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Diccionario Bibliographico Brazileiro/Joaquim Esteves da Silveira

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Joaquim Esteves da Silveira — Filho de João Esteves da Silveira e dona Isabel Carolina da Silveira e Silva, nasceu na cidade de Santa Luzia, de Sergipe, a 31 de janeiro de 1832 e falleceu na Bahia a 22 de outubro de 1855, apenas dous annos incompletos depois de graduado doutor em medicina pela faculdade desta cidade, na qual fez todo curso academico. Tinha vindo para a Estancia após seu doutorado; mas, aggravada sua saude, não tanto pelos estudos, como pelos desgostos que lhe dilaceravam a alma em consequencia do rompimento de uma promessa de casamento que lhe havia feito uma joven, sua prima, que veiu professar em um convento da Bahia, elle, já affectado de uma tuberculose, voltou a esta cidade, onde veiu encontrar o termo de sua existencia. Distinguindo-se sempre entre seus collegas, cultivou a poesia e escreveu:

Faculdade de medicina da Bahia. Proposições àcerca da hydrotherapia: these para o doutoramento em medicina, apresentada e publicamente sustentada no dia 10 de dezembro de 1853. Bahia, 1853, in-4° — Fundou e redigiu:

O Academico: jornal scientifico. Bahia, 1853 — Nesta revista que desappareceu em dezembro desse anno, dava Esteves da Silveira combate á velha sciencia, ensinada na faculdade. A polemica então travada valeu-lhe a inimizade de alguns lentes, que até ameaçaram seu redactor de reprovação no seu ultimo acto. Consta-me que elle deixara vários escriptos, de que não ha noticia. Dentre os publicados nota-se:

A noviça: poesia — publicada no Academico e depois reproduzida em outro periodico. Foi escripta quando sua desposada recolhia-se ao convento, em que professou. São desta composição os seguintes versos:

Não profiras o voto. A voz tolhida
Expire-te nos labios quanto o tentes...
Primeiro do que Deus fui teu esposo;
Elle mesmo conhece os meus direitos,
Ouviu teu juramento, abençoou-o!
Que rompas não lhe apraz a fé jurada,
Nem quer p'ra si a noiva, que espontanea,
Por voto também santo era já minha.

Appendice

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Joaquim Esteves da Silveira, pag. 126 — Nasceu na villa e não na cidade de Santa Luzia, e falleceu a 2 e não a 22 de outubro de 1855.