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Eco da Voz Portugueza por Terras de Santa Cruz/VII

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Rainha pelos Portuguezes!

Tu não Quizeste ficar inviolavel.

Não hade ser unicamente o ranjer dos ossos que formam o Teu solio, o que te
avisará de que mal sentada Estás, quando não Fazes justiça inteira.

Não será unicamente a cor vermelha de tua purpura que hade manchar-Te a
mão, quando a Affastares de sobre a cabeça daquelle que vem pedir-Te
abrigo.

Não hade unicamente ser a caveira de Teu Pai, que apertando-Te as fontes
quando Te Esqueceres do que a Portugal Deves, Te poderá fazer insupportavel
o peso dessa Corôa, não sustentada por mão de amigo, mas encravada na Tua
cabeça pelas patas do Leopardo e do Leão, e pelos esporões do gallo.

E, como antes que S. Pedro negasse o Divino Mestre, o Gallo cantará tres
vezes.--

Rainha de Portugal, porque Te Degradaste abrindo Tu mesma as portas do teu
Reino para ser invadido?

Rainha dos Portuguezes, porque os não Governaste conforme os seus recursos
e as suas necessidades, para que a fome os não matasse, e a paz lhes desse
prosperidade?

Rainha pelos Portuguezes, porque não Quiseste firmar todo o Teu poder nesse
amor dos Portuguezes, que por Ti abriram suas veias e os seus cofres?

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Tu não Quiseste ficar inviolavel; mas os Teus subditos são Portuguezes,
leaes, e cavalheiros; e Tu para elles ainda És sagrada!

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Mata-os, mas não os aviltes.