoso entre toda a humanidade? E além [disso], ele deve para falar mais a respeito de nosso legislador do que por dar-nos seu nome revelado; e nos ter informado de qual nação ele era, e de quais pais ele originou; e ter determinado as razões dele responsabilizar-se a fazer semelhantes leis concernente aos deuses, e assuntos de injustiça com respeito aos homens durante aquela jornada. Pois no caso de o povo ter sido egípcio de nascimento, eles não teriam tão súbita e facilmente mudado os costumes de sua nação; e no caso deles terem sido estrangeiros, por certo possuiriam algumas leis ou outras que teriam sido respeitadas por eles por tradição de longa data. É verdade que, com respeito àqueles que os expulsaram, talvez tenham jurado nunca mostrar boa vontade a eles, e talvez tenham tido plausível razão para assim fazer. Mas se aqueles homens resolveram travar uma implacável guerra contra todos os homens, no caso eles teriam atuado maldosamente, como ele diz deles, e isso enquanto eles necessitaram da assistência de todos os homens, isso demonstra realmente uma espécie de conduta de maluco! Mas não dos próprios homens, mas muito grandemente portanto deste que conta semelhantes mentiras sobre eles. Ele possui também bastante descaramento para dizer que um nome, significando "Ladrões de templos", (26) foi dado à sua cidade, e que este nome foi mais tarde mudado. A razão é simples, que o nome anterior trazia acusação e ódio sobre eles nos tempos de sua posteridade, enquanto parece que aqueles que construiram a cidade pensaram em honrá-la ao dar a ela semelhante nome. Assim nós vemos que este admirável indivíduo tem uma tal ilimitada inclinação para acusar-nos, que faz com que não entenda que "roubo de templos" não é expresso pela mesma palavra e nome entre judeus como é entre os gregos. Mas qual motivo faria um homem dizer algo mais a uma pessoa que conta semelhantes mentiras insolentes? De qualquer forma, visto que este livro ergue-se competentemente, farei outro início, e esforço para adicionar o que ainda resta para aperfeiçoar meu propósito no livro seguinte.

Notas marginais do Livro I, Da Antiguidade do Povo Judeu, ou Contra Ápio:

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(1) Este primeiro livro tem um título errado. Este não foi escrito contra Ápio, como foi a primeira parte do segundo livro, mas contra aqueles gregos em geral que não acreditaram no anterior relato de Josefo da mais antiga situação da nação judaica, em seus vinte livros das "Antiguidades"; e particularmente contra Agatharelddes, Mâneton, Cheremon e Lysimachus. Este é um dos mais instrutivos, excelentes e úteis livros de toda a antiguidade; e sob o escrutínio de Jerônimo deste e do próximo livro, ele declara que estes lhe aparentam uma coisa miraculosa, "como um que foi um hebreu, que havia sido instruído desde a infância no conhecimento sagrado, teria sido capaz de pronunciar um tal número de testemunhos dos autores profanos, como se ele tivesse lido todas as bibliotecas gregas," Epist. 8. ad Magnum; e o versado judeu, Manasseh-Ben-Israel, estimou aqueles dois tão excelentes livros, tanto que os traduziu para o hebraico; isso nós descobrimos de seu próprio catálogo de seus trabalhos, do qual nós tivemos conhecimento. Quanto ao tempo e lugar quando e onde estes dois livros foram escritos, até agora não foi possível determinar nada além do que foram escritos algum tempo depois de seu "Antiguidades", ou algum tempo depois de 93 EC; sem dúvida é também óbvio [demais] em sua abertura para ser desapercebido até por um desatento leitor, sendo diretamente intencionados contra aqueles que não acreditaram que ele tenha promovido naqueles livros argumento à grandeza da nação judaica. Quanto ao lugar, [assim como] todos imaginam que os dois foram escritos onde foi o anterior, eu imaginei [ter sido] em Roma; e confesso que eu mesmo acreditei em ambas definições, até que vim a terminar minha notas sobre estes livros, quando encontrei simples indicações de que foram escritos não em Roma, mas na Judéia, e isso depois do terceiro [ano] de Trajano, ou 100 EC.

(2) Tomo a nota do Dr. Hudson aqui, que como esta corretamente contradiz a opinião comum de que Josefo ou morreu sob Domiciano ou no mínimo escreveu não muito depois de seus dias, fazendo isso assim perfeitamente aceitável para minha determinação, de Justus de Tiberias, que ele escreveu ou terminou sua vida depois do terceiro [ano] de Trajano, ou em 100 EC. De acordo com o que Noldius também aceita, extraído de Herod, Nº 383 [Epafroditus]. "Desde Florius Josephus", diz o Dr. Hudson, "escreveu [ou terminou] seus livros das "Antiguidades" no décimo terceiro [ano] de Domiciano, [93 EC,] e depois que escreveu as Memórias de sua própria vida, como um apêndice aos livros das "Antiguidades", e por último seus dois livros contra Ápio, e ainda dedicou todos aqueles escritos a Epafroditus; ele pode dificilmente ser aquele Epafroditus que foi anteriormente secretário de Nero, e foi morto no décimo quarto [ou décimo quinto] [ano] de Domiciano, depois de ter estado por um bom tempo banido; mas outro Epafroditas, um liberto, e procurador de Trajano, como diz Grotius sobre Lucas 1:3.

(3) A preservação dos poemas de Homero por lembrança, e não por seus próprios escritos, e que desde então eles foram moldados [em] rapsódias, conforme era cantado por ele, como canções, por partes, e não composto e reunido junto em trabalho completo, são opiniões bem conhecidas dos antigos comentaristas; apesar de semelhantes suposições parecerem para mim tão satisfatórias quanto para Fabricius Biblioth. Grace. I. p. 269, para outros, [porém,] altamente improvável. [O que] fez Josefo dizer [isso] aqui também não foram escritos dos gregos mais antigos que os poemas de Homero, mas que eles não possuíam nenhum escrito antigo [que] pretendesse semelhante antiguidade, o que é banal.

(4) Bem merece ser considerado o que Josefo aqui diz, como todos os posteriores historiadores gregos enxergaram em Heródoto um autor de fábulas; e [na] seção 14, como Mâneton, o mais autêntico escritor da história egípcia, queixa-se dos seus erros nos assuntos egípcios; como também Estrabão, Livro XI. p. 507, o mais acurado geógrafo e historiador, estimou-o do mesmo modo; que Xenofonte, o muito mais acurado historiador dos assuntos de Ciro, lembra que o relato de Heródoto daquele grande homem é quase inteiramente romântico. Veja as notas em "Antiguidades" Livro XI. cap. 2. seção 1, e Prolegômeno de Hutchinson's para sua edição de Xenofonte, que nós já temos visto na nota em Antig. Livro VIII. cap. 10. seção 3, quão pouquíssimo Heródoto conheceu sobre os assuntos judaicos e seu país, e que ele se fixou muitíssimo no que nós chamamos "o maravilhoso", conforme Monsieur Rollin tem recentemente e corretamente determinado; pelo qual nós nem sempre estamos a depender da autoridade de Heródoto, onde isso é insustentável por outras evidências, mas deve-se comparar a outra evidência com esta, e se essa prevalecer, preferir esta antes da dele. Não penso por isso que Heródoto deliberadamente relatou o que ele acreditou ser falso, (como Cteeias aparenta ter feito), mas que ele frequentemente careceu de evidência, e às vezes preferiu o que era maravilhoso ao invés do que era melhor atestado como realmente verdade.

(5) A respeito dos dias de Ciro e Daniel.

(6) Está bem digno de nossa observação, quanto as razões estão tais antigos escritores como Heródoto, Josefo e outros têm sido lidos para tão pequenos propósitos por muitos instruídos críticos; a saber, que seus essenciais objetivos não têm sido a cronologia ou a história, mas filologia, para conhecer palavras e não coisas, eles frequentemente não entram muito no real conteúdo de seus autores, e julgando que eram os mais acurados descobridores da verdade, e mais para ser dependente de várias histórias, porém, de preferência indagando quem escreveu o agradável estilo, e tem a grandiosa elegância em suas expressões; que são coisas de mesquinha importância em comparação à outra. Dessa forma você às vezes encontrará debates entre eruditos, "Será que foi Heródoto ou Tucídides o admirável historiador nos modos jônicos e áticos de escrita?"; o qual pouco importam-se em relação ao real mérito de cada um destes historiadores; enquanto seria de muito maior importância deixar o leitor saber que conforme a importância da história de Heródoto, a qual começa muitíssimo cedo, e de mais vastíssimo alcance que Tucídides, é então amplamente maior; então é a mais alta posição de Tucídides, que pertenceu ao seu próprio tempo, e cedeu à sua própria observação, em muito o mais exato.

(7) Desta precisão dos judeus antes e no tempo de nosso Salvador, em cuidadosamente preservar todas as suas genealogias, particularmente aquelas dos sacerdotes, veja a "Vida de Josefo", seção 1. Esta exatidão parece terminar com a destruição de Jerusalém por Tito, ou, de qualquer forma, naquela de Adriano.

(8) O qual eram aqueles vinte e dois livros do Velho Testamento; veja o Suplemento ao Ensaio do Velho Testamento, pag. 25-29, a saber, aqueles que chamamos canônicos, todos excetuando o "Cantares"; mas apesar desta exceção adiante, que o livro apócrifo de Esdras seja tomado entre aquele número ao invés do nosso canônico Ezra, o qual aparenta ser não mais que um posterior epítome do outro; que dois livros dos "Cantares" e Ezra de modo algum parece que nosso Josefo alguma vez tenha visto.

(9) Aqui temos um relato da primeira construção da cidade de Jerusalém, conforme Mâneton, quando os fenícios pastores foram expulsos para fora do Egito aproximadamente trinta e sete anos antes de Abraão vir para Harsh.

(10) Genesis 46:32,34; 47:3, 4.

(11) Em nossas cópias do livro de Gênesis sobre José, este José nunca chama a si mesmo "um cativo", quando ele foi com o rei do Egito, apesar de o chamarem "um servidor", "um escravo" ou "cativo", muito tempo [depois] no "Testamento dos Doze Patriarcas" (nota do trad. em port.: um livro apócrifo), sob José, seção 1, 11, 13-16.

(12) Sobre esta cronologia egípcia de Mâneton e daqueles pastores fenícios, como um lapso de Josefo, de erroneamente ele, e outros depois dele, suporem terem sido os israelitas no Egito, veja Ensaio sobre o Velho Testamento, Apêndice, pag. 182-188. E note-se aqui, que quando Josefo conta-nos que os gregos ou argives enxergavam neste Danaus como "um muito antigo", ou "o mais antigo" rei de Argos, ele não precisa supor como recurso, in stritu sensu, que eles não tinham nenhum rei tão antigo quanto ele; pois é certo que eles tiveram nove reis antes dele, e Inachus como o cabeça deles. Veja "Autênticos Registros", Parte II. pag. 983, como Josefo não poderia saber muito bem; mas que ele foi estimado como mais antigo por eles, e que eles sabiam que o primeiro de todos havia sido denominado "Danai" proveniente deste muito antigo rei Danaus. Nem essa superlativa graduação sempre implica o "mais antigo" de todos sem exceção, mas é às vezes para passar somente [como] "muito antigo", como é o caso em semelhante superlativa graduação de outras palavras também.

(13) "Autênticos Registros", Parte II. pag. 983, como Josefo não poderia, porém, saber muito bem; mas que ele foi estimado como muito antigo por eles, e que eles sabiam que quem havia sido seu primeiríssimo rei era denominado "Danai", proveniente deste muito antigo rei Danaus. Nem faz este superlativo sempre implicar no "mais antigo" dentre todos sem exceção, mas às vêzes somente para passar por "muito antigo", como é o caso em semelhantes superlativos também em outras palavras.

(14) Este número em Josefo, que Nabucodonozor destruiu o templo no décimo oitavo ano de seu reinado, é um erro de exatidão cronológica; pois isto ocorreu no décimo nono. O verdadeiro número aqui para o ano de Dario, em que o segundo templo foi terminado, se for conforme nossas presentes cópias, ou o sexto, conforme Syncellus, ou o décimo, conforme Eusébio, é muito incerto; assim nós consideramos melhor seguir o próprio relato de Josefo em outro lugar: Antig. Livro XI. cap. 3 seção 4, que mostra-nos que de acordo com esta cópia do Velho Testamento, depois do segundo Ciro, o trabalho foi interrompido até o segundo [ano] de Dario, quando em sete anos este foi terminado no nono ano de Dario.

(15) Esta é uma coisa bem conhecida pelos eruditos, que não se assegura que tenhamos algum genuíno escrito de Pitágoras; aqueles "Versos Dourados", que são seus melhores resquícios, geralmente se supõe não terem sido escritos por ele próprio, mas por algum de seus próprios discípulos, concordando com o que Josefo aqui afirma sobre ele.

(16) Se estes versos de Cherilus, o poeta bárbaro, nos dias de Xerxes, dizem a respeito de Solymi na Pisídia, que era próximo a um pequeno lago, ou aos judeus que habitavam no Solymean ou montanhas de Jerusalém, próximo do grande e largo lago Asfaltitis (nota do tradutor ao português: lago Asfaltites é o Mar Morto), que era um povo estranho, e falava o idioma fenício, não é aceito pelos eruditos. Se apesar disso Josefo aqui, e Eusébio (Prep. IX. 9. p. 412), estão certos em tomá-los por serem os judeus; eu confesso, porém, não poder muito inclinar-me à mesma opinião. O outro Solymi não era um povo estranho, mas bárbaros idólatras, como quaisquer outras partes do exército de Xerxes; e estes falarem o idioma fenício é próximo do impossível, como os judeus certamente faziam; nem há o mínimo de evidência para isso [ocorrer] em outro lugar. Nem era o lago unido às montanhas do Solymi em toda a largura ou extensão, em comparação com o judaico lago Asfaltitis; nem de fato foi aquele tão considerável povo quanto os judeus, nem provavelmente tão desejado por Xerxes para seu exército quanto os judeus, a quem ele foi sempre muito favorável. Em relação ao resto da descrição de Cherilus, que "suas cabeças eram negras; que eles tinham rasgos em suas cabeças; que suas cabeças e faces eram como cabeças imundas de cavalos, que tivessem sido insensibilizadas na fumaça"; estas estranhas características provavelmente ajustam-se ao Solymi da Pisídia não melhor do que o faria aos judeus na Judéia. E realmente estes termos injuriosos, aqui dados àquele povo, é para mim uma forte indicação de que eles a quem Cherilus aqui descreve eram os pobres desprezíveis judeus, e não o Solymi pisidiano celebrado em Homero; nem estamos nós supondo que ou Cherilus ou Hecateus, ou quaisquer outros escritores pagãos citados por Josefo e Eusébius, não erraram na história judaica. Se ao comparar seus testemunhos com os mais autênticos registros desta nação, encontrarmos neles a bravura para confirmar o mesmo, como nós quase sempre fazemos, devemos estar satisfeitos, e não esperar que eles sempre tinham um exato conhecimento de todas as circunstâncias dos assuntos judaicos, que realmente isso foi quase sempre impossível a eles terem. Veja seção 23.

(17) Este Hezekiah, que é aqui chamado sumo sacerdote, não é mencionado no catálogo de Josefo; sendo o verdadeiro sumo sacerdote naquele tempo Onias, como o arquebispo Usher supõem. De qualquer forma, Josefo frequentemente usa a palavra sumos sacerdotes no plural, como se vivessem muitos ao mesmo tempo. Veja a nota em Antig. Livro XX. cap. 8. seção 8.

(18) Assim eu leio o texto com Havercamp, apesar do lugar ser difícil.

(19) Este número de arourae, ou acres egípcios, 3.000.000, cada aroura contendo uma quadra de 100 cúbitos egípcios, (sendo aproximadamente três quartos de um acre inglês {n. do trad. em port.: cada acre inglês é 0,4047 ha (hectare); portanto 3/4 de um acre inglês são c. 0.3036 ha}, e exatamente o dobro da área do pátio do tabernáculo judaico) conforme continha o país da Judéia, será aproximadamente um terço do inteiro número de arourae em toda a terra da Judéia, supondo que 160 milhas medidas de comprimento e 70 semelhantes milhas de largura (nota do tradutor em português: 5 Km e 600 metros de comprimento e 2 Km e 450 metros de largura); tal estimativa, em relação às suas partes férteis, quem sabe aqui Hecateus, então, não esteja muito longe da verdade. Os cinquenta furlongs (nota do tradutor em português: 10 Km, 58 metros e 5 centímetros) que compreendem a cidade de Jerusalém atualmente não está muito longe da verdade também, como o próprio Josefo a descreve, e quem, na "Guerra Judaica", Livro V. cap. 4. seção 3. faz sua muralha de trinta e três furlongs (n. do trad. em port.: 6 Km, 638 metros e 61 centímetros), além dos subúrbios e jardins; e além disso ele diz, Livro V. cap. 12. seção 2, que a muralha de Tito ao redor dela a pouca distância, depois de os jardins e subúrbios terem sido destruídos, não era menos que trinta e nove furlongs (n. do trad. em port.: 7 Km, 845 metros e 63 centímetros). Nem talvez era constante [o número] de habitantes, nos dias de Hecateus, muito mais que aqueles 120.000, porque alojamento era sempre para ser reservado ao vastíssimo número dos que vinham nos três grandes festivais; para nada ficar sem ser dito do provável aumento em seu número entre os dias de Hecateus e Josefo, que eram no mínimo trezentos anos. Mas veja um mais autêntico relato de algumas destas medidas em minha "Descrição dos Templos Judaicos". De qualquer forma, nós não esperamos que tais pagãos como Cherilus ou Hecateus ou qualquer daqueles citados por Josefo ou Eusébio, possam evitar cair em muitos erros na história judaica, enquanto mesmo assim eles confirmem fortemente a mesma história em geral, e são mais valiosas atestações para aqueles mais autênticos relatos que nós temos nas Escrituras e em Josefo concernente a eles.

(20) Um glorioso testemunho desta observância do sábado pelos judeus. Veja Livro XVI. cap. 2. seção 4, e cap. 6. seção 2; a "Vita", seção 54; e "Guerra Judaica", Livro IV. cap. 9. seção 12.

(21) Não sua lei, mas a supersticiosa interpretação de seus líderes o qual nem os Macabeus nem nosso abençoado Salvador alguma vez reconheceram.

(22) Lendo esta e outras seções deste livro, e algumas partes do próximo, alguém talvez facilmente percebe que nosso usualmente calmo e cândido autor, Josefo, ficou também grandemente ofendido com as impudentes calúnias de Mâneton e outros amargos inimigos dos judeus, com quem ele teve agora negócios, e foi através disso traído em maior calor e paixão do que o normal e que, por consequência, ele não dá ouvidos à razão com sua justiça e imparcialidade; ele parece às vezes partir da brevidade e honestidade de um confiável historiador, o qual é seu grande caráter, e cede à prolixidade e ao colorido de um advogado e queixoso; concordemente eu confesso que sempre leio estas sessões com menos satisfação do que o resto de seus escritos, apesar de acreditar completamente nas acusações lançadas aos judeus, as quais aqui ele esforça-se a refutar e expor, onde foi inteiramente infundado e desarrazoado.

(23) Este é um valiosíssimo testemunho de Mâneton, de que as leis de Osarsiph, ou Moisés, não haviam sido feitas em concordância, mas, em oposição, aos costumes egípcios. Veja a nota em Antig. Livro III. cap. 8. seção 9.

(24) Pelo caminho da ironia, eu suponho.

(25) Aqui vemos que Josefo estimou uma geração entre José e Moisés sendo entre quarenta e dois e quarenta e três anos; o qual, se tomado a partir da tenra infância, [fica] bem conforme a duração da vida humana daqueles tempos. Veja Antheat. Rec. Part II. pág. 966, 1019, 1020.

(26) Que é o sentido de Hierosyla em grego, não em hebraico.

Fim do Livro I

Livro II.

[editar]

1. No livro anterior, muito honrado Epafroditus, demonstrei nossa antiguidade e confirmei a verdade do que eu havia dito, proveniente dos escritos fenícios, caldeus e egípcios. Ademais, apresentei muitos dos escritores gregos como testemunhas disso. Também refutei Mâneton e Cheremon, e certos outros dos nossos inimigos. Então começarei agora (1) a rebater os autores restantes que escreveram algo contra nós; embora eu confesso ter tido uma dúvida sobre Ápio (2) , o gramático, se convinha aborrecer-me em refutá-lo ou não; pois alguns de seus escritos contêm muito das mesmas acusações que os outros haviam lançado contra nós, [com] algumas coisas [que] ele adicionou [que] são frias e despreziveis, e a maior parte do que ele diz é obsceno, e, para falar não mais do que a simples verdade, isso mostra ser ele uma pessoa extremamente ignorante, e o que ele reuniu aparenta o trabalho de um homem de muito baixa moral, e de alguém não melhor que um charlatão, em toda sua vida. Todavia, por haver uma tão grande quantidade de homens muito tolos, que preferem ser capturados por tais discursos do que pelo que é escrito com cuidadosa atenção, e têm prazer em acusar outros homens, e não suportam escutar glorificá-los, eu penso que isso seja necessário para não permitir que este homem vá embora sem exame, que teria escrito semelhante acusação contra nós, como se ele nos induzisse a fazer uma réplica em [uma sessão de] corte aberta. Pois eu também tenho observado que muitos ficam satisfeitíssimos quando observam um homem que primeiro começa a acusar um outro, para ele mesmo ficar exposto ao desprezo por relatar vícios [que] ele mesmo tem sido culpado. De qualquer forma, não é coisa muito fácil avançar sobre o discurso deste homem nem entender plenamente o que ele intenciona; mesmo assim faz ele parecer, em meio a uma grande confusão e desordem em suas mentiras, para gerar, em primeiro lugar, semelhantes coisas conforme lembra o que nós já temos examinado, e relacionar com a partida de nossos antepassados para fora do Egito; e em segundo lugar, ele acusa aqueles judeus que habitam a Alexandria; à medida que, em terceiro lugar, ele mistura com tais coisas acusações concernente às purificações sagradas, com os outros ritos legais usados no templo.

2. Agora, ainda que eu não possa somente pensar que já tenho demonstrado, e mais abundantemente do que o necessário, que nossos pais não eram originalmente egípcios, nem foram expulsos daquele lugar, tampouco o relato das doenças corporais ou qualquer outras calamidades desta sorte; ainda tomarei notícia brevemente do que Ápio adicionou a este assunto; pois em seu terceiro livro, o qual relacionado aos assuntos do Egito, ele fala-nos:

"Eu tenho ouvido dos antigos homens do Egito, que Moisés era de Heliópolis, e que ele pensou em obrigar-se a seguir os costumes de seus antepassados, e ofereceu suas súplicas a céu aberto, em direção à cidade fortificada; mas que ele reduziu todos eles a serem dirigidos ao nascer do sol, o que era agradável à situação de Heliópolis; que ele também colocou pilastras em lugar dos gnomons (3) , sob a qual foi representada uma cavidade como a de um bote, e a sombra que caiu do seu topo caiu sob aquela cavidade, que isso talvez moveu-se em círculo sobre o semelhante percurso como o próprio sol movia-se sobre o outro." Esta é a maravilhosa descrição que temos para entregar deste gramático. Mas que esta é uma falsidade fica bem claro, e pode ser sustentado com poucas palavras para provar, apenas é manifestado dos trabalhos de Moisés; pois quando ele levantou o primeiro tabernáculo a Deus, ele mesmo não deu ordem alguma para qualquer espécie de representação a ser feita nele, nem ordenou que aqueles que vieram depois dele tivessem de fazer coisa semelhante a isso. Além disso, quando numa época posterior Salomão construiu seu templo em Jerusalém, ele preveniu a todos de semelhantes decorativos inúteis como [os que] Ápio aqui inventou. Ele diz à frente como ele esteve "ouvindo dos homens da antiguidade, que Moisés era de Heliópolis." Claro que era, porque sendo ele mesmo um homem jovem, acreditou naqueles que, por sua grande idade, ficaram inteirados e conversaram com ele. Agora este gramático, como ele foi, não poderia certamente [nem] contar o que houve no país do poeta Homero, nem mais do que poderia [a respeito] do país de Pitágoras, que viveu comparativamente há pouco tempo atrás; apesar disso, ele, desta forma, facilmente determina a época de Moisés, que precedeu estes [dois] um vasto número de anos, conforme dependeu do que lhes contaram os antigos homens, que mostra quão notório mentiroso ele foi. Mas então, conforme esta cronológica determinação do tempo, de quando ele diz que trouxeram o povo leproso, os cegos e os coxos para fora do Egito, veja quão bem este nosso acuradíssimo gramático concorda com aqueles que escreveram antes dele! Mâneton diz que os judeus saíram do Egito no reinado de Tethmosis, trezentos e noventa e três anos antes de Danaus fugir para Argos; Lysimachus diz que isso foi sob o rei Bocchoris, que está há mil e setecentos anos atrás; Molo e alguns outros determinaram isso conforme agradavam a si mesmos; mas este nosso Ápio, como se merecesse ser acreditado ao invés deles, determinou que isso ocorreu exatamente na sétima olimpíada, e o primeiro ano daquela olimpíada; o mesmíssimo ano em que ele diz que Cártago foi construída pelos fenícios. A razão dele acrescentar a construção de Cártago, para ser claro, na ordem (como ele pensou), para reforçar sua afirmação, dando assim um caráter de cronologia. Mas ele não estava ciente de que este caráter refuta sua afirmação; pois se nós talvez dermos crédito aos relatos fenícios em relação ao tempo da vinda da primeira colônia para Cártago, eles relatam que Hirão, seu rei, reinou cerca de cento e cinquenta anos antes da construção de Cártago; com respeito ao testemunho que eu anteriormente apresentei naqueles registros fenícios, como também que este Hirão foi um amigo de Salomão quando este estava construindo o templo de Jerusalém, e lhe deu grande assistência na construção daquele templo; enquanto Salomão construiu aquele templo seiscentos e doze anos depois dos judeus terem vindo do Egito. Do número dos que foram expulsos do Egito, ele planejou dar o mesmíssimo número de Lysimachus, e diz que eles eram em cento e dez mil. Então ele determina uma maravilhosa e plausível ocasião para o nome do Sabbath; pois ele diz que "quando os judeus haviam viajado uns seis dias de jornada, eles tiveram ínguas em suas virilhas; e por isso eles descansaram no sétimo dia, conseguindo chegar a salvo naquele país que é agora chamado Judéia; que então eles preservaram o idioma dos egípcios, e chamaram aquele dia o Sabbath, pois aquela enfermidade das ínguas em suas virilhas era chamada Sabbatosis pelos egípcios." E um homem não o escarneceria agora como brincadeira desse sujeito, ou melhor, odiá-lo por seu descaramento em nos escrever assim? Somos obrigados, isto é o que parece, [crer nessa] falsidade para concordar que todos aqueles cento e dez mil homens tiveram [ao mesmo tempo] esta íngua. Mas, por certo, se aqueles homens tivessem sido cegos e coxos, e tivessem toda espécie de doenças sobre si, como Ápio diz que eles tinham, eles não poderiam ter viajado um único dia de jornada; mas se todos eles tivessem estado habilitados para viajar sobre o enorme deserto, e, além disso, para lutar e conquistar aqueles que se lhes opunham, eles todos não teriam tido ínguas em suas virilhas após o sexto dia; pois de forma alguma semelhante doença ocorreu naturalmente e da pobreza daqueles que viajavam; além do mais, quando havia tantos quantos miríades (many ten thousands) juntos num acapamento, eles constantemente marcharam um fixado espaço [de tempo] de um dia. Nem é de todo provável que semelhante coisa aconteceria por acaso; isso seria um extraordinário absurdo para se supor. De qualquer forma, nosso admirável autor Ápio contou-nos antes que "eles vieram para a Judéia no tempo de seis dias"; e novamente, que "Moisés caminhou para cima duma montanha que fica entre o Egito e a Arábia, que era chamada Sinai, e ficou escondido lá por quarenta dias, e que quando ele desceu daquele lugar, deu leis para os judeus". Mas então, como foi possível para eles demorarem-se quarenta dias num lugar desértico onde não havia água, e ao mesmo tempo atravessar o país inteiro entre aquele e a Judéia em seis dias? E quanto a tradução gramatical da palavra Sabbath, ou contém um exemplo de seu grande descaramento ou bruta ignorância; pois as palavras Sabbo e Sabbath são amplamente diferentes uma da outra; pois a palavra Sabbath no idioma judaico denota descanso de toda sorte de trabalho; mas a palavra Sabbo, como ele afirma, denota entre os egípcios a enfermidade de uma íngua na virilha.

3. É isso o que o desconhecido relato do egípcio Ápio dá-nos concernente aos judeus partirem para fora do Egito, e isso não é mais que uma invenção dele mesmo. Mas porque deveríamos nos maravilhar nas mentiras que ele conta sobre nossos antepassados (dele afirmar que eles sejam originalmente egípcios), quando ele mente até sobre si mesmo? Pois embora ele tenha nascido num oásis no Egito, ele pretende ser, como um homem talvez diga, o homem superior a todos os egípcios; ele ainda renega seu real país e progenitores, e pretende falsamente ter nascido em Alexandria, não pode negar a (4) ***pravity*** de sua família; pois veja você como justamente ele chama aqueles egípcios a quem ele odeia, e esforça-se a acusar. Pois [se] ele não tivesse considerado "egípcios" [como] sendo um título de grande reprovação, ele não teria evitado o nome de um egípcio para si; como nós sabemos, alguns alardeiam de seus próprios países méritos próprios pela denominação [que] adquirem através disso, assim como lança-se injustamente afirmações e reprovações por isso. Conforme os egípcios reclamam ser da nossa parentela, eles fazem isso em algum desses relatos descritos; eu penso [que seja] ou conforme eles avaliam a si próprios com base nisso, e pretendem sustentar aquele parentesco conosco; ou senão eles retirariam de sobre nós sermos participantes de sua própria infâmia. Mas Ápio, este fino indivíduo, aparenta levantar uma questão desta reprovável denominação contra nós, [de que nós, originalmente éramos egípcios], no objetivo de prover isso aos alexandrinos, como um prêmio pelo favorecimento [que] eles lhe deram, tornando-o um companheiro de cidadania com eles; ele também está informado da hostilidade dos alexandrinos sustentada contra nós para com aqueles judeus que são da mesma cidadania, e assim propôs a si mesmo acusá-los, embora ele, através disso, seja obrigado a incluir todos os outros egípcios também; enquanto em ambos os casos ele não seja mais que um mentiroso insolente.

4. Porém, permita-nos verificar que grandes e gravíssimos crimes são aqueles os quais Ápio declara sobre os judeus alexandrinos. "Eles vieram (ele diz) da Síria, e habitaram próximo do mar tempestuoso, e ficaram na vizinhança das intensas ondas". Agora se o lugar de habitação inclui alguma coisa que seja reprovável, este homem reprova não seu verdadeiro país de origem, [o Egito], mas aquele que ele pretende que seja seu próprio país, Alexandria; pois todos concordam que a parte da cidade que está próxima do mar é a melhor parte dentre todas para habitação. Agora, se os judeus adquiriram aquela parte da cidade pela força, e a têm mantido até agora sem impedimento, isso é um sinal de seu valor; mas na realidade ela foi dada pelo próprio Alexandre, que deu a eles aquele lugar por sua habitação, quando obtiveram privilégios iguais aos dos macedônios. Também imagino, o que Ápio teria dito, [de] ter sua habitação sido em Necropolis? E não estado firmemente estabelecido pelo palácio [conforme é]; nem teria sua nação tido a denominação de macedônios dada a eles até este mesmíssimo dia [como têm eles]. Tem este homem agora lido as cartas do rei Alexandre, ou aquelas de Ptolomeu, filho de Lagus, ou conhece os escritos dos reis sucessores, ou aquela coluna que está ainda está de pé em Alexandria, e contém os privilégios que o grande [Júlio] César concedeu aos judeus; eu digo, [se] este homem teve conhecimento destes registros, e ainda teve a impudência de escrever contradizendo a isso, ele mostrou-se um homem muito malvado; mas se ele nada sabia destes registros, ele mostrou ser um homem muito ignorante. E além disso, quando mentiras aparecem para maravilhar-se [de] como os judeus poderiam ser chamados alexandrinos, esta é como [que] outra instância de sua ignorância; pois todos aqueles [que], à medida que são chamados para formarem colônias, embora estejam sempre tão distantes daquele outro de origem, recebe seus nomes daqueles que os trouxe para a nova habitação. E que ocasião há para se falar dos outros, quando aqueles judeus dentre nós que habitam Antioquia são chamados antióquios, porque Seleucus, o fundador daquela cidade deu-lhes os privilégios de suas propriedades? Depois da mesma maneira se fez àqueles judeus que habitam Éfeso, e as outras cidades da Jônia, desfrutam o mesmo nome com aqueles que haviam originalmente nascido lá, concedido pelos sucessivos príncipes. Além disso, a bondade e humanidade dos romanos tem sido tão grande que tem sido dada permissão para quase todos os outros tomarem o nome dos romanos para si; eu quero dizer não apenas homens particulares, porém nações inteiras também; pois aqueles antigamente denominados iberi, tirrheni e sabini são agora chamados romani. E se Ápio rejeita este modo de se obter o privilégio de uma cidade de Alexandria, que abstenha-se de chamar a si mesmo de alexandrino de agora em diante; pois de outra forma, como poderia ele que nasceu não menos que no coração do Egito ser um alexandrino, se este meio de obter semelhante privilégio (do qual ele nos teria privado) fosse alguma vez anulado? Embora realmente aqueles romanos, que são agora os senhores da terra habitada, têm proibido os egípcios [de] terem os privilégios de alguma cidade, seja qual for; enquanto este fino indivíduo, está ele mesmo desejoso de participar em semelhante privilégio à medida [que] proíbe fazer uso disso, esforçando-se por calúnias a privar disso aqueles que a receberam de forma justa. Pois então Alexandre não buscou alguns de nossa nação para Alexandria, pois ele desejava habitantes para esta cidade dele, naquelas construções [que] ele havia concedido com tão grandes esforços; mas este foi dado ao nosso povo como gratificação, pois ele, em diligente exame, encontrou-os todos sendo homens de virtude e fidelidade para com ele; pois, como diz Hecateus concernente a nós, Alexandre honrou nossa nação em tal grau que, "pela retidão e fidelidade da qual os judeus exibiram para com ele, permitiu-os possuir o país da Samaria livre de tributo. De igual pensamento também era Ptolomeu, o filho de Lagus, relativo àqueles judeus que residem em Alexandria." Pois ele confiou a fortaleza do Egito em suas mãos, acreditando [que] eles a guardariam fiel e valentemente para ele; e quando ficou desejoso de obter o governo de Cyrene e as outras cidades da Líbia para si mesmo, enviou um destacamento de judeus para lá habitarem-nas. E quanto ao seu sucessor, Ptolomeu, que foi chamado Filadelphus, não somente enviou todos aqueles da nossa nação livrar quem fora prisioneiro sob ele, mas frequentemente deu dinheiro [para seu resgate]. E, aquele que foi seu mais grandioso ato, tendo um grande desejo de conhecer nossas leis e adquirir os livros de nossas sagradas escrituras, ele concordemente pediu que tais homens talvez lhe enviassem algum intérprete de nossa lei; e, com o intuito de tê-los bem compilados, comissionou estes cuidados não à quaisquer pessoas, mas incumbiu Demetrius Phalereus, Andreas e Aristeas; o primeiro, Demetrius, o mais instruído de sua época, e os outros, do mesmo modo incumbidos do cuidado de seu corpo; deveriam estar atentos com este assunto: nem ele teria certamente sido tão desejoso do conhecimento de nossa lei e a filosofia da nossa nação, tendo ele desprezado os homens que faziam uso dela, ou ele não havia tido eles em grande admiração.

5. Agora este Ápio não conheceu quase todos os reis daqueles macedônios que ele finge terem sido seus progenitores, que tiveram ainda muito corretamente afeto por nós; pois o terceiro daqueles Ptolomeus, o que era chamado Evergetes, quando havia obtido a posse de toda a Síria pela força, não ofertou por sua vitória seus sacrifícios de agradecimentos aos deuses egípcios, mas veio a Jerusalém, e de acordo com nossas leis ofereceu muitos sacrifícios a Deus, e dedicou-lhe igualmente presentes conforme era adequado por semelhante vitória; e quanto a Ptolomeu Filometer e sua esposa, Cleópatra, incumbiram o inteiro governo aos judeus, quando Onias e Dositheus, ambos judeus, nomes escarnecidos por Ápio, foram os generais do exército inteiro. Mas certamente, ao invés de acusá-los, ele deveria admirar suas ações, e dirigir agradecimentos por salvarem Alexandria, como cidadão que ele finge ser; pois quando aqueles alexandrinos foram fazer guerra com a rainha Cleópatra, e ficaram no perigo de serem totalmente destruídos, estes judeus trouxeram-lhes os termos do entendimento, e os resgataram das misérias de uma guerra civil. "Mas (diz Ápio) quando Onias, mais tarde, trouxe um pequeno exército sobre a cidade no tempo em que Thorruns, o embaixador romano, estava presente." Sim, e me arrisco a dizer que corretamente e muito justamente em assim fazer; pois aquele Ptolomeu que foi chamado Physco, sob a morte de seu irmão Filometer, veio para Cyrene e teria expulsado Cleópatra bem como também seus filhos para fora de seu reino, [reino esse] que talvez ele teria obtido para si muito injustamente. (5) Por isso então foi que Onias guerreou contra ele no relato de Cleópatra; ele [também] não trairia a confiança que a família real havia nele depositado em perigo. Consequentemente, Deus deu uma extraordinária confirmação de seu correto procedimento; pois quando Ptolomeu Physco (6) teve a presunção de lutar contra o exército de Onias, e havia capturado todos os judeus na cidade [de Alexandria], com suas crianças e esposas, os expôs nús e presos aos seus elefantes, que eles talvez seriam pisoteados e destruídos, e quando ele havia feito aqueles elefantes embriagados para este propósito, os eventos proveram o contrário de seus preparativos; pois estes elefantes deixaram os judeus que foram para eles expostos, e caíram violentamente sobre os amigos de Physco, e matou um grande número deles; além disso, depois este Ptolomeu viu um terrível espéctro, o qual o proibiu de ferir aqueles homens; sua própria concubina, a que ele mais amou (alguns a chamam de Ithaca, outros Irene) fez súplicas a ele, para que não perpetrasse uma tão grande maldade. Assim ele obedeceu seu pedido, e arrependeu-se do que já havia feito, ou do que fazia; onde isso é bem conhecido que os judeus alexandrinos com boa razão celebram este dia, considerando que eles haviam nisso sido concedido semelhante libertação evidente da parte de Deus. De qualquer forma, Ápio, o caluniador público dos homens, teve a presunção de acusar os judeus por fazerem esta guerra contra Physco, quando ele devia elogiá-los por isso. Este homem faz também menção de Cleópatra, a última rainha de Alexandria, e nôs ofende, porque ela foi mal agradecida conosco; enquanto que ele deveria tê-la reprovado, por ela entregar-se a toda espécie de injustiça e práticas maldosas, ambas em relação a suas relações íntimas e maridos que a haviam amado, e, realmente, em geral com relação a todos os romanos, e aqueles imperadores que foram seus benfeitores; e também assassinou a própria irmã no templo, quando ela nem havia lhe feito mal algum; além disso, assassinou o próprio irmão por particular traição, e ela destruiu os deuses do próprio país e os sepulcros de seus progenitores; e enquanto ela havia recebido seu reino do primeiro César, ela teve o descaramento de rebelar-se contra seu filho e sucessor (7) ; e mais, ela corrompeu Antônio com seus truques amorosos, e o tornou um inimigo do próprio país, e o fez traidor dos amigos, e [por estes meios] despojou-o de um tanto de sua autoridade real, e forçou outros em sua loucura a agirem maldosamente. Mas para quê acrescentar algo diante do principal adiante, quando ela largou Antônio em sua batalha marítima, apesar dele ser seu marido, e pai do seus filhos em comum, e o compeliu a abdicar de seu governo, com o exército para segui-la [ao Egito]? Quando o último de todos os Césares havia tomado Alexandria, ela consentiu naquela dose de crueldade, que declarou ter ainda alguma esperança de preservar seu romance, no caso dela conseguir matar os judeus, apesar disso ter sido por sua própria mão; a semelhante grau de barbaridade e perfídia ela alcançou. Pode alguém, portanto, pensar que nós não podemos nos vangloriar de algo, se, conforme Ápio diz, esta rainha, no período da fome, não distribuiu trigo entre nós? De qualquer forma, ela encontrou-se com a grande punição que ela merecia. Quanto a nós, judeus, recorremos ao grande César, que nos auxiliou a trazê-lo, e qual fidelidade nós demonstramos para com ele contra os egípcios; como também ao senado e seus decretos, e as cartas de Augusto César, através do qual nossos méritos [para com os romanos] estão provados. Ápio deveria ter olhado aquelas cartas, e em especial, ter examinado os testemunhos dados em nosso benefício, sob Alexandre e todos os Ptolomeus, e os decretos do senado e dos grandiosos imperadores. E se Germanicus não foi capaz de fazer uma distribuição de cereais a todos os habitantes de Alexandria, somente mostra quão árido tempo foi este, e quão grande carestia houve de cereais, nada tendendo para se acusar aos judeus; pois o que todos os imperadores pensaram dos judeus alexandrinos é bem conhecido, pois esta distribuição de trigo não foi de alguma forma suprimida aos judeus mais do que foi aos outros habitantes de Alexandria. Mas eles sempre estiveram desejosos de preservar o que os reis haviam anteriormente confiado aos cuidados deles, me referindo à supervisão do rio. Nem aqueles reis acreditaram serem eles inadequados para possuírem esta total supervisão do rio, sob todas as circunstâncias.

6. Mas além disso Ápio assim nos objeta: "Se os judeus (ele diz) são cidadãos de Alexandria, porquê eles não cultuam os mesmos deuses que os alexandrinos?", para o qual eu dou esta resposta: Posto que você seja dentre os próprios egípcios, porquê você põem a lutar um contra o outro, e tem implacáveis guerras a respeito de sua religião? Nesta avaliação nós não devemos chamar a todos os egípcios, nem realmente aos homens em geral, porque você gera [altercação?] sobre grande preocupação [dado a] animais de uma natureza totalmente contrária à dos homens, embora a natureza de todos os homens pareça ser uma e a mesma. Agora, se há tais diferenças na opinião dentre vós [mesmos], egípcios, porquê estão vocês surpresos que aqueles que vieram de outro país para Alexandria, e tinham leis provenientes de seu passado, [para] perseverar na observância destas leis [tenham outra opinião]? Mas ele ainda acusa-nos como sendo autores de sedição; tal acusação, se esta é somente uma, porquê ela não é lançada contra todos nós, visto que nós somos conhecidos [como] sendo todos de uma só mente. Além disso, aqueles que pesquisarem semelhantes assuntos logo descobrirá que os autores de sedição têm sido cidadãos de Alexandria como o é Ápio; pois enquanto os gregos e os macedônios eram possuidores danosos desta cidade, não havia sedição levantada contra nós, e nôs era permitido observar nossas antigas solenidades; mas quando o número de egípcios nela tornou-se considerável, o rítmo aumentou confuso, e então aqueles sediciosos revoltaram-se sempre mais e mais, enquanto nosso povo continuou sem se corromper. Estes egípcios, então, foram os autores daqueles aborrecimentos, que não tendo a constância dos macedônios nem a prudência dos gregos, cederam todos às perversas maneiras dos egípcios, e insistem em seu antigo ódio contra nós; pois o que é aqui tão presunçosamente declarado sobre nós relaciona-se a diferenças que há entre eles mesmos; enquanto muitos deles não têm obtido os privilégios de cidadãos em tempo justo, mas nomeiam aqueles que são bem conhecidos com o intuito de extenderem este privilégio a todos eles, desde que não sejam estrangeiros; pois não parece que algum dos reis tenha alguma vez anteriormente entregue aqueles privilégios de cidadãos aos egípcios, não mais do que os imperadores tenham feito mais recentemente. Enquanto isso, foi primeiramente Alexandre quem nos introduziu em sua cidade, [depois] os reis aumentaram estes nossos privilégios, e os romanos têm se agradado em preservá-los sempre invioláveis. Ademais, Ápio lança uma mancha sobre nós, por não termos erigido imagens aos nossos imperadores, como se aqueles imperadores já não soubessem disso antes, ou como se precisassem de Ápio para defendê-los; enquanto que ele deveria, de preferência, ter admirado a magnanimidade e modéstia dos romanos, que não obrigam aqueles que lhes estão sujeitos a transgredir as leis de seus próprios países, mas estão desejosos de receber as honras devidas a eles conforme aqueles lhes pagam estima perseverante com piedade e com suas próprias leis; pois eles não agradecem o povo por conferir-lhes honras quando são a isso compelidos pela violência. Consequentemente, desde que os gregos e algumas outras nações consideraram correto fazer imagens, e além disso, quando eles haviam pintado os retratos de seus parentes, esposas e filhos, exultaram de alegria; e houve alguns que tomaram pinturas para si de tais pessoas enquanto não era possível relacionar com eles; além disso, alguns tomaram as pinturas de tais serviçais por serem apreciadores disso; que maravilha, então, é esta, se tais, assim como estes, pareçam desejosos de pagar o mesmo respeito para com seus príncipes e amos? Mas então nosso legislador nos proibiu de fazer imagens, não pelo caminho da condenação antecipada, que a autoridade romana não deveria ser honrada, mas como [que] desprezando uma coisa que não era nem necessária nem útil, nem a Deus nem a homem. E ele os proibiu, como demonstraremos à frente, fazer estas imagens de qualquer parte da criação animal, e menos ainda do próprio Deus, que não é parte de tal criação animal. Apesar disso nosso legislador em lugar algum nos proibiu de pagar honras a pessoas ilustres, [mas] proveu [que] estas sejam de outra espécie, e inferior às que dirigimos a Deus; honras com as quais nós sinceramente testificamos nosso apreço por nossos imperadores, e ao povo romano; nós também ofertamos sacrifícios perpétuos a eles; nem somente lhes ofertamos todos os dias nas despesas comuns a todos os judeus, embora não ofertemos nenhuma outra forma de sacrifícios [que seja] fora dos usuais, não, nem por nossas próprias crianças, mesmo assim fazemos disso como uma peculiar honra aos imperadores, e para eles individualmente, enquanto não fazemos o mesmo a ninguém mais, quem quer que seja. E isso basta como resposta em geral a Ápio, em relação ao que ele diz dos judeus alexandrinos. 7. De qualquer forma, eu não posso apenas me admirar daqueles outros autores que fornecem a este homem semelhantes materiais; tenho eu em vista Possidonius e Apollonius, [o filho de] Molo, (8) os quais, enquanto acusam-nos de não cultuarmos os mesmos deuses que os outros adoram, pensam de si mesmos não serem culpados de impiedade quando eles contam mentiras [sobre] nós, e forjam absurdos e repreensíveis histórias sobre nosso templo; enquanto que é a coisa mais vergonhosa para homens livres forjar mentiras em qualquer ocasião, e muito mais por forjar tais a respeito do nosso templo, que era então o mais famoso de todo o mundo, e era por nós preservado tão sagrado; pois Ápio teve a impudência de inventar que "os judeus colocaram a cabeça de um asno em seu lugar sagrado"; e ele afirma que esta foi descoberta quando Antíoco Epifanes saqueou nosso templo, e encontrou aquela cabeça de asno feita de ouro, e que valia uma grande soma em dinheiro. Como primeira resposta, havendo tal coisa entre nós, um egípcio é quem de forma alguma teria o quê lançar contra nós, visto que um asno não é um animal mais desprezível que (9) e bodes e outras criaturas semelhantes, as quais entre eles são deuses. Mas além desta resposta, digo mais, como Ápio vem a nada entender disso, sendo não mais que um evidente mentiroso, para ser refutado por sua própria idéia como totalmente inacreditável? Pois nós, judeus, somos sempre governados pelas mesmas leis, nas quais nós constantemente perseveramos; e embora muitas desgraças tenham sobrevindo à nossa cidade, como ocorreram a outras, e embora Theos [Epifanes], e Pompeu, o grande, e Licínio Crasso, e por último, Tito César, nos conquistou em guerra, e obteve a posse do nosso templo; mesmo assim nenhum deles encontrou alguma coisa lá, nem realmente qualquer coisa exceto o que estava de acordo com a estrita devoção; embora o que eles encontraram nós não estejamos livres para revelar aos outros. Mas quanto a Antíoco [Epifanes], não teve uma razão para aquele saque que ele fez em nosso templo; ele somente foi lá quando quis dinheiro, sem declarar-se nosso inimigo, e nos atacou enquanto éramos seus aliados e amigos; e ele nada encontrou lá que fosse ridículo. Isso é atestado por muitos respeitados escritores; Políbio de Megalópoles, Estrabão da Capadócia, Nicolau de Damasco, Timagenes, Castor o cronista ***chronotoger*** , e Apollodorus; (10) todos dizem que foi pelo desejo de Antíoco por dinheiro que ele quebrou a aliança com os judeus, e roubou o templo deles quando este estava cheio de ouro e prata. Ápio devia ter tido respeito por tais fatos, a menos que ele mesmo tenha tido ou um coração de asno ou a falta de vergonha de um cão; da semelhança com o cão eu tenho em vista a adoração deles; pois não teve nenhuma outra razão para as mentiras que ele conta a nosso respeito. Quanto a nós, judeus, não associamos nem honra nem poder aos asnos, como o fazem os egípcios aos crocodilos e víboras, quando eles estimam os que são dominados pelo primeiro, ou mordidos pelo segundo, como sendo pessoas felizes e honradas por Deus. Asnos são os mesmos conosco como o são com os outros homens de bom senso, a saber, criaturas que levam a carga que colocamos sobre eles; mas se chegam aos nossos campos e comem nossos cereais, ou não executam o que lhes impomos, nós os batemos com muitas chicotadas, por ser essa a sua função, nos servir em nossos negócios agrícolas. Mas este nosso Ápio foi ou completamente inábil na composição de tais fraudulentos discursos ou, de qualquer forma, quando começou [um tanto melhor] , não foi hábil para perseverar no que se empenhou, visto que não teve sucesso naquelas acusações lançadas sobre nós.

8. Ele acrescenta outra fábula grega, com o objetivo de nos acusar. Na réplica a este, seria suficiente dizer que eles que presumem falar sobre a devoção divina devem não estar ignorantes desta simples verdade, que é uma menor impureza passar para dentro de templos, mais do que inventar calúnias maldosas de seus sacerdotes. Agora homens tais como ele, estão mais zelosos de justificar um rei sacrílego do que escreverem o que é justo e verdadeiro sobre nós e nosso templo; pois quando eles estão ansiosos de agradar Antíoco, e de esconder aquelas perfídias e sacrilégios das quais ele foi culpado, relacionadas à nossa nação, quando ele quis dinheiro, eles esforçam-se em nos colocar em desgraça, e contam mentiras até em relação ao futuro. Ápio ***become other men's prophet upon this occasion*** torna outros homens do profeta sobre esta ocasião, e diz que Antíoco encontrou em nosso templo "uma cama e um homem sobre ela, com uma pequena mesa diante dele, cheia de guloseimas, de [peixes do] mar, e caças silvestres; este homem ficou impressionado com aquelas guloseimas postas desta forma diante dele; ele imediatamente adorou o rei na sua chegada, como esperando que ele desse toda a assistência possível; ele se ajoelhou diante de seus pés, e lhe estendeu a mão direita, e suplicou ser libertado; e quando o rei ofereceu-se para sentar, e saber quem ele era, e porque ele residia ali, e o que pensava daquelas várias espécies de alimento que estavam postos a ele, o homem fez uma lamentável queixa, e com suspiros e lágrimas nos olhos, deu-lhe este relato do perigo em que estava; e disse que era um grego e viajando naquela província com o objetivo de conseguir seu sustento, ele foi agarrado pelos estrangeiros, subitamente, e trazido a este templo, e trancado nele, e não era visto por ninguém, mas era engordado por estes estranhos alimentos assim postos diante dele; e verdadeiramente no primeiro momento pareceu-lhe fonte de grande alegria; [mas,] depois de algum tempo, eles causaram-lhe uma suspeita, e enorme assombro, de qual seria seu propósito; por último ele indagou os serviçais que vinham a ele e foi por eles informado que isso era no intuito de cumprir uma lei dos judeus, que eles nunca deveriam contar, de que ele era assim nutrido; e que eles faziam o mesmo todo ano: costumam capturar um estrangeiro grego, e assim engordá-lo todo ano, e então conduzí-lo a uma certa floresta, e matá-lo, e o sacrificam com suas costumeiras solenidades, e comem de suas entranhas, e adotam um juramento neste sacrifício de um grego, de sempre serem inimigos dos gregos; e que então eles jogam as partes restantes do miserável infeliz em certo buraco." Ápio acrescenta adiante que "o homem afirmou que faltavam apenas poucos dias para ele ser morto, e implorou que Antíoco que, sem contar a reverência dele para com os deuses gregos, desapontaria as armadilhas dos judeus postos a favor deste sangue, e o libertaria destas misérias nas quais eles estava cercado." Agora esta é a mais trágica fábula tanto quanto é cheia de nada mais que crueldade e descaramento; mesmo assim isso não justifica Antíoco por seu empreendimento sacrílego, conforme aqueles que escreveram isso em sua defesa estão desejosos de supor; pois ele não poderia presumir de antemão que ele se encontraria com algo assim ao entrar no templo, mas o encontrou inesperadamente. Ele foi então uma pessoa ímpia, dado a prazeres ilegais, e não teve respeito por Deus em suas ações. Mas, [quanto a Ápio,] fez tudo o que seu extravagante amor à mentira lhe ditou, à medida que isso é mais fácil de descobrir por uma consideração de seus escritos; pois a diferença de nossas leis é reconhecida não somente com respeito aos gregos, mas elas são principalmente opostas aos egípcios, e a algumas nações também, pois enquanto isso assim recai naqueles homens de todos os países que chegam às vezes e residem temporariamente entre nós, como poderíamos nós tomarmos um juramento, e conspirarmos somente contra os gregos, e também pela efusão de seu sangue? Ou, como é possível todos os judeus obterem juntos destes sacrifícios, e as entranhas de algum homem ser suficiente para tantos milhares provar destas, como pretende Ápio? Ou, porque o rei nada transmitiu deste homem, quem era ele, seu nome (que não é declarado no livro de Ápio), com grande pompa ao retornar ao seu próprio país? Talvez ele próprio através disso teria sido estimado [como] pessoa religiosa, e um grande amigo dos gregos, e talvez através disso teria adquirido para si mesmo um grande auxílio de todos os homens que odiassem os judeus. Mas eu abandono este assunto; pois o modo adequado de refutar tolos não é por usar palavras vazias, mas por recorrer às suas próprias idéias contra eles. Agora, então, todos os que alguma vez observaram a construção do nosso templo, de que espécie este era, sabem suficientemente bem de que modo a pureza deste nunca era profanada; pois este tinha quatro pátios distintos (12) cercados com claustros ao redor, cada um do quais tinham por nossa lei um peculiar degrau de separação do resto. O primeiro pátio era permitido a todos, até mesmo estrangeiros, porém a nenhuma mulher era permitido, durante [o período da descida de] seus fluidos, entrar nele; todos os judeus entravam no segundo pátio, bem como suas esposas, quando estivessem livres de todas as suas impurezas; no terceiro pátio entravam os homens judeus, quando estavam limpos e purificados; no quarto entravam os sacerdotes, tendo seus trajes sacerdotais; mas ao mais sagrado lugar, ninguém entrava a não ser os sumo-sacerdotes, vestidos em seus trajes peculiares. Visto que há tão grandes cuidados usados nestes ofícios religiosos, que os sacerdotes são nomeados para ir ao templo apenas em certos momentos; pela manhã, na abertura da parte interna do templo, aqueles que estavam oficiando recebiam os sacrifícios, conforme eles faziam de novo à tarde, até as portas estarem trancadas. Finalmente, não era de acordo com a lei carregar qualquer vaso para dentro da casa sagrada; nem qualquer outra coisa é lá colocada, a não ser o altar [de incenso], a mesa [dos pães da apresentação], o incensário, e o castiçal, os quais estão todos descritos na lei; pois nada há lá além disso, nem quaisquer mistérios executados dos quais não se fale; nem há lá dentro qualquer banquete. O que eu disse até agora é publicamente conhecido, e sustentado pelo testemunho do povo inteiro, e suas atividades são bem manifestas; pois embora haja quatro pátios dos sacerdotes, cada um tem cerca de cinco mil homens deles, fazendo com que oficiem em somente certos dias; e quando findam aqueles dias, outros sacerdotes substituem na apresentação dos seus sacrifícios, e reunem-se ao meio dia, e recebem as chaves do templo, e os vasos ***by tale*** conforme o contado, sem qualquer coisa relacionada a alimento ou bebida sendo carregada para dentro do templo; pelo contrário, não nos é permitido oferecer semelhantes coisas no altar, excetuando o que é preparado para os sacrifícios.

9. O quê, então, podemos dizer de Ápio, senão que ele nada examinou concernente a estas coisas, enquanto ele apenas expressou inacreditáveis palavras sobre isso? Mas, é uma grande humilhação para um gramático não estar habilitado a escrever história de verdade. Agora, se ele conhecia a pureza do templo, ele a omitiu inteiramente; mas ele forja uma história sobre o sequestro de um grego, a cerca de inexprimível alimento, e a preparação das mais deliciosas iguarias; e simula que estrangeiros poderiam entrar num lugar ao qual o mais nobre dentre os judeus não tem permissão de entrar, a menos que sejam sacerdotes. Este, então, é o mais alto grau de impiedade, e uma voluntária mentira, com o intuito de iludir aqueles que não examinarão a fundo a verdade dos assuntos; enquanto tais indizíveis males têm sido produzidos por tais calúnias que são levantadas sobre nós, conforme são propagadas.

10. Além disso, este prodígio ou religiosidade nos ridiculariza também, e adiciona o seguinte imaginário fato para sua mentira anterior; por ser dito que este homem relatou como, "enquanto os judeus estavam em outro tempo numa longa guerra com os idumeus, veio um homem de uma das cidades dos idumeus, que cultuava Apolo. Este homem, cujo nome é dito como sendo Zabidus, veio aos judeus, e prometeu que entregaria Apolo, o deus de Dora, em suas mãos, e que viria ao nosso templo, se todos eles viessem com ele, e trouxessem aquela multidão de judeus com eles; Zabidus fez um certo instrumento de madeira, e o colocou em torno de si, e colocou nisso três fileiras de lâmpadas, e caminhou depois de uma tal maneira, que pareceu àqueles que permaneceram ***a great way off him*** ter ele acima de si algo maravilhoso, como uma espécie de estrela, caminhando sobre a terra. Os judeus ficaram terrivelmente amedrontados em tão surpreendente aparição, e se mantiveram completamente imóveis à distância; e Zabidus, enquanto eles continuavam assim imóveis, entrou na casa sagrada, e carregou aquela cabeça de ouro de um asno, (para tão alegremente fazer ele escrever) e então retornou a Dora em grande pressa." "E diga você, portanto, senhor!", conforme eu posso replicar; então Ápio faz carregar o asno, que é ele mesmo, e mete-lhe uma sobrecarga de besteiras e mentiras; pois ele escreve de lugares que não existem, e nada conhecendo das cidades das quais fala, troca suas localizações; porque a Iduméia confina com nosso país, e está próxima de Gaza, na qual não há tal cidade Dora; embora haja, é verdade, uma cidade chamada Dora na Fenícia, próxima ao monte Carmelo, mas está há quatro dias de jornada desde a Iduméia. (12) Ora, então, qual o motivo deste homem acusar-nos, por não termos deuses em comum com outras nações, se nossos antepassados eram tão facilmente vencidos por Apolo ter vindo a eles, e acreditaram vê-lo caminhando sobre a terra, e as estrelas com ele? Pois aqueles que certamente têm tantos festivais, onde se acendem lâmpadas, mesmo assim, neste conto, nunca teriam visto um castiçal? Mas parece ainda que, enquanto Zabidus fazia sua jornada sobre o país, onde havia tantas miríades do povo, ninguém encontrou-o. Além disso, é o que parece, mesmo em tempo de guerra, ele encontrou as muralhas de Jerusalém destituídas de guardas. Eu omito o restante. Agora os portões da casa sagrada eram [de] setenta cúbitos de altura (13) , e vinte cúbitos de largura; eles eram todos cobertos de ouro, e quase de ouro sólido, e era preciso não menos que vinte homens (14) para trancá-los todos os dias; nem era permitido deixá-los alguma vez abertos, apesar de parecer que este nosso porta-lâmpadas abriu-os facilmente, ou acreditou ele abrí-las, conforme ele pensou ter a cabeça de asno em sua mão. Será que ele, então, a devolveu novamente para nós, ou será que Ápio a tomou, e a trouxe novamente para dentro do templo, para que Antíoco pudesse encontrá-la, e a mão de um segundo Ápio inventado pudesse tatear? É incerto.

11. Ápio também conta uma falsa ficção quando menciona um juramento nosso, no qual "juramos por Deus, o Criador dos céus, terra e mar, não sustentar nenhuma boa vontade com qualquer estrangeiro, e particularmente a nenhum dos gregos." Agora este mentiroso devia ter dito diretamente que "nós não sustentaríamos nenhuma boa vontade com qualquer estrangeiro, e particularmente a nenhum dos egípcios." Pois então esta ficção a cerca do juramento teria se ajustado com o resto das suas falsificações iniciais, no caso dos nossos antepassados terem sido dirigidos para fora por sua parentela, os egípcios, mesmo que não no relato de algumas maldades [que] eles teriam sido culpados, mas no relato das calamidades [que] eles ficaram sujeitos; pois relativo aos gregos, nós estivemos [mais] particularmente afastados deles em localização, do que difere deles em nossas instituições, ao ponto de não termos inimizade com eles, nem qualquer inveja. Pelo contrário, tanto que tem acontecido de muitos deles consentirem ao lado de nossas leis, e alguns deles têm continuado em sua observância, embora outros deles não tiveram coragem suficiente para perseverar, e portanto dela apartaram-se novamente; nem qualquer pessoa alguma vez ouviu este juramento por nós prestado; Ápio, ao que parece, foi a única pessoa que ouviu isso, pois ele mesmo foi o primeiro a compôr isso.

12. De qualquer forma, Ápio merece ser admirado por esta grande prudência, de acordo com o que estou para dizer: A fim de que haja um simples sinal entre nós, que nem temos leis justas, nem devoção a Deus, [assim] como devemos fazer, porque não somos governantes, mas estamos especialmente em sujeição aos gentios, às vezes sob uma nação, às vezes sob outra; e aquela nossa cidade tem estado suscetível a várias calamidades, enquanto sua cidade [Alexandria] tem sido desde tempos antigos uma cidade imperial, e não ficou submetida aos romanos. Mas agora este homem se abandonou a este alarde, pois todos, exceto ele mesmo, pensariam que Ápio disse o que ele havia dito contra si mesmo; pois houveram pouquíssimas nações que têm tido a fortuna de continuar [por] muitas gerações no principado, mas as transformações nos assuntos humanos sempre as tem posto em sujeição sob outras; e muitas nações têm frequentemente sido subjugadas, e trazidas à servidão por outras. Agora, quanto aos egípcios, quem sabe eles sejam a única nação a ter tido este extraordinário privilégio, de jamais terem servido a qualquer daqueles monarcas que subjugaram a Ásia e a Europa, e somado a isso, conforme pretendem eles, que os deuses fugiram para dentro do seu país, e salvaram-se por se transformarem em bestas selvagens! Enquanto que estes egípcios (15) são o único povo que aparenta nunca ter tido, em todas as eras passadas, um dia de liberdade, de forma alguma, nem mesmo sob seus próprios monarcas. Pois eu não os acusarei relatando a maneira com que os persas usaram deles, e isso não somente uma vez, mas por muito tempo, quando eles destruíram suas cidades, demoliram seus templos, e cortaram a garganta daqueles animais que eles consideram serem deuses; apesar de não ser razoável imitar a ridícula ignorância de Ápio, que não observou as desgraças dos atenienses, ou dos lacedemônios, que posteriormente foram nomeados por todos os homens os mais corajosos, e os anteriores os mais religiosos dos gregos. Eu nada expresso a respeito dos reis famosos pela piedade, particularmente de um deles, cujo nome era Cresus, nem de quais calamidades sua vida conheceu; nada me refiro da fortaleza de Atenas, do templo em Éfeso, daquele em Delphi, nem das outras miríades que tem sido queimados, enquanto ninguém lança acusações sobre aqueles que isso sofreram, mas sobre aqueles que isso provocaram. Mas agora nós conhecemos Ápio, um acusador de nossa nação, apesar dele sempre esquecer as misérias de seu próprio povo, os egípcios; porém Sesóstris, que sempre foi um tão celebrado rei do Egito, deve tê-lo cegado. Agora nós não alardearemos de nossos reis, Davi e Salomão, apesar deles terem conquistado muitas nações; consequentemente nós ficaremos só nestes. De qualquer forma, Ápio ignora o que todos sabem, que os egípcios foram servos dos persas, e mais tarde dos macedônios, quando eles foram senhores da Ásia, e [estes] não eram mais que escravos, enquanto nós nos alegrávamos anteriormente na liberdade; mais que isso, tivemos o domínio de cidades situadas ao nosso redor, e isso por cerca de cento e vinte anos seguidos, até Pompeius Magnus. E quando todos os reis foram, um por um, conquistados pelos romanos, nossos ancestrais foram o único povo a continuar sendo estimado [como] seus confederados e amigos, por conta de sua fidelidade. (16)

13. Mas Ápio diz [que] nós judeus não temos tido quaisquer homens admiráveis, nem quaisquer inventores de artes ou qualquer famoso pela inteligência. Ele então enumera Sócrates, Zeno, Cleanthes, e alguns outros da mesma forma; e após todos, ele acrescenta a si mesmo com eles, que é a mais admirável idéia de todas as que ele afirma, e declara Alexandria como sendo feliz por ter tido um cidadão tal como ele; pois ele foi o homem adequado para ser testemunha de seus próprios abandonos, embora ele se tivesse mostrado a todos não mais que um charlatão maldoso, de uma vida corrompida e discursos prejudiciais; no qual conto devidamente uma possível piedade [(de?)] Alexandria, se isso deve valer para um cidadão tal como esse é. Mas com respeito aos nossos próprios homens, temos tido aqueles [que] têm sido merecedores de admiração como nenhum outro, e do mesmo modo [os] que têm perscrutado nossas Antiguidades não podem estar ignorantes desse fato.

14. Quanto a outras coisas que ele coloca como repreensíveis, essa pode ser talvez a melhor forma de deixá-las passar sem justificativa, que ele talvez permita ser seu próprio acusador, e o acusador do resto dos egípcios. De qualquer forma, ele nos acusa de sacrificar animais, e por nos abstermos de carne de porco, e escarnece-nos em relação à circuncisão de nossos membros [viris]. Mas em relação ao nosso abate de animais cevados para sacrifícios, é comum a nós e a todos os outros homens; porém este Ápio, por fazer disso um crime, prova por si mesmo ser um egípcio; pois se fosse um grego ou um macedônio, [como ele pretende ser], não demonstraria qualquer desconforto quanto a isso; pois aqueles povos honram aos seus deuses com sacrifício de hecatombes, e faz uso daqueles sacrifícios para comemorar; e mesmo assim não está o mundo, em razão disso, destituído de gado, como ficou Ápio receoso de ocorrer. E se todos os homens tivessem seguido os costumes egípcios, certamente o gênero humano teria sido eliminado do mundo, pois teria sido completamente preenchido de toda sorte de ferozes animais selvagens, pois, por eles suporem serem estes deuses, [então] os nutrem cuidadosamente. Ora, se alguma pessoa perguntar a Ápio, qual dos egípcios ele acredita que seja o mais sábio e mais piedoso dentre todos eles, certamente admitiria que os são os sacerdotes; pois as histórias contam que duas coisas foram originalmente colocadas sob seus cuidados pelas ordens dos reis: o culto aos deuses, e a continuidade do conhecimento e filosofia. Concordemente, estes sacerdotes são todos circuncidados, e abstêm-se de carne de porco; nem fazem qualquer pessoa dos outros egípcios ajudá-los na morte daqueles sacrifícios que ofertam aos deuses. Ápio estava, então, completamente cego em sua mente quando, a favor da causa dos egípcios, ele não somente tramou censurar-nos, para acusar do mesmo modo outros que não somente fazem uso daquela conduta de vida que ele tanto insulta, mas também têm ensinado outros homens a serem feitos cincuncisos, conforme diz Heródoto; o que faz-me acreditar que Ápio foi devidamente punido por lançar tais acusações às leis de seu próprio país; pois ele próprio foi cincuncidado por necessidade, por conta de uma úlcera em seu membro [viril]; e quando ele não se beneficiou por tal circuncisão, pois seu membro tornou-se pútrido, morreu em grande sofrimento. Já homens de moderação necessariamente observam suas próprias leis concernente especificamente a religião, e perseveram nisto, mas não para ofender as leis de outras nações, enquanto este Ápio abandona suas próprias leis, e conta mentiras sobre as nossas. Este foi o fim da vida de Ápio, e esta será a conclusão da nossa dissertação sobre ele.

15. Mas agora, posto que Apollonius Molo, Lysimachus e alguns outros, escrevem a respeito do nosso legislador Moisés e sobre nossas leis, como sendo nem justas nem corretas, e de certa forma de nossa ignorância, mas principalmente da nossa maldade, enquanto caluniam Moisés como impostor e enganador, e pretendem que nossas leis nos ensinam perversidade, mas nada que seja bom, tenho uma observação a dissertar brevemente, de acordo com minha habilidade, sobre nossa inteira constituição de governo, e particularmente sobre as ramificações desta. Pois eu suponho que então se tornará evidente que as leis que nos foram dadas estão dispostas da melhor maneira para o progresso da piedade, para a mútua comunhão de uns para com os outros, para um geral amor à humanidade, como também para a justiça e para sustentar labores com bravura, e para um desprezo da morte. E peço àqueles que escrutinharem estes meus escritos, a lerem sem parcialidade; pois não é meu propósito escrever um encômio a nós mesmos, mas estimarei estes como a nossa mais justa apologia, tomada de nossas leis, conforme conduzimos nossas vidas, contra muitas e mentirosas oposições que têm sido feitas contra nós. Ademais, visto que este Apollonius não faz como Ápio, metendo uma contínua acusação contra nós, mas faz isso somente por impulso, aumentando a grosseria de seu discurso, enquanto ele às vezes acusa-nos de ateus e inimigos da humanidade, às vezes golpeia-nos nos dentes por falta de coragem, já outras vezes, ao contrário, nos acusa por grandiosa ousadia e furor em nossa conduta; além disso ele diz que nós somos os mais frágeis de todos os bárbaros, e que esta é a razão de sermos o único povo que não tem feito aperfeiçoamentos à vida humana; ora, penso ter, então, refutado suficientemente todas as suas alegações, já que parece que nossas leis impõem o extremo oposto do que ele diz, leis as quais nós mesmos muito cuidadosamente observamos. E se ele me compeliu ***And if I he compelled*** a fazer menção das leis de outras nações, que são contrárias às nossas, aquelas devem merecidamente serem gratas por isso, que pretenderam depreciar nossas leis em comparação com as próprias delas; nem será, penso eu, inadequado _após eles pretenderem tampouco que nós mesmos não tenhamos igualmente leis_ um epítome, do qual eu apresentarei aos leitores, ou que nós não fazemos, sobre todos os homens, continuar na observação delas.

16. Para começar então, de bom modo, antes de tudo, eu adiantaria isso, em primeiro lugar, que aqueles que têm sido admiradores de boas regras, e do modo de viver sob leis públicas, e que começaram a introduzí-las, podem muito bem ter este testemunho de que eles são melhores que outros homens, tanto pela moderação como também pela virtude, conforme é aceitável à natureza. Realmente seu esforço era para ter cada assunto [que] eles ordenaram [que fossem] acreditados por serem muito antigos, que eles talvez não pensaram imitar outros, mas talvez pareciam ter entregue um modo regular de viver aos outros depois deles. Desde então este é o caso, a excelência de um legislador é observada ao prover a melhor maneira de viver do povo, e na preponderância daqueles que estão para usar as leis que ele ordenou-lhes, com o intuito de ter uma boa opinião destas, obrigando a multidão a perseverar nelas, e para não fazer mudanças nelas, nem na prosperidade nem na adversidade. Agora me arrisco a dizer que nosso legislador é o mais antigo de todos os legisladores que temos concordado de que se ouviu falar; pois em relação a Licurgo, Sólon, Zaleuco Locrensis, e todos os outros legisladores que são tão admirados pelos gregos, eles parecem ser de ontem quando comparado com nosso legislador, de tal modo que o inteiro anúncio de uma lei não foi assim muito conhecida nos tempos antigos entre os gregos. Homero é uma testemunha da verdade desta observação, que nunca usa este termo em todos os seus poemas; pois realmente não houve então semelhante coisa entre eles, mas a multidão era governada por máximas de sabedoria, e pelas ordens de seu rei. E foi por muito tempo que eles permaneceram no uso daqueles costumes orais, ainda que eles sempre estiveram mudando-as sob várias ocasiões. Mas em relação ao nosso legislador, que foi muitíssimo mais antigo que o restante, (conforme até aqueles que falam contra nós em várias ocasiões sempre confessam) exibiu-se ao povo como seu melhor governante e conselheiro, e incluiu em sua legislação a inteira conduta de suas vidas, e prevaleceu sobre eles para recebê-la, e fez que a transmitissem, a fim de que aqueles que de sua lei se inteirassem, a elas mais cuidadosamente observassem.

17. Mas permita-nos considerar seu primeiro e grandioso trabalho; pois quando estava resolvido por nossos antepassados sair do Egito, e retornar ao seu próprio país, este Moisés aceitou os muitos milhares do povo, e trouxe-os em segurança. E certamente foi neste ponto necessário viajar através de um país sem água, e coberto de areia, para sujeitar seus inimigos, e, durante aquelas batalhas, preservar suas crianças, esposas e pertences; em todas estas ocasiões ele tornou-se um excelente general de um exército e o mais prudente conselheiro, e alguém que tomou o vedadeiro cuidado de todos eles; ele também os trouxe assim, toda aquela multidão dependeu dele. E apesar dele os ter sempre obedientes ao que havia imposto, de forma alguma fez uso de sua autoridade para vantagem pessoal, o que é comum quando governantes ganham grandes poderes para si, e pavimentam o caminho para a tirania, e acostumam a multidão a viver muito dissolutamente; enquanto que nosso legislador estando em tão grande autoridade, ele, pelo contrário, achou necessário observar a piedade, e mostrar sua grande boa vontade para com o povo; e por estes meios ele acreditou talvez mostrar o grande grau de virtude que tinha, e talvez procurar a mais duradoura segurança àqueles que o fizeram seu governante. Quando ele, então, havia consentido com tal resolução excelente, e executou tais façanhas maravilhosas, nós tivemos justa razão para tê-lo por governante e conselheiro divino. E quando ele primeiro persuadiu-se (17) de que suas ações e propósitos eram agradáveis à vontade de Deus, ele acreditou ser sua obrigação registrar isso, sobre todas as coisas, que a percepção sobre a multidão; pois aqueles que alguma vez acreditaram que Deus é o inspetor de sua vida, não se permitirão transgredir. E este é o caráter do nosso legislador: ele não foi impostor, nem enganador, como seus injuriadores dizem, injustamente, mas semelhante a alguém como Minos (18) tem sido entre os gregos alardeado, e outros legisladores depois dele; pois alguns deles supõem que estes receberam suas leis de Júpiter, enquanto Minos diz que a revelação de suas leis foi entregue por Apolo, e de seu oráculo em Délfus, se eles realmente pensam terem sido desta forma produzidas, ou supor, de qualquer forma, que eles poderiam persuadir o povo facilmente de que assim foi. Mas qual destes fez as melhores leis, e que teve o maior argumento para se acreditar que Deus foi seu autor, será fácil determinar, comparando juntamente suas leis; pois é hora de chegarmos a este ponto. (19) Visto que há inumeráveis diferenças nos costumes específicos e leis existentes entre a humanidade, as quais um homem talvez brevemente resumisse sob as seguintes principais: Alguns legisladores permitiram aos seus governos estarem sob monarquias, outros os puseram sob oligarquias, e outros sob uma república; mas nosso legislador não estimou qualquer destas formas, mas ele ordenou nosso governo a estar, sob o que, por uma estranha expressão, talvez seja chamado de uma Teocracia (20) , em razão de a autoridade e o poder serem atribuidos a Deus, e por persuadir todo o povo a honrá-lo, como o autor de todas as boas coisas que foram usufruidas ou em comum por toda a humanidade, ou por cada um em particular, e por tudo que eles próprios obtiveram por orar a Ele em suas grandes dificuldades. Ele informou-os de que era impossível escapar ao exame Divino, mesmo que em qualquer de nossas ações exteriores ou em qualquer pensamento íntimo. Além disso, ele representou/descreveu Deus como ***unbegotten*** (21) , e imutável, através de toda a eternidade, superior a toda concepção mortal em glória; e apesar de conhecido por nós por seu poder, desconhecido por nós, porém, em sua essência. Não explanarei agora o quanto estas noções de Deus são a opinião dos sábios entre os gregos, e como eles foram ensinados deles sob os princípios que ele os permitiu. De qualquer forma eles testificam, com grande segurança, que estas noções são corretas, e aceitáveis à natureza de Deus, e de sua majestade; pois Pitágoras, Anaxágoras, Platão, e os filósofos estóicos que os sucederam, e quase todo o resto, são da mesma opinião, e têm as mesmas noções da natureza de Deus; mesmo assim não desafio aqueles homens a revelarem aquelas percepções verdadeiras a não mais que uns poucos, porque o corpo do povo foi prejudicado com outras opiniões precipitadas. Porém nosso legislador, que fez suas ações concordarem com suas leis, não somente prevaleceu com aqueles que eram seus contemporâneos a aceitarem estas noções, mas tão firmemente imprimiu sua fé em Deus sobre toda sua posteridade, que isso nunca pode ser removido. A razão pela qual a constituição de sua legislação ter sido sempre melhor direcionada à utilidade de todos, mais que outras legislações, é que Moisés não fez da religião uma parte da virtude, mas entendeu e ordenou [que] outras virtudes sejam partes da religião; eu tenciono a justiça, coragem, moderação, e um universal entendimento dos membros da comunidade com algum outro; pois todas as nossas ações e estudos, e todas as nossas palavras, [no que Moisés estabeleceu,] tem uma referência à piedade para com Deus; pois ele não largou nada disso em suspense, ou indeterminado. Pois há dois caminhos de se cunhar alguma sorte de conhecimento e uma conduta moral de vida; a primeira é pela instrução em palavras, a outra por praticá-la. Já outros legisladores separam estes dois modos em suas opiniões, e escolhendo um destes caminhos de instrução, ou o que mais agrada a todos eles, negligenciando o outro. Assim os lacedemônios e os cretenses ensinam pela prática, mas não por palavras; enquanto os atenienses, e quase todos os outros gregos, fazem leis sobre o que era para ser feito, ou deixado de ser feito, mas não respeitam o exercício delas na prática.

18. Mas quanto ao nosso legislador, ele muito cuidadosamente uniu estes dois métodos de instrução; pois ele nem se abandonou ao exercício prático para ficar sem instrução verbal, nem permitiu que se ouvisse a lei prosseguir sem ser praticada; mas começando desde a mais tenra infância, e nomeando cada uma das dietas prescritas, ele nada abandonou, por menor que fosse a importância, para ser cuidado ao agrado e disposição da própria pessoa. Consequentemente, ele fez um governo pré-determinado de leis de que espécie de alimentos eles teriam de se abster, e de que espécie de alimento eles fariam uso; como também, que participação eles teriam com outros, que grande diligência eles usariam em suas ocupações, e quanto tempo de descanso seriam interposto, que, vivendo sob essa lei como sob um pai e um mestre, nós talvez não sejamos culpados de qualquer trangressão, nem voluntária nem por ignorância; pois ele não sofreu a culpa da ignorância para ir sem punição, mas demonstrou a lei ser a melhor e mais necessária instrução a todos os outros, permitindo ao povo largar seus outros empreendimentos, e reunir para ouvir a lei, e aprendê-la exatamente, e isso não uma vez, ou duas, ou de vez em quando, mas toda semana; coisa que parece que todos os outros legisladores negligenciaram.

19. E realmente a maior parte da humanidade está tão distante de viver concordemente com suas próprias leis, que eles dificilmente as conhecem; mas quando eles as transgridem, descobrem por meio de outros que transgrediram a lei. Também aqueles que estão em altos e principais postos do governo, confessam não estarem informados daquelas leis, e são obrigados a receberem aquelas pessoas por seus assessores na administração pública à medida que professam ter habilidade naquelas; mas quanto ao nosso povo, se alguma pessoa perguntar a qualquer um sobre nossas leis, ele, com mais prazer que todos, contará por nome, e isso em consequência de as aprendermos desde cedo, à medida que nos tornamos conscientes de qualquer coisa, e por as termos assim ficamos/estivemos ***were engraven*** em nossos espíritos. Nossos transgressores delas são, porém, poucos, e quando alguém as transgridi é impossível escapar da punição.

20. E estas muitas coisas são [as] que principalmente geram uma tal maravilhosa concordância mental entre todos nós; pois esta nossa completa concordância em todas as nossas noções concernente a Deus, e a nossa similar forma de conduzir a vida e nos costumes, proporciona entre nós a mais excelente concordância daqueles nossos costumes que alguém [tem] quando entre [a] humanidade; pois nenhum outro povo, exceto os judeus, estão prevenidos de contradizer uns aos outros nos discursos a cerca de Deus, o que, todavia, é frequente entre outras nações; e isso é verdade não só entre pessoas comuns, de acordo com o que cada um é afetado, mas alguns filósofos têm sido insolentes o bastante para entregarem-se a tais contradições, enquanto alguns deles responsabilizam-se por usar tais palavras como inteiramente recebidas da natureza de Deus, como outros deles têm recebido sua providência sobre a humanidade. Nem pode qualquer pessoa perceber entre nós qualquer diferença na conduta de nossas vidas, mas todos os nossos trabalhos são comuns a todos nós. Nós temos uma espécie de discurso concernente a Deus, que está de acordo com nossa lei, e afirma que ELE vê todas as coisas; como também temos somente um modo de falar no que diz respeito as nossas vidas, que todas as outras coisas devem ter como objetivo a piedade; e isso qualquer pessoa pode ouvir de nossas próprias mulheres e servos.

21. E, sem dúvida, por conseguinte se tem levantado aquela acusação que alguns fizeram contra nós, de que não temos produzido homens inventores de novas operações, ou de novos modos de expressar; pois outros pensam [ser] uma coisa admirável em nada persistir que tenha sido dado por seus antepassados, e estes testificam ser um exemplo de aguda inteligência quando aqueles homens aventuram-se em transgredir suas tradições; enquanto nós, ao contrário, cremos ser somente inteligência e virtude não permitir ações nem suposições que sejam contrárias à nossa lei original; e este nosso procedimento é um correto e claro sinal de que nossa lei está admiravelmente constituída; pois tais leis à medida que não estão bem feitas são condenadas sob julgamento por precisarem de emenda.

22. Mas, [a partir] do momento que nós nos persuadimos de que nossa lei foi feita concordemente com a vontade de Deus, seria impiedade nossa não observá-las; mas o que há nela que qualquer pessoa mude? E o que pode ser inventado de melhor? Ou o que podemos receber das legislações de outros povos que a superará? Quem sabe alguém teria alterado o inteiro assentamento de nosso governo. E onde nós encontraremos uma melhor ou mais justa constituição do que a nossa, enquanto esta faz-nos estimar a Deus por Governante do Universo, e concede aos sacerdotes em geral serem administradores dos mais importantes assuntos, e além disso, confiar o governo novamente a outros sacerdotes para o próprio principal sumo sacerdote? Sacerdotes dos quais nosso legislador, em sua primeira nomeação, não promoveu para esta dignidade por suas riquezas, ou pela abundância de outras posses, ou por alguma riqueza de presentes que eles [tivessem lhe dado]; mas ele confiou o principal gerenciamento da devoção Divina àqueles que excederam outros na habilidade de persuadir aos homens, e em prudência de conduta. Estes homens tinham por principal preocupação a lei e outras partes da conduta do povo comissionadas a eles; pois foram os sacerdotes que receberam ordem de serem inspetores de todos, e juízes em casos dúbios, e executores da punição dos que eram condenados à punição.

23. Que forma de governo pode, então, ser mais santo que esta? Que mais digna espécie de adoração pode se render a Deus do que a que nós damos, onde o inteiro corpo do povo está preparado para a religião, onde um extraordinário grau de cuidado é requerido dos sacerdotes, e onde o regime todo está tão ordenado como se fosse uma certa solenidade religiosa? Pois que assuntos diferentes, quando eles celebram tais festivais, não estão habilitados a observar por período de uns poucos dias, e chamam-nas Mistérios e Cerimônias Sagradas, nós observamos com grande regozijo e uma inabalável resolução durante toda as nossas vidas. Quais são as coisas, então, que nós somos ordenados e proibidos? São simples, e facilmente conhecidas. A primeira ordem é concernente a Deus, e afirma que a Deus pertence todas as coisas, e é um Ser de todo modo perfeito e feliz, auto-suficiente, e supre todos os outros seres; o princípio, o meio e o fim de todas as coisas. Ele é manifesto em sua criação e benefícios, e mais evidente que qualquer outro ser, seja qual for; mas em razão de sua forma e magnitude, ele é mais secreto. Todos os materiais, mesmo os mais caros, são inadequados para compor uma imagem dele, e todas as artes são irrealidades ***unartful*** para expressar a noção que deve-se ter dele. Nem podemos vê-lo nem pensar em qualquer coisa semelhante a ele, nem está de acordo com a piedade fabricar uma semelhança dele. Nós vemos seus trabalhos, a luz, o céu, a terra, o sol e a lua, as águas, as gerações animais, as produções de frutos. Estas coisas Deus as tem feito, não com mãos, nem com labor, nem precisando da assistência de qualquer auxílio a si; pois conforme sua vontade elas teriam de ser feitas e serem também boas, elas foram feitas e tornaram-se boas imediatamente. Todos os homens precisam seguir este Ser, e adorá-lo em exercício da virtude; pois este caminho da devoção a Deus é a mais santa de todas as outras.

24. Deve, também, haver apenas um templo para um Deus; pois a igualdade é o constante fundamento da concordância. Este templo deve ser comum a todos, porque Ele é o Deus comum a todos os homens. Sumos sacerdotes existem para estar continuamente em torno de sua adoração, sobre quem ele que é o primeiro por nascimento é para ser seu governante perpetuamente. Seus negócios devem ser ofertar sacrifícios a Deus, junto com aqueles sacerdotes que estão junto dele, para ver que as leis são observadas, para determinar controvérsias, e punir aqueles em quem há culpa de injustiça; enquanto ele faz que não faz submeter-lhe será submetido à mesma punição, se ele tiver sido culpado de impiedade contra o próprio Deus. Quando ele oferta sacrifícios a ele, nós o fazemos não no intuito de nos engordar, ou para nos embebedarmos; pois tais excessos são contra o desejo de Deus, e seriam uma ocasião de injúrias e luxúria; mas por guardar-nos sóbrios, de prontidão, e preparados para nossas outras ocupações, e sendo mais temperados que os outros. E para nossa obrigação nos nossos sacrifícios (22) , devemos, em primeiro lugar, pedir pelo bem-estar comum de todos, e depois para nós mesmos; pois fazemos para associação uns com os outros, e ele que prefere o bem comum antes do que é especificamente para si é acima de tudo aceitável a Deus. E rendemos nossas orações e súplicas humildemente a Deus, não [tanto] [para] ele dar-nos o que é bom, (pois ele agora mesmo deu-nos conforme lhe era conveniente, e propôs o mesmo a todos ) de acordo com o que nós talvez pontualmente recebemos, e quando temos recebido, talvez preservar. Já a lei fixa diversas purificações em nossos sacrifícios, através dos quais nós depois limpamos um funeral, depois do que às vezes nos acontece na cama, e após deitarmos com nossas esposas, e diante de várias outras ocasiões, as quais seriam demasiado longo especificar. E esta é nossa doutrina concernente a Deus e da devoção a ele, e é o mesmo que a lei fixa para que façamos.

25. Mas, então, quais são nossas leis relativas ao casamento? A lei relativa a não se misturar os sexos que não sejam os que a natureza indica, de um homem com sua esposa, e que seja usado somente para a geração de crianças. Mas ela abomina a mistura de macho com macho; e se alguma pessoa o faz, morte é sua punição. Ela nos ordena também, quando desposamos, não para ter respeito ao dote, nem para tomar uma mulher pela violência, nem por persuadi-la enganosamente e desonestamente; mas pedi-la no casamento, que teve poder para dispor dela, e está adequado para dar a ela fora da proximidade de sua parentela; pois, diz a Escritura: "Uma mulher é inferior a seu marido em todas as coisas." (23) Deixe-a, então, ser obediente a ele; não tanto que ele abusaria dela, mas que ela talvez admita sua obrigação para com seu marido; pois Deus deu a autoridade ao marido. Um marido, então, deita-se apenas com sua esposa que ele contraiu matrimônio; mas fazer com a esposa de outros homens é uma coisa má, que, se alguém arriscar-se, a morte é inevitavelmente sua punição; o mesmo receberá aqueles que forçar uma virgem noiva de outro homem, ou seduzir a esposa de outro homem. A lei, além disso, nos impoem trazer toda a nossa descendência [à vida], e proíbe a mulher que aborta o que é gerado, ou o destrói posteriormente; e se parecer que alguma mulher tenha feito assim, ela terá se tornado uma assassina de sua criança, por destruir uma criatura viva, e diminuindo a espécie humana; se alguém, então, proceder com tal fornicação ou assassínio, ele não pode estar puro. Além disso, a lei impoem que depois o homem e esposa terem se deitado juntos, de uma forma regular, eles devem banhar-se; pois há uma corrupção contraída através disso, tanto no espírito quanto no corpo, como se eles tivessem chegado de um outro país; pois realmente o espírito, por ser unido ao corpo, está sujeito aos sofrimentos, e não está livre para partir exceto pela morte; pelo qual julga a lei requerer que esta purificação seja inteiramente executada.

26. E além disso, a lei não nos permite fazer festas nos aniversários de nossas crianças, e através disso se permitir ocasião de beber ao excesso; mas esta ordena que no mais imediato princípio de nossa educação devemos ser imediatamente dirigidos à sobriedade. Ela também nos ordena trazer estas crianças em conhecimento, para exercitá-las nas leis, e fazê-las conhecer os atos de seus antecessores, no objetivo de imitá-los, e para que eles, talvez, cresçam nas leis desde sua infância, e talvez nem as trangrida, nem tenham qualquer pretensão de ignorá-las.

27. Nossa lei teve também o cuidado do decente funeral dos mortos, apenas sem qualquer custosa extravagância para seus funerais, e sem se erigir quaisquer monumentos ilustres para eles; mas ordena que seus parentes próximos executem seus enterros; e mostrou esta ser regular, que todos os que passarem por quem está enterrando [um morto] deve acompanhar o funeral, e unir-se à lamentação. Ela também ordena que a casa e seus habitantes devem purificar-se depois de terminado o funeral, cada um pode aprender a guardar-se a uma grande distância entre os pensamentos de um ser puro, uma vez culpado de assassinato. ***that every one may thence learn to keep at a great distance from the thoughts of being pure, if he hath been once guilty of murder.***

28. A lei ordena também que os pais devem ser honrados imediatamente depois do próprio Deus, e comunica que o filho que não os recompensa pelos benefícios deles recebidos, mas é deficiente em qualquer ocasião, deve ser apedrejado. E também diz que os homens jovens devem render o devido respeito a todo idoso, visto que Deus é anterior a todos os seres. Ela não concede entregar-se a ocultar qualquer coisa de nossos amigos, porque não é verdadeira amizade a que não transmite todas as coisas à sua fidelidade; ela também proíbe a revelação de segredos, mesmo que até um inimigo se levante entre eles. Se qualquer judeu receber suborno, sua punição é a morte; aquele que faz vista grossa [para] alguém que lhe dirige uma súplica, e isso quando ele está capaz de socorrê-lo, ele é uma pessoa culpada. O que não é a qualquer um confiado para outro não deve ser requerido. Ninguém deve tocar a mercadoria de outro. Aquele que empresta dinheiro obrigatoriamente não exige juros de seu empréstimo. Estes, e muitos mais da mesma espécie, são os preceitos que nos unem nos laços da sociedade uns com os outros.

29. Isto será também digno de nosso desvio para observar que equidade nosso legislador teve conosco no que tange ao nosso relacionamento com estrangeiros; pois parece que ele fez a melhor provisão que poderia ter feito, entre o que não dissolve nossa própria constituição, nem desenvolvendo qualquer mente invejosa dirigida àqueles que cultivariam uma amizade conosco. Concordemente, nosso legislador admite todos aqueles que tem vontade de observar nossas leis para assim fazer; e isso conforme uma maneira amigável, como estimando que uma verdadeira união que não somente extendemos à nossa própria descendência, mas [também] àqueles que vivam da mesma maneira que nós; ainda cuida que não se permita àqueles que vêm a nós acidentalmente unicamente para ser admitido em comunhão conosco.

30. De qualquer forma, há outras coisas que nosso legislador nos ordenou de antemão, que devemos necessariamente fazer em comum a todos os homens; como dar aquecimento, água, e alimento àqueles que destes necessitarem; mostrar-lhes o caminho; não permitir a nenhuma pessoa jazer sem ser enterrada. Ele também faz que tratemos àqueles que são considerados nossos inimigos com moderação; pois ele agiu ***doth*** , não permitindo-nos atear fogo ao país deles, nem nos permite cortar aquelas árvores que produzem frutos; além disso, nos proíbe de saquear aqueles que foram mortos na guerra. Ele visou também aqueles que são tomados cativos, que eles não podem ser feridos, e especialmente que as mulheres não podem ser abusadas. Realmente ele nos ensinou nobreza e humanitarismo tão eficazmente, que ele não descuidou a atenção aos animais, por não permitir outro uso deles que não seja o natural, e proibindo qualquer outro; e se qualquer deles vier para nossas casas, como suplicantes, somos proibidos de matá-los; nem talvez destruir seus freios, junto com seus filhotes; mas somos obrigados, até em país inimigo, separar e não matar aquelas criaturas que trabalham para a humanidade. Desta forma nosso legislador conseguiu nos ensinar uma conduta correta de todos os modos, por nos entregar a tais leis que nos instrui; enquanto ao mesmo tempo nos ordenou que aquele que infringir estas leis deve ser punido, sem concessão de qualquer perdão, seja qual for.

31. Já a importante parte de ofensas entre nós é: uma pessoa ser culpada de adultério; se qualquer pessoa forçar uma virgem; se alguém for tão atrevido [ao ponto de] empreender sodomia com um macho; ou por qualquer outros usos que alguém empreenda a si mesmo, submetendo-se para ser assim usado. Há também uma lei da mesma natureza para escravos, que nunca podem escapar. Ademais, se qualquer pessoa trapacear outra em medidas ou pesos, ou fazer uma barganha desonesta e vender, no objetivo de enganar outro; se alguém roubar o que pertence a outro, ou tirar o que ele nunca colocou; todas estas têm punições para elas dirigidas; não conforme são encontradas entre as outras nações, porém mais severas. E como praticar injusto comportamento dirigido aos pais, ou por impiedade contra Deus, apesar deles não serem atualmente executados, os ofensores são destruídos imediatamente. De qualquer forma, a recompensa por tais, à medida que vivem exatamente de acordo com as leis, não é prata nem ouro; não é uma grinalda de ramo de oliva de curta duração, nem quaisquer sinais de admiração pública; mas cada bom homem teve sua própria consciência produzindo testemunho contra si mesmo, e pela virtude do espírito profético do nosso legislador, e da firme confiança do próprio Deus dada a tal pessoa, ele acredita que Deus fez este privilégio àqueles que observam estas leis, mesmo que eles sejam obrigados com prazer a morrer por elas, afim de que eles venham a nela estarem novamente, e em uma certa revolução das coisas receberão uma vida melhor da que eles desfrutaram antes. Nem me aventuraria a escrever assim neste momento, [do que] não foi bem conhecido por todos, das ações de muitos do nosso povo, [que] numa época resolveram-se a corajosamente suportar muitos sofrimentos, em preferência de falar uma palavra contra nossa lei.

32. E além disso, realmente, no caso dela ter sido tão arruinada, que nossa nação não fosse tão completamente conhecida entre todos os homens conforme ela é, e nossa voluntária submissão para com nossas leis não fosse tão exposta e manifesta conforme esta é, mas que alguém tivesse pretendido ter escrito estas leis, e as tivesse lido aos gregos, ou tivesse pretendido encontrar-se com homens fora dos limites do mundo conhecido, que tivessem tais noções reverentes relativas a Deus, e tivesse continuado [por] um longo tempo na firme observância de tais leis como as nossas, eu não posso apenas supor que todos os homens se admirariam deles em uma reflexão nas evidentes mudanças deles estando a ela sujeitos; e isso enquanto aqueles que têm empreendido escrever algo da mesma espécie de política governamental, e quanto às leis, são acusados como compondo coisas monstruosas, e se diz terem tomado para si uma tarefa impossível. E aqui, nada direi daqueles outros filósofos que tomam para si qualquer coisa desta natureza em seus escritos. Mas até o próprio Platão, que é tão admirado pelos gregos por conta daquela seriedade em suas maneiras, e [da] força em suas palavras, e aquela habilidade dele, superior a todos os outros filósofos, em persuadir os homens, é um pouco mais que escarnecido e exposto ao ridículo por aqueles que aparentam sagacidade nos assuntos políticos; embora ele que diligentemente escrutinhou seus escritos encontrará seus preceitos serem um tanto moderados, e bem próximos dos costumes gerais da humanidade. Além disso, o próprio Platão confessa que não é seguro publicar a verdadeira noção concernente a Deus entre a multidão ignorante. Alguns homens ainda olham os discursos de Platão como não mais que certas palavras sem valor compostas com grande engenhosidade. De qualquer forma, eles admiram Licurgo como o principal legislador, e todos os homens celebram Esparta por terem continuado na firme observância de suas leis por um longo tempo. Quão grande conquista nós alcançamos, então, é confessar uma marca de virtude em relação à submissão às leis (24) . Mas então permita-se admirar isso nos lacedemônios comparada à duração das suas com os mais de dois mil anos que nossa política governamental tem continuado; e os deixe, além disso, considerar que apesar de os lacedemônios aparentarem observar suas leis exatamente até usufruírem sua liberdade, todavia quando eles experimentaram uma mudança de sua fortuna, esqueceram quase todas aquelas leis; enquanto nós, tendo estado sob dez mil mudanças de nossa fortuna pelas mudanças que ocorreram entre os reis da Ásia, nunca traímos nossas leis sob as mais pesadas aflições na qual estivemos; nem as negligenciamos fosse por indolência, fosse por sustento (25) . Se qualquer pessoa vier a considerar isso, as dificuldades e labores postos sobre nós tem sido bem maior que aquilo que tem sido sustentado pelos esforços lacedemônios, enquanto eles nem lavram sua terra, nem exercem qualquer comércio, mas vivem em sua própria cidade, livres de todos os sofrimentos a isso associados, em plena alegria, e usando tais exercícios exercícios como aperfeiçoamento de seus corpos, enquanto fazem uso de outros homens como seus servos a todas as necessidades da vida, e têm a própria comida preparada por outros; e estas boas e humanas ações eles fazem para não outro propósito exceto este, que por suas ações e sofrimentos eles possam ser hábeis para conquistar todos aqueles com quem fazem guerra. Eu nada preciso adicionar a isso, que eles não têm sido completamente capazes de observar suas leis; pois não somente umas poucas pessoas, porém multidões delas, têm aos montes negligenciados aquelas leis, entregaram a si mesmos, junto com seus exércitos, aos inimigos.

33. Já em relação a nós, me arrisco a dizer que ninguém pode contar tantos assim; pelo contrário, não mais que um ou dois têm traído nossas leis, não, nem mesmo pelo medo da própria morte; não me refiro a uma fácil morte conforme as que ocorrem em batalhas, mas das que decorrem em tormentos corporais, e aparenta a todos ser amarga espécie de morte. Agora penso que aqueles que nos conquistaram nos puseram sob tais mortes, não por seu ódio para conosco ao subjugar-nos, mas especificamente de seu desejo de observar uma surpreendente visão, que é esta, se havia tais homens no mundo que acreditam que nenhuma perversidade é para eles tão grande para compeli-los a fazer ou falar qualquer coisa contrária às suas próprias leis. Nem devem os homens admirarem-se conosco, se somos mais corajosos que todos os homens em morrer por nossas leis; pois outros homens não submetem-se facilmente à coisas nas quais nós estamos instituídos; eu tenho em vista o trabalho com nossas mãos, e alimentando-se pouco, e contentando-nos com comer e beber, não no sem propósito, ou no prazer individual, ou estando sob invioláveis autoridades na vida com nossas esposas, em impressionantes mobílias, e novamente na observação do nosso tempo de descanso; enquanto aqueles que podem usar suas espadas em guerra, e podem colocar seus inimigos em fuga ao atacá-los, não podem submeterem-se a semelhantes leis sobre o seu modo de viver; enquanto nós estamos acostumados a de bom grado submeter-nos às leis nestas instâncias, faz-nos preparados para mostrar nossa fortaleza sob também outras ocasiões.

34. Lysimachus e Molo * , e alguns outros escritores, (sofistas desprovidos de habilidades como são, e enganadores de homens jovens), acusam-nos como odiosos a toda humanidade. Agora não entendo a causa de uma inquisição nas leis de outras nações; pois o costume de nosso país é cumprir nossas próprias leis, mas não lançar acusações contra as leis dos outros. E realmente nosso legislador nos proibiu expressamente escarnecer e insultar aqueles que são estimados deuses por outros povos? ***???erro?*** Na conta do mesmo nome de Deus relacionado a eles. Porém visto que nossos antagonistas pensam derrotar-nos sob a comparação da religião deles e a nossa, isso não é possível continuar aqui em silêncio, especialmente porque o que direi para refutar estes homens não será agora dito pela primeira vez, mas já tem sido dito por muitos, e [por pessoas] de enorme reputação; pois são os que têm sido admirados entre os gregos pelo conhecimento, que não tiveram enorme culpa entre os mais famosos poetas, e mais celebrados legisladores, por originalmente expandirem as noções do inteiro povo concernente aos deuses? ***???erro?*** Tal como estes [deuses], que talvez sejam numerosos, conforme eles pensam tê-los; que eles são gerados um pelo outro, e que depois de todas as espécies de criações que você possa imaginar. Eles também os distinguem em suas situações e modos de viver conforme eles distinguiriam várias espécies de animais; conforme alguns estão sobre a terra; outros no mar; e os antepassados ***ancientest*** deles estão todos amarrados no inferno; e àqueles a quem eles têm dirigido ao céu, eles colocam estes acima de alguém, que em título é seu pai, mas em suas ações um tirano e amo; de onde vem a transmitir que sua esposa, e irmão, e filha (filha da qual ele trouxe adiante de sua própria cabeça) fizeram uma conspiração contra ele para agarrá-lo e confiná-lo ***made a conspiracy against him to seize upon him and confine hint *** , conforme ele mesmo antes havia agarrado e confinado seu próprio pai.

          *Nota: Há aqui uma pequena correção: antes aparece como "Lysimachus" e "Molo", e neste ponto como "Lysimachi e Molones" ***

35. E os homens prudentes têm pensado corretamente que estas noções mereceram severas repreensões; eles também zombam deles por estipularem que devamos acreditar que alguns dos deuses são jovens sem barba, e outros deles são velhos, e tendo concordemente barba; que alguns deles tendem ao comércio; que um deus seja ferreiro, e uma deusa é uma tecelã; que um deus é um guerreiro, e luta entre homens; que alguns destes são harpistas, ou deleitam-se em [serem] arqueiros; e além disso, aquelas mútuas sedições levantadas entre eles, e que eles disputam a cerca dos homens, e isso em tão alto grau, que eles não somente deitam mãos uns nos outros, mas são feridos pelos homens, e lamentam, e sofrem do mesmo modo suas aflições. Mas o que é [mais] grosseiro de tudo no assunto da lascívia, são aqueles ilimitados apetites sexuais de quase todos eles, e suas aventuras amorosas; como pode ser outra [coisa] que não uma suposição absurda ***absurd supposal*** , especialmente quando também se refere aos deuses machos, e as deusas fêmeas? Ademais, o principal dos seus deuses, e seu próprio pai originador, negligenciou aquelas deusas que ele havia iludido e gerou [com elas] criança, e sofreu delas captura e prisão, ou afogamento no mar. Ele é também tão limitado pelo destino, que não pôde salvar sua própria descendência, nem pôde sofrer suas mortes sem derramar lágrimas. Estas são realmente magníficas coisas! de acordo com o que se segue. Adultérios verdadeiramente são tão impudentemente vistos nos céus pelos deuses, que alguns deles confessam invejar aqueles foram encontrados exatamente [neste] ato. E por quê eles não fariam assim, quando o mais velho deles, e que também é seu rei, não foi capaz de refrear a si mesmo na violência do seu desejo, mentindo à esposa, por tanto tempo à medida que eles puderam pegá-lo em seu dormitório? Já alguns dos deuses são serviçais dos homens, e desejam as vezes serem construtores com o intuito de um prêmio, e as vezes desejam ser pastores; enquanto outros deles, como malfeitores, são presos em uma cadeia de latão ***are bound in a prison of brass*** . E que pessoa lúcida não ficaria irritado com tais estórias, censurando aqueles que as inventam, e condenando a grande estupidez daqueles que as admitem por verdade? Além disso, há outros que têm promovido uma certa covardia e medo, como também loucura e fraude, e quaisquer outras das odiosas paixões, na natureza e forma dos deuses, e têm persuadido cidades inteiras a oferecer sacrifícios para melhorar a espécie deles; no que eles ficam completamente forçados a estimar alguns deuses como dadores de boas coisas, e chamam outros deles de evitadores do mal. Eles também esforçam-se a movê-los, como se fossem desprezíveis homens, por presentes e ofertas, como [que] olhando para nada além de receber um grande dano deles, a menos que lhes paguem tais salários.

36. Portanto merece nossa investigação qual seria a causa deste injusto tratamento, e daquelas infâmias sobre a Divindade. E sinceramente suponho [que] derive do imperfeito conhecimento inicial [que] os legisladores tiveram da verdadeira natureza de Deus; nem explicaram ao povo tanto quanto entenderam disso; nem assentaram as outras partes de sua política de colonização de acordo com isso, mas omitiram isso como uma coisa de pouquíssima importância, e deram permissão tanto aos poetas para introduzirem quais deuses lhes agradavam e aqueles assuntos de toda espécie de paixões, quanto aos oradores para adquirirem decretos políticos do povo para admissão daqueles deuses estrangeiros [para os considerarem como] deles próprios. Os pintores e os fabricantes gregos de estátuas também, tiveram nisso grande poder, como cada um deles poderia criar uma figura [própria para um deus]; um ser feito de argila, e o outro pelo trabalho de uma pintura vazia na semelhança de um ser. Mas aqueles artistas que foram principalmente admirados, fizeram constante uso de marfim e ouro como materiais para suas novas estátuas, [através do qual sucede que alguns templos estão completamente abandonados, enquanto outros estão em grande estima, e adornados com todos os ritos e toda espécie de purificação]. Além disso, os primeiros deuses, que prosperaram em honras feitas a eles estão agora bem velhos [enquanto aqueles que floresceram depois deles estão em sua posição como num segundo lugar, que posso falar o mais honrado deles que eu saiba]; além disso há alguns outros deuses que são novamente introduzidos, e novamente adorados [como nós, por meio da digressão, como já dissemos, e já tiveram seus locais de adoração abandonados]; e quanto aos seus templos, alguns deles já foram abandonados, e outros são reconstruídos, de acordo com o bel-prazer dos homens; enquanto que eles devem ter sua opinião a respeito de Deus, e aquela adoração que lhe é devida, sempre e imutavelmente a mesma.

37. Mas agora, este Apollonius Molo foi um daqueles homens imbecis e arrogantes. De qualquer forma, nada do que eu disse era desconhecido àqueles que eram verdadeiros filósofos entre os gregos, nem estavam eles ignorantes quanto àquelas frígidas pretensões de alegoria [que têm sido alegadas quanto a tais coisas]; por conta deles justamente os desprezarem, apesar de concordarem conosco quanto às noções verdadeiras e dignas sobre Deus; de onde Platão não teria admitido em seus escritos políticos qualquer um dos outros poetas, e dispensa até o próprio Homero, com uma grinalda em sua cabeça, e com essências espalhadas sobre si, e isso porque ele não destruiria as corretas noções de Deus com suas fábulas. Pelo contrário, nesse ponto Platão imitou essencialmente nosso legislador, o qual impôs aos seus cidadãos terem o principal respeito para com este mandamento: "Que cada um deles devem aprender suas leis cuidadosamente." Ele também ordenou que eles não deveriam permitir a mistura de estrangeiros com seu próprio povo despropositadamente; e cuidou de que a própria nação se mantivesse pura, e isso consiste somente em que perseverem em suas próprias leis. Apollonius Molo de forma alguma considera isso quando ele faz uma seção de sua acusação contra nós, de que não admitimos aqueles que têm noções diferentes sobre Deus, nem teremos companhia com aqueles que escolhem para si observar uma forma diferente de viver, apesar deste não ser um método peculiar a nós, mas comum a todos os homens; não apenas entre os gregos comuns, mas igualmente entre aqueles gregos de grande reputação entre eles. Ademais, os lacedemônios continuam em seu modo de expulsar estrangeiros, e realmente não abandonariam o próprio povo para viajarem para fora, suspeitando que aquelas duas coisas introduziriam uma dissolução de suas próprias leis; quem sabe talvez haja alguma razão para censurar a rígida severidade dos lacedemônios, pois eles entregaram o privilégio de sua cidade não a estrangeiros, nem realmente dariam descanso a eles para permanecer entre eles; enquanto que nós, apesar de não acreditarmos [que seja] adequado imitar outras instituições, mesmo assim admitimos de bom grado aqueles que desejarem participar da nossa, que, penso eu, talvez conte como uma sincera indicação de nossa humanidade, e também ao mesmo tempo, de nossa magnanimidade.

38. Mas não mais direi sobre os lacedemônios. Em relação aos atenienses, que se vangloriam em terem feito sua cidade pública a todos os homens, o qual seu comportamento não foi conhecido por Apollonius, enquanto eles puniam aqueles que falavam uma palavra contrária às leis relacionadas aos deuses, sem qualquer piedade; pois que outra causa fez Sócrates ser condenado à morte por eles? Pois certamente ele nem traiu sua cidade aos inimigos, nem foi culpado de qualquer sacrilégio em relação a qualquer de seus templos; mas em razão do seguinte, ele prestou certos juramentos novos (26) e aceitou também fiança, ou, como dizem alguns, somente por zombaria, que um certo demônio acostumado a fazer sinais para ele [que ele não deveria fazer]. Por estas razões ele foi condenado a beber veneno, e suicidar-se. Seu acusador também queixou que ele corrompeu a juventude, por induzí-los a desprezar a política estabelecida e as leis de sua cidade; e desta forma foi Sócrates, o cidadão de Atenas, punido. Houve também Anaxágoras, que, embora fosse de Clazômenas, foi em uns poucos sufrágios, condenado à morte, por ter dito que o sol, que os atenienses acreditavam que fosse um deus, era uma esfera de fogo. Eles também fizeram esta pública proclamação: "Dariam um talento a qualquer um que matasse Diágoras de Melos", porque foi relatado dele de que escarneceu os mistérios deles. Protágoras também, que se acredita ter escrito de uma forma que não era próprio para com a verdade acerca dos deuses, pelos atenienses, teria sido preso e morto, se não tivesse fugido imediatamente. Nem precisamos nos espantar de que eles assim trataram tais importantes homens, quando eles não poupavam nem mesmo mulheres; pois eles muito posteriormente mataram certa sacerdotisa, porque ela foi acusada por alguém por ter introduzido o povo no culto a deuses estrangeiros, tendo sido proibido por suas leis de se fazer isso; e uma punição capital havia sido decretada para semelhantes [coisas] como introduzir um deus estrangeiro; sendo manifesto que os que fazem uso de uma tal lei não acreditam que aqueles de outras nações sejam deuses verdadeiros, de outra forma eles mesmos não teriam cobiçado a vantagem de terem mais deuses do que já tinham (otherwise they had not envied themselves the advantage of more gods than they already had) . E esta foi a feliz administração dos assuntos dos atenienses! Agora em relação aos citas, eles têm prazer na morte dos homens, e diferem porém, pouco, das feras selvagens; mesmo assim eles acreditam ser sábio a observância de suas instituições. Também Anacharsis, uma pessoa altamente admirada entre os gregos por sua inteligência, quando retornou a eles, o mataram por parecer que voltou repleto de costumes gregos. Alguém talvez encontre também muitos entre os persas que foram punidos pela mesma [coisa]. E para ser franco, Apollonius esteve grandemente satisfeito com as leis dos persas, e foi um admirador deles, porque os gregos deleitaram-se na superioridade de sua coragem, e tinham a mesma opinião sobre os deuses que eles tinham. Este último foi exemplificado nos templos que eles queimaram, e sua coragem na chegada, e quase escravizando inteiramente os gregos. De qualquer forma Apollonius imitou todas as instituições persas, e por sua demonstração [de] violência às esposas de outros homens, e castrando seus próprios filhos. Já entre nós é crime capital alguém abusar desta forma até de um animal irracional; e conforme é entre nós, nenhum medo de nossos governantes, nem o desejo de seguir o que outras nações têm em tão grande estima, seria capaz de nos fazer retroceder de nossas próprias leis; nem temos nós exercido nossa coragem em levantar guerras para aumentar nossa riqueza, mas somente para a observância de nossas leis; e quando nós, com paciência, sofremos outros prejuízos, mesmo assim quando quaisquer pessoas nos compelissem a infrigir nossas leis, então escolheríamos ir à guerra, apesar de perseguir isso estar além de nossa habilidade, sofrendo enormes calamidades suportando muito fortemente. E, realmente, que razão poderia haver de querermos imitar as leis de outras nações, enquanto vemos que eles não cumprem suas próprias legislações? (27) E porque os lacedemônios não pensam em abolir aquela forma de governo em que privam-se eles de associarem-se com quaisquer outros, como também seu desprezo pelo matrimônio? E porque os Eleans e tebanos não aboliram aquele desnatural e vergonhoso desejo sexual, que os faz deitarem-se com machos? Pois eles não mostrarão um suficiente sinal de seu arrependimento do que antes acreditaram ser excelente, e muito vantajoso em suas práticas, a menos que evitem, daqui em diante, todas aquelas ações; além disso, tais coisas estão inseridas no corpo de suas leis, e tiveram antigamente um tal poder entre os gregos, que eles associam estas práticas sodômicas aos próprios deuses, como uma parte de seu bom caráter; e realmente isso estava de acordo com a mesma maneira que os deuses casavam-se com suas próprias filhas. Isto os gregos inventam como uma apologia a seus absurdos e desnaturais prazeres.

39. Me omito a falar concernente [a] punições, e de como nas muitas formas de escapar delas a maior parte dos legisladores, por ordenarem que, por adultérios, multas em dinheiro devem ser permitidos a malfeitores, e por corromperem [virgens] (28) eles precisam somente casarem-se com elas, como também o que os excusa de talvez isentarem-se dos fatos, se qualquer pessoa empreender investigá-los; pois entre a maioria das outras nações é uma arte estudada, [de] como os homens podem transgredir suas leis; mas coisa semelhante não é permitida entre nós; pois apesar de sermos desprovidos de nossas riquezas, cidades, ou outras vantagens que tenhamos, nossas leis continuam imortais; nem pode qualquer judeu ir tão longe de seu próprio país, nem estar tão aftrighted ***nor be so aftrighted*** sob rigoroso amo, que não seja mais aftrighted na lei do que a ele ***as not to be more aftrighted at the law than at him*** . Se, então, esta for a disposição [a que] nós estamos sujeitos, com reverência para com a excelência de nossas leis, permitam nossos inimigos fazerem-nos esta concessão, de que nossas leis sejam tão excelentes. E se apesar do que eles imaginam, que de qualquer forma nós tão firmemente aderiríamos a ela, mesmo sendo, não obstante, leis ruins, quais penalidades, portanto, eles merecem experimentar por não observarem suas próprias leis, as quais eles estimam tão excepcionalmente superiores? Apesar de que, então, por longo tempo é considerado como sendo o verdadeiro critério em todos os casos, eu faria que um recomendação da excelência de nossas leis, e da crença a nós comunicada relativo a Deus. Pois como tem havido um longo tempo para esta comparação, se qualquer um quiser apenas comparar esta duração com a duração das leis feitas por outros legisladores, ele encontrará nosso legislador tendo sido dentre todos o mais antigo.

40. Nós já demonstramos que nossas leis têm sido do mesmo modo como tem sempre inspirado admiração dentre todos os outros homens; além disso, os mais antigos filósofos, apesar de aparentar observarem as leis de seus próprios países, mesmo assim eles, em suas ações, e suas doutrinas filosóficas, seguiram nosso legislador, e instruiram os homens a viverem com poucos recursos, e a terem amigável comunicação um com o outro. Além disso, também, a multidão da própria humanidade tem tido uma grande inclinação há muito tempo para seguir nossas observâncias religiosas; pois não há cidade alguma dos gregos, nem [de] qualquer dos bárbaros, nem [de] qualquer nação seja qual for, onde nosso costume de descansar no sétimo dia não tenha chegado, e pelo qual nosso jejum e o acender de lâmpadas, e muitas de nossas proibições como para com nossa comida, não sejam observadas; eles também esforçam-se em imitar nossa mútua concordância uns com os outros, e a bondosa distribuição de nossas mercadorias, e nossa diligência em nosso comércio, e nossa firme atitude sob aflição, na estima de nossas leis; e, o que é aqui matéria de enorme admiração, nossa lei não tem engodo para ser atraente aos homens, mas prevalece por sua própria força; e assim como o próprio Deus atravessa o mundo inteiro, assim nossa lei passou através do mundo inteiro também. Tanto que se qualquer pessoa desejar apenas ponderar em seu próprio país, e [e] sua própria família, ele terá razão para dar crédito ao que digo. Então, isso é apenas justo, entre condenar toda a humanidade por ceder ao desejo de uma maldosa disposição, quando eles têm sido tão desejosos de imitarem leis que são em si mesmas, para eles, diferentes e más, ao invés de seguirem suas próprias leis que são de um natureza superior, ou senão nossos acusadores devem largar seu ódio contra nós. Nem somos nós culpados de qualquer comportamento invejoso dirigido a eles, quando honramos nosso próprio legislador, e cremos que ele, por sua autoridade profética, ensinou-nos concernente a Deus. Pois apesar de nós mesmos não estarmos aptos a entender a excelência de nossas próprias leis, mesmo assim a grande multidão daqueles que desejam imitá-las, [já] nos justifica na grande avaliação [que fazemos] delas.

41. Mas em relação às [distintas] leis políticas pelas quais nós somos governados, eu os comuniquei acuradamente em meus livros das Antiguidades; e somente os mencionei agora, não mais que o necessário ao meu presente propósito, sem propor-me a seja repreender as leis de outras nações, ou fazer um encômio das nossas; apenas no objetivo de condenar aqueles que têm escrito sobre nós injustamente, e num insolente fingimento de disfarçar a verdade. E agora acredito ter completado suficientemente o que me propus na escrita destes livros. Pois enquanto que nossos acusadores pretendem que nossa nação é um povo de origem muito recente, demonstrei que eles são extremamente antigos; pois apresentei como testemunhas disso muitos antigos escritores, que fizeram menção de nós em seus livros, enquanto eles haviam dito que de forma alguma tais escritores haviam feito isso. Ademais, eles haviam dito que nós nos originamos do Egito, enquanto eu provei que viemos de outro país para o Egito; enquanto eles contaram mentiras a nosso respeito, como se tivessemos sido expulsos daquele lugar por conta das enfermidades de nossos corpos, ficou evidente o contrário, de que retornamos para o nosso país por escolha própria, e com sadios e fortes corpos. Aqueles acusadores censuram nosso legislador como odioso indivíduo; enquanto que Deus, em tempos antigos revelou testemunho de sua virtuosa conduta; e desde aquela declaração de Deus, o próprio tempo revelou haver nascido testemunhas para a mesma coisa.

42. Em relação às próprias leis, mais palavras são desnecessárias, pois elas são visíveis em sua natureza, e mostram não ensinar impiedade, mas a verdadeira piedade no mundo. Elas não fazem os homens odiarem-se uns aos outros, mas encorajam o povo a comunicar o que há uns aos outros familiarmente; elas são inimigas da injustiça, elas cuidam da retidão, banem a vida pomposa e indolente, e instruem os homens a se contentarem com o que têm, e para serem laboriosos em suas ocupações; elas proibem os homens de fazerem guerra pelo desejo de ter mais, mas fazem os homens corajosos na defesa das leis; elas são inexoráveis na punição de malfeitores; não admitem sofisma de palavras, mas estão sempre baseadas nas próprias ações, ações que nós sempre propomos como claras demonstrações do que está contido somente nos escritos; onde ouso dizer que tornamo-nos os instrutores dos outros homens, em enorme número de assuntos, e somente daquela mais excelente natureza; pois o que é mais excelente que inviolável piedade? O que é mais justo que submissão às leis? E o que é mais vantajoso do que mútuo amor e concórdia? E isso somos em tão alto grau que de forma alguma nos dividimos por calamidades, nem para tornarmo-nos injuriosos e sediciosos na prosperidade; mas para desprezar a morte quando estamos em guerra, e na paz para nos aplicarmos em nossas ocupações rotineiras, ou para o trato de nossa lavoura ***tillage of the ground*** ; enquanto nós, em todas as coisas e de todos os modos estamos satisfeitos [de que] Deus seja o nosso inspetor e governante de nossas ações. Se estes preceitos tivessem ou sido escritos antes, ou mais exatamente cumpridos por quaisquer outros antes de nós, teríamos lhes dirigido agradecimentos como discípulos devem aos seus mestres; mas se for visível que temos feitos uso delas mais que quaisquer outros homens, e se demonstramos que a invenção original delas é nossa, deixemos os Ápios e Molons, com todo o resto daqueles que deleitam-se em mentiras e acusações, permanecerem refutados; mas permita [que] este e o precedente livro sejam dedicados a ti, Epaphroditus, que [a] habilidade tão grande de um verdadeiro amigo ***who art so great a lover of truth*** , e por estes meios àqueles que têm estado de tal maneira desejosos de estarem informados dos assuntos de nossa nação.

Notas marginais do Livro II, "Da Antiguidade do Povo Judeu", ou "Contra Ápio":

[editar]

(1) A primeira parte deste segundo livro é escrita contra as calúnias de Ápio, e então, mais brevemente, contra semelhantes calúnias de Apollonius Molo. Mas depois que Josefo termina de apresentar algumas réplicas mais detalhadas àqueles adversários dos judeus, dá-nos uma grande e excelente descrição e vindicação daquela teocracia que foi estabelecida para a nação judaica por Moisés, seu grande legislador.

(2) Chamado por Tibério "Cymbalum Mundi", "O tambor do Mundo".

(3) Este aparenta ter sido o primeiro relógio solar que foi feito no Egito, e foi um pouco antes do tempo em que Acaz fez seu [primeiro] relógio solar na Judéia, cerca de 755 EC, no primeiro ano da sétima olimpíada, conforme nós veremos agora. Veja 2 Reis 20:11; Isaías 38:8.

(4) Cemitério para corpos mortos, eu suponho.

(5) Aqui começa um grande defeito na cópia grega; mas a antiga versão latina supri completamente este defeito.

(6) O erro que aqui está geralmente se crê ter sido cometido por nosso Josefo em relação à liberdade dos judeus estando no reinado de Ptolomeu Physco, o sétimo daqueles Ptolomeus, o qual tem sido universalmente suposto ter ocorrido sob Ptolomeu Philopater, o quarto deles, não é mais que um grosseiro erro dos [copistas] posteriores, e não de Josefo, conforme eu provei completamente no "Authentic. Rec." Parte I. p. 200-201, para o qual remeto o leito inquiridor.

(7) Filho da irmâ e filho adotivo.

(8) Chamado mais apropriadamente Molo, ou Apollonius Molo, como mais à frente; pois Apollonius, filho de Molo, foi outra pessoa, conforme Estrabão informa-nos.

(9) "Furones" em latim, qual animal isso denota não se sabe até o momento.

(10) Esta grande piedade que estes seis autores pagãos, aqui mencionados por terem descrito a famosa profanação do templo judaico por Antíoco Epifanes, teriam sido totalmente perdidos; digo de seus escritos à medida que continham aquela descrição; de qualquer forma é claro [que] Josefo os perscruta todos os existentes em seu tempo.

(11) É extraordinário que Josefo aqui, e, penso eu, em nenhum outro lugar, avalia quatro distintos pátios do templo; aquele dos gentios, o das mulheres de Israel, o dos homens de Israel, e o dos sacerdotes; como também o pátio das mulheres permitidas dos homens, (eu suponho somente dos maridos daquelas esposas que estavam lá) enquanto o pátio dos homens não admitia lá qualquer mulher.

(12) Judéia, no grego, por um grosseiro erro das cópias.

(13) Sete, no grego, por um grosseiro erro das cópias. Veja "Guerra", Bl. V. cap. 5. seç.4.

(14) Duzentos no grego, contrário aos vinte em "Guerra", Bl. VII. cap. 5. seç. 3.

(15) Esta notória desgraça pertencente peculiarmente ao povo do Egito, sempre desde os tempos dos antigos profetas dos judeus conhecida tanto na seç. 4 agora mesmo, e aqui, pode ser confirmada pelo testemunho de Isidorus, um egípcio de Pelusium, "Epist." lib. I Ep. 489. E este é um extraordinário cumprimento da antiga predição de Deus por Ezequiel 29:14, 15, de que os egípcios se tornariam "um reino humilde, o mais rebaixado dos reinos", e que "nunca mais se exaltaria entre as nações". (Nota do tradutor em português: provavelmente a versão "King James")

(16) A verdade do que adiante aparece pela presente observação de Josefo, que aqueles egípcios nunca tiveram, em todas as eras passadas desde Sesóstris, nem sequer um dia de liberdade, não estiveram livre do poder despótico sob qualquer dos monarcas até aquele dia. E tudo isso pode ser verificado igualmente verdadeiro nas épocas posteriores ***And all this bas been found equally true in the latter ages*** , sob os romanos, sarracenos, mamelucos, e turcos, dos dias de Josefo até tempos atrás.

(17) Esta linguagem, [a de] que Moisés "se persuadiu" de que ele estava de acordo com a vontade de Deus, pode significar não mais que, pelo própria continuidade de idéias em outro lugar, ele "mesmo [estava] completamente satisfeito" de que assim isso foi, a saber, pelas muitas revelações [que] recebera de Deus, e os numerosos milagres [que] Deus o havia habilitado a realizar, conforme ele, tanto nos mesmos dois livros "Contra Ápio", e em seu "Antiguidades", mais clara e frequentemente assegura-nos. Isto é evidente das muitas passagens posteriores, onde ele afirma que Moisés não foi impostor nem enganador, e onde ele assegura que a constituição governamental de Moisés não foi outra além da teocracia; e onde ele diz [que] eles estão na esperança de libertação de suas aflições por orarem a Deus, e que além disso estava relacionado em parte com este espírito profético de Moisés que os judeus aguardavam uma ressureição da morte. Veja um uso quase estranho de palavras semelhantes, "para persuadir a Deus", "Antiguidades" Bl. VI cap. 5. seç. 6.

(18) Que Moisés esteve realmente, o que os legisladores gentios pretendiam estar, sob direção Divina; nem faz ainda aparentar que essas pretenções à direção sobrenatural, quer sendo legisladores ou oráculos, eram meras ilusões dos homens sem quaisquer cunhos demoníacos, nem Josefo os toma como assim sendo; enquanto os antigos e contemporâneos autores [em relação a Josefo] ainda os criam [como] sendo sobrenaturais.

(19) Esta inteira longa passagem está corrigida pelo Dr. Hudson proveniente da citação de Eusébio, "Prep. Evang." VIII. 8, que está aqui não muito diferente do presente MSS. de Josefo.

(20) Esta mesma expressão, de que "Moisés decretou [que] o governo judaico fosse uma teocracia", pode ser ilustrado por aquela expressão paralela em "Antiguidades", Bl. III. cap. 8. seç. 9, em que "Moisés legou isso para Deus estar presente em seus sacrifícios quando estivesse satisfeito; e quando ele contentar-se, ausentar-se." Ambas expressões soam ásperas em ouvidos de judeus e cristãos, como para muitas outras que Josefo usa para com os gentios; mas apesar delas não terem sido muito impróprias para ele, quando ele adiante pensou ser adequado favorecer ele mesmo, tanto em suas "Antiguidades", como nestes seus livros "Contra Ápio", todos escritos para o uso dos gregos e romanos, para suas noções e linguagens, e isto em grande parte como sempre verdade [que] recebeu *** but still they were not very improper in him, when he all along thought fit to accommodate himself, both in his Antiquities, and in these his books against Apion, all written for the use of the Greeks and Romans, to their notions and language, and this as far as ever truth would give him leave.*** Apesar de ser bem considerável também, que ele nunca usa semelhantes expressões em seus livros em "Guerra", escrito originalmente para os judeus além do Eufrates, e em sua linguagem, em todos esses casos. De qualquer forma Josefo, de modo direto, supoem, a instituição judaica, ser uma instituição Divina, e realmente não outra que uma real teocracia.

(21) Esta excelente descrição dos atributos Divinos, e que Deus não é um ser totalmente conhecido em sua essência, como também algumas outras claras expressões sobre a ressurreição da morte, e o estado das almas falecidas, etc., neste trabalho posterior de Josefo, vejo mais como as exaltadas idéias dos essênios, ou particularmente cristãos ebionitas, do que aquelas de um mero judeu ou fariseu. A seguinte longa descrição também das leis de Moisés, parece-me uma demonstração de respeito às superiores interpretações e aprimoramentos das leis mosaicas, derivadas de Jesus Cristo, do que da literatura limitada deles dentro do Velho Testamento, de onde sozinho Josefo lhes tomou quando escreveu seu "Antiguidades"; nem, como penso, pode alguma daquelas leis, apesar de excelente em seu gênero, ser agora apropriadamente encontrada entre as cópias do pentateuco judaico, ou em Filo, ou no próprio Josefo, antes dele tornar-se um Nazareno ou cristão ebionita; nem até entre todas as leis do próprio cristianismo católico. Eu peço, então, ao leitor instruído, considerar se alguns destes aperfeiçoamentos ou interpretações talvez não sejam peculiares aos essênios entre os judeus, ou particularmente aos Nazarenos ou ebionitas entre os cristãos, apesar de termos, de fato, somente descrições incompletas daqueles Nazarenos ou ebionitas cristãos a nós transmitidas.

(22) Podemos aqui notar como foi uma coisa conhecida entre judeus e gentios, neste e muitos outros exemplos, que os sacrifícios eram ainda acompanhados de orações; de onde mais provavelmente vem aquelas frases do "sacrifício de oração", "sacrifício de louvor", "sacrifício de agradecimento". De qualquer forma, aquelas antigas formas usadas em sacrifícios estão agora geralmente perdidas, para o não pequeno prejuízo da verdadeira religião. Isto é aqui por demais extraordinário, que embora o templo em Jerusalém foi construído [como] o único lugar onde a inteira nação dos judeus ofertavam seus sacrifícios, mesmo assim não há menção dos próprios "sacrifícios" na forma de devoção, mas de "orações" somente, na sua longa e famosa dedicação, 1Reis cap.8 ; 2Crônicas cap.6. Veja também muitas passagens citadas na "Constituições Apostólicas", VII. 37, e "Sobre a Guerra", e mais em Bl. VII. cap. 5. seç. 6.

(23) Este texto não se encontra em nossas presentes cópias do Velho Testamento.

(24) Pode não ser incorreto colocar a seguir um excelente testemunho do grande filósofo Cícero, em relação à preferência das "leis para a filosofia": Eu desejo", diz ele, "corajosamente declarar minha opinião, apesar do mundo inteiro nela ofender-se. Eu prefiro só este pequeno livro das Doze Tábuas do que todos os volumes dos filósofos. Eu julgo este não somente de mais peso como também muito mais útil." - Oratória

(25) "Nós temos observado nossos tempos de descanso, e espécies de alimento a nós permitido [durante nossas aflições]".

(26) Veja o que aqueles novos juramentos eram nas notas do Dr. Hudson, a saber, jurar por um carvalho, por um bode, por um cachorro, como também por um ganso, conforme diz Philostratus e outros. Estes estranhos juramentos eram também proibidos pelos Tírios, Bl. I. seç. 22, conforme aqui nota Spanheim.

(27) Porque aqui Josefo culparia alguns legisladores gentios, por eles permitirem tão facilmente um acordo por simples fornicação, como uma obrigação de casar-se com a virgem que foi corrompida, é difícil dizer, visto que ele mesmo havia realmente nos informado que esta era uma lei dos judeus, "Antiguidades", Bl. IV. cap. 8. seç. 23, como esta é também uma lei do cristianismo; veja Declaração Horeb, p. 61. Estou quase pronto a suspeitar que nós leriamos aqui, e que corrompendo casamentos, ou as esposas de outros maridos, seja o crime pelo qual estes gentios maldosamente permitiam este acordo em dinheiro.

(28) Ou "por corromper as esposas de outros homens a mesma concessão."