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Em Tradução:O Roubo do Elefante Branco

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A seguinte história curiosa me foi contada por uma pessoa que conheci por acaso no trem. Ele era um cavalheiro de mais de 70 anos de idade, e sua aparência francamente boa e gentil e suas maneiras sinceras e sérias imprimiram o selo certeiro da verdade sobre cada declaração que saiu de seus lábios. Ele disse:

Você sabe em qual grau de importância o elefante branco real de Sião é mantido pelo povo daquele país. Você sabe que ele é sagrado para reis, só os reis podem possuí-lo e ele é, realmente, de uma certa maneira, até superior a reis, uma vez que ele recebe não somente honra, mas adoração. Muito bem; há cinco anos, quando os problemas relativos à fronteira cresceram entre a Grã-Bretanha e o Sião, era fato conhecido que o Sião estava errado. Entretanto, todas as reparações foram rapidamente feitas e o representante britânico declarou que estava satisfeito e que o passado seria esquecido. Isto aliviou grandemente o Rei de Sião, e parcialmente como prova de gratidão, mas, entretanto, também para apagar todo pequeno vestígio remanescente de mal-estar que a Inglaterra poderia ter contra si, o Rei desejou enviar à Rainha um presente – única maneira garantida de ser propício a um inimigo, de acordo com as ideias orientais. Este presente deveria não somente ser real, mas transcendentemente real. Portanto, que oferta poderia ser tão adequada como um elefante branco? Minha posição no Serviço Civil Indiano era tal que eu foi peculiarmente incumbido da honra de transportar o presente para Sua Majestade. Um barco foi preparado para mim e para meus servos e para os oficiais e atendentes do elefante, e no tempo devido, eu cheguei no porto de Nova Iorque e coloquei minha carga real em admiráveis acomodações na cidade de Jersey. Era necessário ficar ali um tempo para restabelecer a saúde do animal antes de concluir a viagem.

Tudo se passou bem durante quinze dias – então minhas calamidades começaram. O elefante branco foi roubado! Eu fui chamado no meio da noite e informado deste apavorante infortúnio. Por alguns momentos, eu estive entre terror e ansiedade; eu estava desamparado. Então eu me acalmei e reuni minhas faculdades mentais. Logo enxerguei meu caminho – porque, realmente, só havia um caminho pelo qual um homem inteligente prosseguiria. Como era tarde, eu voei para Nova Iorque e consegui um policial para me conduzir para o quartel general da polícia. Felizmente cheguei a tempo, porque o chefe da força policial, o celebrado Inspetor Blunt estava a ponto de sair para sua casa. Ele era um homem de tamanho médio e estatura compacta, que quando pensava profundamente penteava suas sobrancelhas e dava tapinhas em sua testa com o dedo, e que imediatamente impressionava você com a convicção de que você estava na presença de uma pessoa fora do comum. A simples visão dele me deu confiança e me encheu de esperança. Declarei a ele minha missão. Ele não se agitou nem um pouco; também não se produziu efeito visível sobre seu auto-controle de ferro maior do que se eu tivesse contado que alguém havia roubado meu cachorro. Ele me convidou a sentar e disse, calmamente:

“Deixe-me pensar um momento, por favor.”

Dizendo isso, ele sentou à sua mesa de trabalho e apoiou a cabeça em sua mão. Vários funcionários trabalhavam do outro lado da sala; o barulho de suas canetas arranhando o papel era todo o som que eu ouvi durante os seis ou sete minutos seguintes. Enquanto isso, o inspetor sentou ali, mergulhado em pensamentos. Finalmente ele levantou a cabeça, e havia algo nas firmes linhas de sua face que me mostravam que seu cérebro havia feito seu trabalho e seu plano estava formado. Ele disse – e sua voz era baixa e impressionante:

“Este não é um caso comum. Cada passo deve ser dado com cautela; cada passo deve ser seguro antes do seguinte ser imaginado. E o sigilo precisa ser observado – sigilo profundo e absoluto. Não fale a ninguém sobre o assunto, nem mesmo a repórteres. Eu tomarei conta deles; eu providenciarei para que eles recebam somente a informação que poderá ser útil aos meus objetivos.” Ele tocou uma campainha, um jovem apareceu. “Alarico, diga aos repórteres para permanecerem por enquanto”. O rapaz saiu. “Agora deixe-nos fazer nosso negócio – e sistematicamente. Nada se consegue nesse meu ramo de trabalho sem estrito e minucioso método”.

Ele pegou uma caneta e papel. “Agora – nome do elefante?”

"Hassan Ben Ali Ben Selim Abdallah Mohammed Moist Alhammal Jamsetjejeebhoy Dhuleep Sultan Ebu Bhudpoor."

“Muito bem. Nome próprio?”

"Jumbo."

“Muito bem. Local de nascimento?”

“A capital do Sião.”

“Pais vivos?

“Não – mortos.”

“Eles tiveram outros filhos além deste?”

“Nenhum. Filho único.”

“Muito bem. Estas perguntas são suficientes por enquanto. Agora, por favor, descreva o elefante, e não se esqueça de nenhum detalhe, mesmo insignificante – quer dizer, insignificante sob seu ponto de vista. Para homens da minha profissão não há particularidades insignificantes; elas não existem.”

Eu descrevi, ele escreveu. Quando acabei, ele disse:

“Ouça agora. Se eu cometi algum equívoco, corrija-me.”

Ele leu o seguinte:

“Altura, 6 metros; comprimento do topo da cabeça até o começo da cauda, 8 metros; comprimento da tromba, 4,5 metros; comprimento da cauda, 2 metros; comprimento total, incluindo tromba e cauda, 14,5 metros; comprimento das presas, 3 metros; orelhas com as mesmas dimensões; pegada que se assemelha à marca deixada quando se apoia um barril na neve; cor do elefante, um branco fosco; tem um furo do tamanho de um prato em cada orelha para a colocação de jóias e possui o hábito arraigado de espirrar água sobre espectadores e de bater com sua tromba não somente nas pessoas que ele conhece, mas também em estranhos; manca levemente da perna traseira direita, e tem uma pequena cicatriz na sua axila esquerda causada por uma queimadura; usava, quando roubado, uma carruagem contendo assentos para quinze pessoas, e um tapete-sela de tecido dourado do tamanho de um tapete comum.”

Não havia equívocos. O inspetor tocou a campainha, entregou a descrição ao Alarico e disse:

“Faça cinquenta cópias disso imediatamente e envie a cada detetive e casa de penhores do continente.” Alarico saiu. “Até aqui – tudo bem. Agora, eu preciso de uma fotografia da propriedade.”

Dei a ele uma. Ele examinou com cuidado, e disse:

“Essa deve servir, já que não podemos ter melhor; mas ele está com a tromba enrolada e enfiada na boca. Isso é um azar, e pode levar a confusões, porque, é claro, que ele não fica sempre nessa posição.” Ele tocou sua campainha.

“Alarico, tire cinquenta cópias dessa fotografia, na primeira hora da manhã, e as envie com as circulares da descrição.”

Alarico saiu para executar suas ordens. O inspetor disse:

“Será necessário oferecer uma recompensa, é claro. Qual seria o montante?” “Que soma o senhor sugeriria?”

“Para começar com, eu diria – bem, cinquenta e cinco mil dólares. É um negócio intrincado e difícil, há mil avenidas para escapar e oportunidades de esconderijo. Esses ladrões têm amigos e companheiros por toda parte--”

“Meu Deus! Sabe quem são eles?”

O rosto cauteloso, habituado a esconder os pensamentos e sentimentos, não me deu nenhuma dica, a não ser essas palavras de resposta, murmuradas:

“Não se preocupe com isso. Pode ser que sim, pode ser que não. Nós geralmente temos uma boa ideia de quem é nosso homem pela sua forma de trabalhar e pelo tamanho do jogo que ele procura. Nós não estamos lidando com um batedor de carteiras ou com um ladrão de casas, pense nisso. Esta propriedade não foi “levada” por um novato. Mas, como eu ia dizendo, considerando o volume de trabalho que precisa ser feito, e o cuidado com que os ladrões vão cobrir seus rastros enquanto se movem, 25 mil pode ser uma soma muito pequena a oferecer, mas eu penso que vale a pena começar com ela.”

Concordamos que isso seria o começo. Então aquele homem, que não deixava escapar nada que me pudesse servir como dica, disse: “Há casos nas histórias de detetives que mostram que criminosos foram detectados através de peculiaridades, em seus apetites. Agora, o que este elefante come, e quanto?” “Bem, o que ele come.... ele come qualquer coisa. Ele comerá um homem, ele comerá a Bíblia – ele comerá qualquer coisa entre um homem e uma Bíblia.” “Bom, muito bom, realmente, mas muito genérico. Detalhes são necessários – detalhes são a única coisa valiosa em nosso negócio. Muito bem – os homens. Em uma refeição – ou se você preferir, durante um dia – quantos homens ele comeria, se frescos?”

“Ele não se importaria se estão frescos ou não; em uma única refeição ele poderia comer cinco homens comuns.”

“Muito bom; cinco homens; nós vamos anotar isso. De quais nacionalidades ele prefere?”

“Ele é indiferente a nacionalidades. Ele prefere conhecidos, mas não tem preconceito com estranhos.”

“Muito bom. Agora, quanto às Bíblias. Quantas Bíblias ele comeria em uma refeição?”

“Ele poderia comer uma edição inteira.”

“Está ainda muito sucinto. Você quer dizer a edição de bolso, ou a edição ilustrada da família?”

Eu penso que ele seria indiferente a ilustrações, quer dizer, eu penso que ele não daria maior valor a ilustrações do que a simples texto impresso.”

“Não, você não me entendeu. Eu me refiro ao volume. A edição de bolso pesa cerca de um quilo, enquanto que a grande com as ilustrações pesa entre cinco e seis. Quantas Bíblias de Doré ele poderia comer em uma refeição?” (n.t. Mark Twain se refere ao pintor Gustave Doré que fez 241 ilustrações para uma edição da Bíblia impressa em 1843)

“Se você conhecesse esse elefante, você não perguntaria. Ele comeria a que tivessem.”

“Bem, colocando em dólares e centavos, então. Nós precisamos chegar a algum lugar. A de Doré custa 100 dólares a cópia, couro russo, bordas chanfradas.”

“Seriam necessários em torno de 50 mil dólares – considerando uma edição de cinco mil cópias.”

"Isso é mais exato. Vou anotar. Muito bem; ele gosta de homens e Bíblias; até agora, tudo bem. O que mais ele come? Eu quero detalhes.”

“Ele deixaria Bíblias para comer tijolos; ele deixaria tijolos para comer garrafas, ele deixaria garrafas para comer roupas, ele deixaria roupas para comer gatos, ele deixaria gatos para comer ostras, ele deixaria ostras para comer presunto, ele deixaria presunto para comer açúcar, ele deixaria açúcar para comer tortas, ele deixaria tortas para comer batatas, ele deixaria batatas para comer farelo, ele deixaria farelo para comer feno, ele deixaria feno para comer aveia, ele deixaria aveia para comer arroz, porque ele foi principalmente criado com arroz. Não há nada que ele não comeria a não ser manteiga européia, que ele comeria se tivesse experimentado.”

“Muito bom. Quantidade geral por refeição – diga aproximadamente.”

“Bem, qualquer coisa entre um quarto e meia tonelada.”

“E ele bebe....”

“Qualquer coisa fluida. Leite, água, uísque, melado, óleo de castor, canfeno, ácido fenol – não há utilidade em detalhar; qualquer fluido que lhe venha à mente, anote. Ele beberá qualquer coisa que seja fluida, exceto café europeu.”

“Muito bom. E a quantidade?”

“Anote cinco a quinze barris – sua sede varia; seu apetite não.”

“Essas coisas são incomuns. Elas devem fornecer boas pistas para ajudar a localizá-lo.”

Ele tocou a campainha.

“Alarico; convoque Capitão Burns.”

“Burns apareceu. Inspetor Blunt desvendou o assunto para ele, detalhe por detalhe. Então ele disse naquele claro e decisivo tom de um homem cujos planos estão claramente definidos em sua cabeça e que está acostumado a comandar:

“Capitão Burns, destaque os detetives Jones, Davis, Halsey, Bates e Hackett para seguir o elefante.”

“Sim, senhor.”

“Destaque os detetives Moses, Dakin, Murphy, Rogers, Tupper, Higgins e Bartholomew para seguir os ladrões.”

“Sim, senhor.”

“Coloque forte guarda - uma guarda de trinta homens escolhidos, com substituição de trinta – no local de onde o elefante foi roubado, para manter estrita vigia noite e dia, e não permitir ninguém de se aproximar – exceto repórteres – sem minha autorização escrita.”

“Sim, senhor.”

“Coloque detetives à paisana na estação de trem, barcos a vapor e balsas, e sobre todas as rodovias saindo da cidade de Jersey, com ordens de revistar todas as pessoas suspeitas.”

“Sim, senhor.”

“Forneça a todos esses homens fotografias e descrições do elefante, e os instrua a procurar em todos trens, balsas e outras embarcações.”

“Sim, senhor.”

“Se o elefante for encontrado, deixem-no apreendido e me informem por telégrafo.

“Sim, senhor.”

“Me informe imediatamente se alguma pista for encontrada – pegadas do animal, ou qualquer coisa desse tipo.”

“Sim, senhor.”

“Dê ordem para a polícia patrulhar as fronteiras atentivamente.”

“Sim, senhor.”

“Despache detetives à paisana para todas as linhas de trem, até o norte, até o Canadá, a oeste até Ohio e ao sul até Washington.”

“Sim, senhor.”

“Coloque peritos em todos os escritórios de telégrafo para ouvir todas as mensagens; e permita que eles requeiram que todas as mensagens cifradas sejam interpretadas para eles.”

“Sim, senhor.”

“Faça com que essas coisas sejam feitas no maior segredo – preste atenção, no mais impenetrável segredo.”

“Sim, senhor.”

“Faça-me um relatório prontamente no horário usual.”

“Sim, senhor.”

“Vá!”

“Sim, senhor.”

E ele foi.

Inspetor Blunt ficou silencioso e pensativo por um momento, enquanto o fogo em seus olhos esfriou e desapareceu. Então ele se voltou para mim e disse em uma voz calma:

“Eu não sou dado a me gabar, não é meu hábito, mas – nós vamos encontrar o elefante.”

Em apertei calorosamente sua mão e agradeci; e EU SENTI meus agradecimentos, também. Quanto mais eu tivesse visto dos homens, mais eu gostaria dele e mais o admiraria e ficaria maravilhado pelas misteriosas maravilhas da sua profissão. Então partimos naquela noite e eu cheguei em casa com um coração muito mais feliz do que aquele que eu carreguei comigo para aquele escritório.


II

Na manhã seguinte tudo estava nos jornais, nos menores detalhes. Se houve algum acréscimo, consistia nas teorias de detetive fulano, detetive sicrano, detetive beltrano sobre como o roubo ocorreu, quem eram os ladrões, e como haviam fugido com o objeto do roubo. Havia onze diferentes teorias, e elas cobriam todas as possibilidades; e este simples fato mostra como os detetives eram pensadores independentes. Não havia duas teorias iguais, nem que se assemelhassem muito com as outras, salvo em um particular, no qual todas as onze concordavam. Era que apesar de terem feito um buraco na saída do meu prédio, e a porta permanecer fechada, o elefante não tinha sido removido pelo buraco, mas por outra saída (desconhecida). Todas concordavam que os ladrões haviam feito aquele rombo somente para distrair os detetives. Aquilo jamais teria me ocorrido ou para outro leigo, talvez, mas nem por um momento enganou os detetives da tentativa de engano dos detetives. Portanto, o que eu imaginava ser a única coisa sobre a qual não havia mistério, era, na realidade, aquilo que me fizera desviar-me. Todas as onze teorias indicavam os supostos ladrões, mas nenhuma delas apontava os mesmos nomes; o número total de pessoas suspeitas era de 37. Os vários jornais concordavam com a mais importante opinião de todas – aquela do Inspetor Chefe Blunt. A sua declaração podia ser lida como segue:

O chefe sabe quem são os dois principais, “Brick” Duffy e “Red” McFadden. Dez dias antes do roubo ele já sabia que ele ia ser tentado, e agiu de forma a seguir esses dois conhecidos vilãos; mas, infelizmente, na noite em questão, o rastro deles foi perdido, e antes que pudesse ser encontrado novamente, o passarinho tinha voado – quer dizer, o elefante.

Duffy e McFadden são os mais ousados canalhas na profissão; o chefe tem razões para acreditar que eles são os homens que roubaram o aquecedor do quartel dos detetives em uma amarga longa noite de inverno – em consequência do que o chefe e todos os detetives presentes tiveram que se apresentar aos médicos pela manhã, alguns com pés gelados, outros com dedos gelados, orelhas e outros membros.


Quando eu li a primeira metade disso, eu estava perplexo com a maravilhosa sagacidade deste homem estranho. Ele não apenas via tudo no presente com clareza, mas até o futuro não podia se esconder dele. Eu estava cedo em seu escritório, e disse que não poderia deixar de desejar que ele houvesse prendido aqueles homens, e, assim, prevenir o problema e a perda; mas sua resposta foi simples e irrespondível:

“Não é nossa competência prevenir os crimes, mas puni-los. Não podemos punir antes que eles sejam cometidos.”

Eu notei que o segredo com o qual ele havia começado havia sido atrapalhado pelos jornais; não somente todos os fatos mas também todos os planos e propósitos haviam sido revelados; até todas pessoas suspeitas haviam sido nomeadas, o que permitiria que eles se agora se disfarçassem ou se escondessem.

“Deixe-os. Eles vão descobrir que quando eu estiver pronto minha mão descerá sobre eles, sobre seus esconderijos, infalivelmente, como a mão do destino. Quanto aos jornais, nós precisamos manter relações. Fama, reputação, constante menção pública – este é o pão com manteiga do detetive. Ele precisa publicar os fatos, mesmo que supostamente ele não conheça nenhum; ele precisa publicar sua teoria, porque nada é mais estranho ou impressionante que uma teoria de detetive, nem traz a ele maior respeito; nós precisamos publicar nossos planos, porque os jornais insistem em tê-los, e nós não podemos negar sem ofendê-los. Nós precisamos continuamente mostrar ao público o que nós estamos fazendo, ou eles vão acreditar que não estamos fazendo nada. É muito agradável ler em um jornal ‘A engenhosa e extraordinária teoria do Inspetor Blunt é a seguinte...’ do que vê-los escrever algum comentário duro ou, pior ainda, um sarcástico.”

“Eu percebo a força do que você diz. Mas eu notei que em uma parte de seus comentários nos jornais desta manhã você recusou a revelar sua opinião sobre um certo ponto menor.”

“Sim, nós sempre fazemos isso; dá um bom efeito. Além disso, eu não tinha opinião formada sobre esse ponto, de qualquer forma.”

Eu depositei uma considerável soma de dinheiro com o inspetor, para cobrir as despesas corriqueiras, e sentei para esperar por notícias. Estávamos esperando os telegramas começar a chegar a qualquer momento. Enquanto isso, eu reli os jornais e a nossa circular descritiva, e observei que nossa recompensa de 25 mil dólares parecia estar sendo oferecida somente para detetives. Eu disse que pensava que ela devia ser oferecida a qualquer um que pudesse pegar o elefante. O inspetor respondeu:

“São os detetives que encontrarão os elefantes; consequentemente, a recompensa irá para o local certo. Se outras pessoas encontrarem o animal, será apenas por ver os detetives e por tirar vantagem das dicas e indicações roubadas deles, o que legitimaria os detetives a receber a recompensa, afinal. O objetivo da recompensa é estimular os homens a entregar seu tempo e sua sagacidade treinada para este tipo de trabalho, e não para conferir a cidadãos de sorte que tropeçarem nesta captura sem tê-la ganho sem os benefícios de seus próprios méritos e trabalho.”

Isso era suficientemente razoável, certamente. Então a máquina do telégrafo no canto começou a clicar, e este foi o resultado:

                      ESTAÇÃO DAS FLORES, Nova Iorque, 7.30h.
    Tenho uma pista. Encontrada uma sucessão de marcas profundas através de uma fazenda perto daqui.  Segui por cerca de 3 kilômetros sem resultado; imagino que o elefante tenha ido na direção oeste. Devo segui-lo agora nesta direção. 
                        DARLEY, Detetive.

“Darley é um dos melhores homens da Força Policial,” disse o inspetor. “Devemos ouvir falar dele novamente em breve.”

O Telegrama nº 2 chegou:

                        BARKER, Nova Jersey, 7.40h. 
    Acabei de chegar.  Fábrica de vidro arrombada durante a noite, e oitocentas garrafas foram tomadas. É a única água em grande quantidade nos próximos oito quilômetros. Devo atacar daqui. O elefante deve estar sedento. As garrafas estavam vazias. 
                        BAKER, Detetive.

“Essa também é promissora,” disse o inspetor.

“Eu contei que o apetite da criatura não seria uma má dica.”

Telegrama nº 3:

                        Cidade TAYLOR, Long Island. 8.15h.
    Montes de feno próximos daque desapareceram durante a noite. Provavelmente comidos. Seguindo a pista. 
                        HUBBARD, Detetive.

“Como ele anda por aí!” disse o inspetor “Eu sabia que teríamos um trabalho difícil nas mãos, mas ainda vamos pegá-lo.”

                        ESTAÇÃO DAS FLORES, Nova Iorque, 9h.
    Seguindo as trilhas por mais de 4 quilômetros na direção oeste. Larga, profunda e irregulares. Encontrei um fazendeiro que disse que não são pegadas de elefantes.  Disse que são buracos de onde ele cavou árvores congeladas no último inverno. Espero ordens de como proceder. 
                        DARLEY, Detetive.

“Aha! Uma conspiração de ladrões! As coisas estão ficando quentes” disse o inspetor.

Ele ditou o seguinte telegrama para Darley:

    Prenda o homem e o force a entregar o nome de seus comparsas.  Continue a seguir a trilha até o Pacífico, se necessário. 
                        Chefe BLUNT.

Próximo telegrama:

                        CONEY POINT, Pensilvânia, 8.45h.
    Posto de gasolina arrombado aqui durante a noite. Levadas faturas não pagas de 3 meses.  Estou no caminho desta pista. 
                        MURPHY, Detetive.

“Ceus!” Disse o inspetor; “ele come contas de gasolina?”

“Apesar da minha ignorância – sim; mas elas não podem manter sua vida. Pelo menos, sozinhas.”

Então chegou esse excitante telegrama:

                        IRONVILLE, Nova Iorque, 9.30h.
    Acabei de chegar. Esta cidade está consternada. Elefante passou por aqui às 5 da manhã. Alguns dizem que ele foi na direção leste outros oeste, alguns norte, outros sul – mas todos afirmam que não ficaram para conferir, particularmente. Ele matou um cavalo; guardei um pedaço dele como pista.  O matou com sua tromba; penso que o golpe veio do lado esquerdo. Pela posição em que o cavalo caiu, penso que o elefante viajou na direção norte pelos trilhos do ramal de Berkley.  Ele tem a dianteira de quatro horas e meia, mas eu o seguirei imediatamente. 
                        HAWES, Detetive

Eu deixei escapar exclamações de alegria. O inspetor se conteve em uma imagem grave. Ele calmamente tocou a campainha.

“Alaric, mande o Capitão Burns vir aqui.”

Burns apareceu.

“Quantos homens estão prontos para atender imediatamente a ordens?”

“Noventa e seis, senhor.”

“Mande-os para o norte imediatamente. Faça-os se concentrar pela linha da estrada de Berkley ao norte de Ironville.”

“Sim, senhor.”

“Deixe-os conduzir seus movimentos com o maior segredo. Assim que os demais estejam livres, segure-os para novas ordens.”

“Sim, senhor.”

“Vá!”

“Sim, senhor.”

Neste momento chegou outro telegrama:

                        SAGE CORNERS, N. Y., 10:30h.
    Acabei de chegar. Elefante passou por aqui às 08:15h. Todos escaparam da cidade menos um policial.  Aparentemente o elefante não atingiu o policial, mas um poste de luz.  Pegou os dois. Eu guardei uma parte do policial como pista. 
                        STUMM, Detetive.

“Então o elefante virou para o oeste,” disse o inspetor. “Entretanto, ele não escapará, pois meus homens estão espalhados por toda a região.”

O próximo telegrama dizia:

                        GLOVER'S, 11.15h

Acabei de chegar. Cidade deserta, exceto os doentes e idosos. Elefante passou há 45 minutos atrás. O movimento anti-temperança(*) estava em sessão; ele pôs sua tromba por uma janela e lavou tudo com a água de uma cisterna. Alguns enguliram a água até a morte; muitos se afogaram. Detetives Cross e O'Shaughnessy estavam passando pela cidade, mas indo para o Sul – então perderam o elefante. Toda a região por vários quilômetros ao redor está aterrorizada – pessoas fugindo de suas casas. Para onde quer que se virem, elas encontram o elefante e muitos são mortos.

                          BRANT, Detective.

[N.T. Trocadilho. O “Temperance Movement” era um movimento social contra o consumo de bebidas alcóolicas. Ver https://en.wikipedia.org/wiki/Temperance_movement o “anti-temperance” seria, por óbvio, a favor].

Eu poderia ter derramado lágrimas, esta destruição me estressou. Mas o inspetor disse somente:

“Você vê — nós estamos chegando perto dele. Ele sente nossa presença; ele virou novamente para o leste.” 

No entanto outras notícias problemáticas estavam guardadas para nós. O telégrafo trouxe esta:

                        PORTO DE HOGAN, 12:19h.
    Acabei de chegar. Elefant passou cerca de meia hora atrás, criando medo selvagem e excitamento. Elefant enfurecido pelas ruas; dois encanadores passavam, um morto outro escapou. Lamento geral. 
                        O'FLAHERTY, Detetive.

“Agora ele está exatamente no meio dos meus homens,” disse o inspetor. “Nada pode salvá-lo.”

Uma sucessão de telegramas chegou de detetives que estavam espalhados por Nova Jersey e Pensilvânia, e que estavam seguindo pistas consistindo em celeiros destruídos, fábricas e bibliotecas de escolas dominicais, com altas esperanças – esperanças se acumulando para certezas, com efeito. O inspetor disse:

“Eu gostaria de poder me comunicar com eles e mandá-los na direção norte, mas isso é impossível. Um detetive somente visita um escritório do telégrafo para mandar seu relatório; então ele sai novamente, e você não sabe onde encontrá-lo.

Então chegou esse:

                        PORTO DA PONTE, Connecticut, 12:15h.
    Barnum oferece taxa de 4.000 dólares por ano pelo exclusivo privilégio de usar o elefante como meio móvel de publicidade de agora até que os detetives o encontrem. Quer colar cartazes de circo nele. Deseja resposta imediata. 
                        BOGGS, Detetive.

“Isso é absurdo!” Eu exclamei.

“Claro que é,” disse o inspetor. “Evidentemente o Sr. Barnum, que pensa ser tão esperto, não me conhece — mas eu o conheço.”

Então ele ditou sua resposta:

    Oferta do Sr. Barnum não foi aceita.  7.000 ou nada. 
                        Chefe BLUNT.

“Não precisaremos esperar muito pela resposta. O Sr. Barnum não está em casa; está no telégrafo — é a sua maneira de agir quando tem um negócio na mão. Dentro de três...”

    Feito.—P. T. BARNUM.

Fomos interrompidos pelos cliques do instrumento telegráfico. Antes que eu pudesse fazer um comentário sobre este episódio extraordinário, o seguinte telegrama carregou meus pensamentos para outro e muito preocupante local:

                        BOLIVIA, N. Y., 12:50h.
    Elefant chegou aqui vindo do sul e passou na direção da floresta às 11:50h, dispersando um funeral no caminho, e diminuindo pela metade o número de pranteadores.  Cidadãos atiraram pequenas balas de canhão contra ele, que, então, fugiu. Detetive Burke e eu chegamos 10 minutos depois, vindos do norte, mas confundimos algumas escavações com pegadas, e perdemos um bom tempo; mas afinal pegamos a boa trilha e seguimos pelo bosque. Tivemos que prosseguir em nossas mãos e joelhos com um olho atento na trilha, seguindo-o pelos arbustos. Burke estava à frente. Infelizmente, o animal parou para descansar; assim sendo, Burke, por estar com a cabeça baixa, seguindo a trilha,  deu um encontrão contra as pernas traseiras do elefante antes que se desse conta.  Burke instantaneamente se levantou, agarrou a cauda e exclamou alegremente, “Eu clamo pela recomp...” mas não chegou a completar, porque um simples sopro da enorme tromba jogou os fragmentos do bravo rapaz no chão, mortos.  Eu voei para trás, e o elefante virou e me seguiu até a borda do bosque, em tremenda velocidade, e eu estaria inevitavelmente perdido, mas o resto do funeral providencialmente apareceu novamente e distraiu sua atenção. Eu acabo de saber que nada daquele funeral sobrou; mas não houve prejuízo, porque há abundância de material para outro.  Entrementes, o elefante desapareceu novamente. 
                        MULROONEY, Detetive.

Não ouvimos outras notícias dos diligentes e confiáveis detetives espalhados por Nova Jersey, Pennsylvania, Delaware, e Virginia—que estavam, todos, seguindo pistas encorajadoras – até pouco após 2 da tarde, quando este telegrama chegou:

Então chegou esse:

                        PORTO DA PONTE, Connecticut, 12:15h.
    Barnum oferece taxa de 4.000 dólares por ano pelo exclusivo privilégio de usar o elefante como meio móvel de publicidade de agora até que os detetives o encontrem. Quer colar cartazes de circo nele. Deseja resposta imediata. 
                        BOGGS, Detetive.

“Isso é absurdo!” Eu exclamei.

“Claro que é,” disse o inspetor. “Evidentemente o Sr. Barnum, que pensa ser tão esperto, não me conhece — mas eu o conheço.”

Então ele ditou sua resposta:

    Não aceita oferta do Sr. Barnum.  7.000 ou nada. 
                        Chefe BLUNT.

“Não precisaremos esperar muito pela resposta. O Sr. Barnum não está em casa; está no telégrafo — é a sua maneira de agir quando tem um negócio na mão. Dentro de três...”

    Feito.—P. T. BARNUM.

Fomos interrompidos pelos cliques do instrumento telegráfico. Antes que eu pudesse fazer um comentário sobre este episódio extraordinário, o seguinte telegrama carregou meus pensamentos para outro e muito preocupante local:

                        BOLIVIA, N. Y., 12:50h.
    Elefante chegou aqui vindo do sul e passou na direção da floresta às 11:50h, dispersando um funeral no caminho, e diminuindo pela metade o número de pranteadores.  Cidadãos atiraram pequenas balas de canhão contra ele, que, então, fugiu. Detetive Burke e eu chegamos 10 minutos depois, vindos do norte, mas confundimos algumas escavações com pegadas, e perdemos um bom tempo; mas afinal pegamos a boa trilha e seguimos pelo bosque. Tivemos que prosseguir em nossas mãos e joelhos com um olho atento na trilha, seguindo-o pelos arbustos. Burke estava à frente. Infelizmente, o animal parou para descansar; assim sendo, Burke, por estar com a cabeça baixa, seguindo a trilha,  deu um encontrão contra as pernas traseiras do elefante antes que se desse conta.  Burke instantaneamente se levantou, agarrou a cauda e exclamou alegremente, “Eu clamo pela recomp...” mas não chegou a completar, porque um simples sopro da enorme tromba jogou os fragmentos do bravo rapaz no chão, mortos.  Eu voei para trás, e o elefante virou e me seguiu até a borda do bosque, em tremenda velocidade, e eu estaria inevitavelmente perdido, mas o resto do funeral providencialmente apareceu novamente e distraiu sua atenção. Eu acabo de saber que nada daquele funeral sobrou; mas não houve prejuízo, porque há abundância de material para outro.  Entrementes, o elefante desapareceu novamente. 
                        MULROONEY, Detetive.


Não ouvimos outras notícias dos diligentes e confiáveis detetives espalhados por Nova Jersey, Pennsylvania, Delaware, e Virginia—que estavam, todos, seguindo pistas encorajadoras – até pouco após 2 da tarde, quando este telegrama chegou:


                        BAXTER CENTER, 2:15h.
    Elefante esteve aqui, revestido de propagandas de circo, e provocou um renascimento, botando abaixo e destruindo muitos que estavam a ponto de começar uma vida melhor. Cidadãos o prenderam e estabeleceram guarda. Quando Detetive Brown e eu chegamos, algum tempo depois, entramos no cercado e procedemos a identificação do elefante pela fotografia e descrição.  Todas as marcas conferiam exatamente, com exceção de uma, que não pudemos ver – a cicatriz de queimadura na axila. Para ter certeza, Brow engatinhou por baixo para ver, e foi imediatamente descerebrado – quer dizer, cabeça esmagada e destruída, de tal forma que nada saiu dos detritos.  Todos desapareceram, inclusive o elefante, batendo à direita e à esquerda, com muito efeito.  Escapou, mas deixou larga trilha de sangue das feridas do canhão. Será certamente redescoberto. Ele partiu na direção sul, através de uma densa floresta. 
                        BRENT, Detetive.


Esse foi o último telegrama. Ao cair da noite, uma neblina caiu e era tão densa que os objetos além de um metro não podiam ser discernidos. Isso durou toda a noite. As balsas e até os ônibus pararam de rodar.


III

Na manhã seguinte, os jornais estavam cheios das teorias dos detetives como antes; eles tinham também todos os nossos fatos trágicos em detalhe também, e muitos outros que eles tinham recebido de seus correspondentes telegráficos. Colunas após colunas estavam ocupadas sendo um terço delas, em grandes manchetes, que deixaram o meu coração doente ao ler. O tom geral era este:

ELEFANTE BRANCO À SOLTA! ELE SE MOVE EM SUA MARCHA FATAL! CIDADES INTEIRAS DESERTAS APÓS SEUS OCUPANTES SEREM ATINGIDOS! TERROR O SEGUE, MORTE E DEVASTAÇÃO! PERSEGUIDO PELOS DETETIVES! CELEIROS DESTRUÍDOS, FÁBRICAS ESVAZIADAS, COLHEITAS DEVORADAS, REUNIÕES PÚBLICAS DISPERSADAS, ACOMPANHADAS POR CENAS DE CARNIFICINA IMPOSSÍVEIS DE DESCREVER! TEORIAS DE 34 DOS MAIS DISTINTOS DETETIVES DA FORÇA POLICIAL! TEORIA DO CHEFE BLUNT!

“Isso!” disse o Inspetor Blunt, quase traído pelo excitamento, “isso é magnífico! Essa é a maior sorte que qualquer organização de detetives jamais teve. Nossa fama irá viajar até os fins da terra, e durar até o final dos tempos, e meu nome com ela.”

Mas não havia alegria para mim. Eu senti como se eu tivesse cometido todos aqueles crimes sangrentos, e que o elefante era somente o meu agente irresponsável. E como a lista tinha crescido! Em um local, ele tinha “interferido em uma eleição e matado 5 cabos eleitorais.” Ele seguiu com seus atos de destruição contra dois pobres mesários, chamados O'Donohue e McFlannigan, que “encontraram refúgio na casa dos oprimidos de todas as nações somente no dia anterior, e estavam em pleno ato de exercitar, pela primeira vez, o nobre direito dos cidadãos americanos nas eleições, quando derrubados pela implacável mão do Flagelo de Sião.” Em outro local, ele “encontrou um louco pregador-sensação preparando sua próxima sessão de heróicos ataques contra a dança, o teatro e outras coisas que não podem contra-argumentar, e pisou nele.” E em ainda outro local, ele “matou um técnico de para-raios.” Então a lista se seguiu, mais e mais vermelha, e mais e mais desoladora. Sessenta pessoas foram mortas, e duzentas e quarenta feridas. Todas as descrições somente testemunhavam a atividade e devoção dos detetives e terminavam com o comentário de que “trezentos mil cidadãos e quatro detetives viram a terrível criatura, e dois dos últimos que ele destruiu.”

Fiquei aterrorizado ao ouvir o instrumento telegráfico começar a clicar novamente. Passo a passo as mensagens começaram a se derramar, mas eu felizmente me desapontei com sua natureza. Logo ficou claro que todos os traços dos elefantes se tinham perdido. A neblina permitiu a ele procurar um bom esconderijo. Telegramas dos pontos mais absurdamente distantes contavam que uma escura e enorme massa foi vista através da neblina de hora em hora, e era “indubitavelmente o elefante.” Esta massa enorme e escura foi percebida em New Haven, Nova Jersey, Pensilvânia, no interior do Estado de Nova Iorque, no Brooklyn, e até na cidade de Nova Iorque mesmo! Mas em todos os lugares, a massa enorme e escura desapareceu rapidamente sem deixar qualquer rastro. Cada detetive da vasta força espalhada sobre essa imensa extensão do país mandou seu relatório horário, e todos e cada um deles tinham uma dica, e estava seguindo alguma coisa, e estava quase chegando a seus pés.

Mas o dia passou sem outro resultado.

O dia seguinte da mesma forma.

O outro exatamente igual.

Os reporteres dos jornais começaram a ficar entediados com os fatos que não diziam nada, pistas que não levavam a nada, e teorias que tinham praticamente exaurido as possibilidades de surpresa, prazer e deslumbramento.

Pelo conselho do inspetor, eu dobrei a recompensa.

Mais quatro dias maçantes se seguiram. Então chegou um amargo sussurro dos pobres, esforçados trabalhadores, detetives - os jornalistas se recusavam a imprimir suas teorias e, friamente diziam, “Nos dêem um descanso.”

Duas semanas depois do desaparecimento do elefante eu aumentei a recompensa para 75.000 dólares pelo conselho do inspetor. Era uma grande soma, mas eu senti que eu deveria sacrificar toda minha fortuna particular senão perderia o meu crédito com meu governo. Agora que os detetives estavam em dificuldade, os jornais se viraram contra eles e começavam a disparar os mais picantes sarcasmos. Isso deu idéias aos humoristas e eles se vestiram como detetives e caçavam o elefante nos palcos da forma mais extravagante possível. Os caricaturistas desenhavam os detetives procurando pelo país com lentes de aumento, enquanto o elefante, atrás deles, roubava maçãs de seus bolsos. E eles fizeram todo tipo de desenhos ridículos dos distintivos de detetives —você já viu aqueles distintivos dourados nas contra-capas das histórias de suspense, sem dúvida, com a frase, “NÓS NUNCA DORMIMOS.” Quando detetives pediam um drinque, os garções ressussitavam uma expressão obsoleta e diziam, “Você quer um abridor-de-olhos?” O ar estava pesado com sarcasmos.

Mas havia um homem que passava calmamente, ser ser tocado, sem se afetar por tudo isso. Era aquele coração do carvalho, o inspetor chefe. Seu bravo olhar nunca caiu, sua confiança serena nunca se abalou. Ele sempre dizia:

“Deixe-os correr; quem ri por último, ri melhor.”

Minha admiração pelo homem cresceu em uma espécie de adoração. Eu estava sempre a seu lado. Seu escritório tinha se tornado um local desagradável para mim, e agora ficava cada dia mais. Mas, se ele podia resistir isso significava que eu deveria fazer o mesmo – pelo mesmo, por quanto tempo eu pudesse. Então eu vinha regularmente, e ficava — a única pessoa de fora que parecia ser capaz disso. Todos imaginavam como eu conseguia e sempre parecia para mim que eu deveria desaparecer, mas naqueles momentos eu olhava para aquela calma e aparentemente despreocupada face, e firmava pé.

Cerca de três semanas depois do desaparecimento do elefante, eu estava quase dizendo, em uma manhã, que eu deveria juntar minhas coisas e me retirar, quando o grande detetive foi levado pela ideia de propor um maior e mais soberbo lance.

Negociar com os ladrões. A fertilidade da imaginação deste homem excedia qualquer coisa que eu tivesse visto, e eu tive a oportunidade de tratar com uma das mais prodigiosas mentes do mundo. Ele disse que estava confiante de poder negociar por cem mil dólares e recuperar o elefante. Eu disse que acreditava poder raspar a quantia, mas o que ficaria para os pobres detetives que tinham trabalhado tão fielmente? Ele disse:

“Nas negociações, eles sempre ficam com metade.”

Isso removeu minha única objeção. Então o inspetor escreveu duas notas, dessa forma:

PREZADA MADAME,— Seu marido pode ganhar uma grande soma de dinheiro (e ser totalmente protegido pela lei) se se apresentar para uma imediata entrevista comigo.

                  Chefe BLUNT.

Ele mandou um de seus mensageiros confidenciais para a “dita esposa” de Brick Duffy, e para a outra, conhecida como esposa de Red McFadden.

Em poucas horas essas respostas ofensivas chegaram:

    SEU DOIDO VARRIDO: brick McDuffys tá morto tem 2 anos.
                                       BRIDGET MAHONEY.
    CHEFE MORCEGO,— Red McFadden foi pendurado e tá no séu tem 18 meses.  Qualquer idiota sabe, menos um detective.
                                       MARY O'HOOLIGAN.

“Eu suspeitei disso por muito tempo,” disse o inspetor; “esse testemunho prova a infalível precisão do meu instinto.”

No momento em que um recurso falhava ele estava pronto com outra ideia. Ele imediatamente escreveu um anúncio para os jornais da manhã, e eu mantive uma cópia:

A.—xwblv.242 N. Tjnd—fz328wmlg. Ozpo,—; 2m! ogw. Mum

Ele disse que se o ladrão estivesse vivo isto o traria para o tradicional encontro. Ele explicou depois que o tradicional encontro era um local onde todos as negociações entre detetives e criminosos eram conduzidas. Este encontro teria local às 24 horas da próxima noite.

Não poderíamos fazer nada até então, e eu não perdi tempo para sair do escritório, e estava grato pelo privilégio.

Às onze horas da noite eu levei cem mil dólares em notas e as coloquei nas mãos do chefe que, imediatamente após, saiu com a brava e velha confiança inabalável em seu olhar. Uma hora quase intolerável se arrastou; então eu ouvi seu cumprimento habitual, e levantei ofegante e cambaleante para encontrá-lo. Como seus olhos brilhavam de triunfo! Ele disse:

“Nós negociamos! Os palhaços vão cantar uma música diferente amanhã! Siga-me!”

Ele pegou uma vela acesa e desceu para o grande abobadado porão onde 60 detetives já dormiam, e onde um grupo jogava cartas para passar o tempo. Eu segui perto dele. Ele caminhou rapidamente para baixo, para o mais escuro e remoto canto do local, e assim enquanto eu sucumbia às dores do sufocamento, desmaiando, ele parou perto dos membros de um poderoso objeto, e o ouvi exclamar:

“Nossa nobre profissão está vingada. Aqui está seu elefante!”

Eu fui carregado para cima e acordado com fenol. Toda a força policial invadiu o escritório e uma sessão de triunfante júbilo se seguiu, como eu nunca tinha testemunhado antes. Os jornalistas foram chamados, cestas de champanhe foram abertas, brindes foram levantados, com apertos de mão e cumprimentos sempre contínuos e entusiasmados. Naturalmente o chefe era o herói da hora, e sua felicidade era tão completa e tinha sido tão paciente, valorosa e bravamente conquistada que fiquei feliz de ver isso, embora eu tenha ficado em pé como um mendigo sem casa, com minha carga preciosa morta, e perdida minha posição no serviço de meu país através daquela que teria sido minha fatal e descuidada execução de uma tarefa de grande confiança. Muitos testificaram no olhar sua profunda admiração pelo chefe, e muitas vozes dos detetives murmuraram “Olhe para ele – simplesmente o rei da profissão; basta dar a ele uma pista, é tudo que ele precisa, e não há nada que ele não possa encontrar.” A divisão dos 50.000 dólares deu grande prazer; quando acabou, o chefe fez um pequeno discurso enquanto ele colocava sua parte em seu bolso, no qual ele disse, “Aproveitem, garotos, porque vocês mereceram isso; e, mais que tudo, vocês conquistaram para a profissão dos detetives uma fama imortal.”

Um telegrama chegou, onde se lia:

                        MONROE, MICHIGAN, 22:00h.

Primeira vez que encontrei um telegrafo em mais de 3 semanas. Segui pegadas, no lombo de cavalos, através dos bosques, mil quilômetros daqui, e elas ficaram fortes e maiores e mais frescas a cada dia. Não se preocupe – dentro de uma outra semana eu terei o elefante. Este está seguramente morto.

                        DARLEY, Detetive.

O chefe ordenou três vivas para “Darley, uma das melhores mentes da Força Policial,” e então ordenou que telegrafassem para que ele voltasse para casa e recebesse sua parte na recompensa.

Assim acabou o maravilhoso episódio do elefante roubado. Os jornais foram gentis com elogios, mais uma vez, no dia seguinte, com uma exceção desprezível. A notícia dizia, “Grande é o detetive! Ele pode ser um pouco lento para achar uma coisinha como um elefante desaparecido que ele pode caçar o dia todo e dormir com sua carcaça podre todas as noites durante 3 semanas, mas ele vai achá-lo se, pelo menos, ele puder pegar o homem que o enganou para mostrar a ele o lugar certo!”

O pobre Hassan estava perdido para mim para sempre. Os tiros de canhão o tinham ferido fatalmente, ele rastejou para aquele lugar hostil durante a neblina, e ali, cercado por seus inimigos, e em constante perigo de ser notado, ele definhou com fome e sofrendo até que a morte lhe deu paz.

A negociação me custou 100.000 dólares; as despesas do meu detetive foram mais 42.000 dólares; eu nunca me habilitei para um outro lugar novamente sob o meu governo; sou um homem arruinado e um andarilho sobre a Terra, mas minha admiração por aquele homem, que eu creio ser o maior detetive que o mundo tenha produzido, permanece inalterada até hoje, e irá permanecer até o fim.


Fim.

Original:

I. The following curious history was related to me by a chance railway acquaintance. He was a gentleman more than seventy years of age, and his thoroughly good and gentle face and earnest and sincere manner imprinted the unmistakable stamp of truth upon every statement which fell from his lips. He said: You know in what reverence the royal white elephant of Siam is held by the people of that country. You know it is sacred to kings, only kings may possess it, and that it is, indeed, in a measure even superior to kings, since it receives not merely honor but worship. Very well; five years ago, when the troubles concerning the frontier line arose between Great Britain and Siam, it was presently manifest that Siam had been in the wrong. Therefore every reparation was quickly made, and the British representative stated that he was satisfied and the past should be forgotten. This greatly relieved the King of Siam, and partly as a token of gratitude, but partly also, perhaps, to wipe out any little remaining vestige of unpleasantness which England might feel toward him, he wished to send the Queen a present—the sole sure way of propitiating an enemy, according to Oriental ideas. This present ought not only to be a royal one, but transcendently royal. Wherefore, what offering could be so meet as that of a white elephant? My position in the Indian civil service was such that I was deemed peculiarly worthy of the honor of conveying the present to her Majesty. A ship was fitted out for me and my servants and the officers and attendants of the elephant, and in due time I arrived in New York harbor and placed my royal charge in admirable quarters in Jersey City. It was necessary to remain awhile in order to recruit the animal's health before resuming the voyage. All went well during a fortnight—then my calamities began. The white elephant was stolen! I was called up at dead of night and informed of this fearful misfortune. For some moments I was beside myself with terror and anxiety; I was helpless. Then I grew calmer and collected my faculties. I soon saw my course—for, indeed, there was but the one course for an intelligent man to pursue. Late as it was, I flew to New York and got a policeman to conduct me to the headquarters of the detective force. Fortunately I arrived in time, though the chief of the force, the celebrated Inspector Blunt was just on the point of leaving for his home. He was a man of middle size and compact frame, and when he was thinking deeply he had a way of kniting his brows and tapping his forehead reflectively with his finger, which impressed you at once with the conviction that you stood in the presence of a person of no common order. The very sight of him gave me confidence and made me hopeful. I stated my errand. It did not flurry him in the least; it had no more visible effect upon his iron self-possession than if I had told him somebody had stolen my dog. He motioned me to a seat, and said, calmly: “Allow me to think a moment, please.” So saying, he sat down at his office table and leaned his head upon his hand. Several clerks were at work at the other end of the room; the scratching of their pens was all the sound I heard during the next six or seven minutes. Meantime the inspector sat there, buried in thought. Finally he raised his head, and there was that in the firm lines of his face which showed me that his brain had done its work and his plan was made. Said he—and his voice was low and impressive: “This is no ordinary case. Every step must be warily taken; each step must be made sure before the next is ventured. And secrecy must be observed—secrecy profound and absolute. Speak to no one about the matter, not even the reporters. I will take care of them; I will see that they get only what it may suit my ends to let them know.” He touched a bell; a youth appeared. “Alaric, tell the reporters to remain for the present.” The boy retired. “Now let us proceed to business—and systematically. Nothing can be accomplished in this trade of mine without strict and minute method.” He took a pen and some paper. “Now—name of the elephant?” “Hassan Ben Ali Ben Selim Abdallah Mohammed Mois Alhammal Jamsetjejeebhoy Dhuleep Sultan Ebu Bhudpoor.” “Very well. Given name?” “Jumbo.” “Very well. Place of birth?” “The capital city of Siam.” “Parents living?” “No—dead.” “Had they any other issue besides this one?” “None. He was an only child.” “Very well. These matters are sufficient under that head. Now please describe the elephant, and leave out no particular, however insignificant—that is, insignificant from your point of view. To men in my profession there are no insignificant particulars; they do not exist.” I described, he wrote. When I was done, he said: “Now listen. If I have made any mistakes, correct me.” He read as follows: “Height, 19 feet; length from apex of forehead to insertion of tail, 26 feet; length of trunk, 16 feet; length of tail, 6 feet; total length, including trunk, and tail, 48 feet; length of tusks, 9 1/2 feet ; ears keeping with these dimensions; footprint resembles the mark left when one up-ends a barrel in the snow; color of the elephant, a dull white; has a hole the size of a plate in each ear for the insertion of jewelry and possesses the habit in a remarkable degree of squirting water upon spectators and of maltreating with his trunk not only such persons as he is acquainted with, but even entire strangers; limps slightly with his right hind leg, and has a small scar in his left armpit caused by a former boil; had on, when stolen, a castle containing seats for fifteen persons, and a gold-cloth saddle-blanket the size of an ordinary carpet.” There were no mistakes. The inspector touched the bell, handed the description to Alaric, and said: “Have fifty thousand copies of this printed at once and mailed to every detective office and pawnbroker's shop on the continent.” Alaric retired. “There—so far, so good. Next, I must have a photograph of the property.” I gave him one. He examined it critically, and said: “It must do, since we can do no better; but he has his trunk curled up and tucked into his mouth. That is unfortunate, and is calculated to mislead, for of course he does not usually have it in that position.” He touched his bell. “Alaric, have fifty thousand copies of this photograph made the first thing in the morning, and mail them with the descriptive circulars.” Alaric retired to execute his orders. The inspector said: “It will be necessary to offer a reward, of course. Now as to the amount?” “What sum would you suggest?” “To begin with, I should say—well, twenty-five thousand dollars. It is an intricate and difficult business; there are a thousand avenues of escape and opportunities of concealment. These thieves have friends and pals everywhere—” “Bless me, do you know who they are?” The wary face, practised in concealing the thoughts and feelings within, gave me no token, nor yet the replying words, so quietly uttered: “Never mind about that. I may, and I may not. We generally gather a pretty shrewd inkling of who our man is by the manner of his work and the size of the game he goes after. We are not dealing with a pickpocket or a hall thief now, make up your mind to that. This property was not 'lifted' by a novice. But, as I was saying, considering the amount of travel which will have to be done, and the diligence with which the thieves will cover up their traces as they move along, twenty-five thousand may be too small a sum to offer, yet I think it worth while to start with that.” So we determined upon that figure as a beginning. Then this man, whom nothing escaped which could by any possibility be made to serve as a clue, said: “There are cases in detective history to show that criminals have been detected through peculiarities, in their appetites. Now, what does this elephant eat, and how much?” “Well, as to what he eats—he will eat anything. He will eat a man, he will eat a Bible—he will eat anything between a man and a Bible.” “Good very good, indeed, but too general. Details are necessary—details are the only valuable things in our trade. Very well—as to men. At one meal—or, if you prefer, during one day—how man men will he eat, if fresh?” “He would not care whether they were fresh or not; at a single meal he would eat five ordinary men.” “Very good; five men; we will put that down. What nationalities would he prefer?” “He is indifferent about nationalities. He prefers acquaintances, but is not prejudiced against strangers.” “Very good. Now, as to Bibles. How many Bibles would he eat at a meal?” “He would eat an entire edition.” “It is hardly succinct enough. Do you mean the ordinary octavo, or the family illustrated?” “I think he would be indifferent to illustrations that is, I think he would not value illustrations above simple letterpress.” “No, you do not get my idea. I refer to bulk. The ordinary octavo Bible weighs about two pounds and a half, while the great quarto with the illustrations weighs ten or twelve. How many Dore Bibles would he eat at a meal?” “If you knew this elephant, you could not ask. He would take what they had.” “Well, put it in dollars and cents, then. We must get at it somehow. The Dore costs a hundred dollars a copy, Russia leather, beveled.” “He would require about fifty thousand dollars worth—say an edition of five hundred copies.” “Now that is more exact. I will put that down. Very well; he likes men and Bibles; so far, so good. What else will he eat? I want particulars.” “He will leave Bibles to eat bricks, he will leave bricks to eat bottles, he will leave bottles to eat clothing, he will leave clothing to eat cats, he will leave cats to eat oysters, he will leave oysters to eat ham, he will leave ham to eat sugar, he will leave sugar to eat pie, he will leave pie to eat potatoes, he will leave potatoes to eat bran; he will leave bran to eat hay, he will leave hay to eat oats, he will leave oats to eat rice, for he was mainly raised on it. There is nothing whatever that he will not eat but European butter, and he would eat that if he could taste it.” “Very good. General quantity at a meal—say about—” “Well, anywhere from a quarter to half a ton.” “And he drinks—” “Everything that is fluid. Milk, water, whisky, molasses, castor oil, camphene, carbolic acid—it is no use to go into particulars; whatever fluid occurs to you set it down. He will drink anything that is fluid, except European coffee.” “Very good. As to quantity?” “Put it down five to fifteen barrels—his thirst varies; his other appetites do not.” “These things are unusual. They ought to furnish quite good clues toward tracing him.” He touched the bell. “Alaric; summon Captain Burns.” Burns appeared. Inspector Blunt unfolded the whole matter to him, detail by detail. Then he said in the clear, decisive tones of a man whose plans are clearly defined in his head and who is accustomed to command: “Captain Burns, detail Detectives Jones, Davis, Halsey, Bates, and Hackett to shadow the elephant.” “Yes, sir.” “Detail Detectives Moses, Dakin, Murphy, Rogers, Tupper, Higgins, and Bartholomew to shadow the thieves.” “Yes, sir.” “Place a strong guard—A guard of thirty picked men, with a relief of thirty—over the place from whence the elephant was stolen, to keep strict watch there night and day, and allow none to approach—except reporters—without written authority from me.” “Yes, sir.” “Place detectives in plain clothes in the railway; steamship, and ferry depots, and upon all roadways leading out of Jersey City, with orders to search all suspicious persons.” “Yes, sir.” “Furnish all these men with photograph and accompanying description of the elephant, and instruct them to search all trains and outgoing ferryboats and other vessels.” “Yes, sir.” “If the elephant should be found, let him be seized, and the information forwarded to me by telegraph.” “Yes, sir.” “Let me be informed at once if any clues should be found—footprints of the animal, or anything of that kind.” “Yes, sir.” “Get an order commanding the harbor police to patrol the frontages vigilantly.” “Yes, sir.” “Despatch detectives in plain clothes over all the railways, north as far as Canada, west as far as Ohio, south as far as Washington.” “Yes, sir.” “Place experts in all the telegraph offices to listen to all messages; and let them require that all cipher despatches be interpreted to them.” “Yes, sir.” “Let all these things be done with the utmost's secrecy—mind, the most impenetrable secrecy.” “Yes, sir.” “Report to me promptly at the usual hour.” “Yes, Sir.” “Go!” “Yes, sir.” He was gone. Inspector Blunt was silent and thoughtful a moment, while the fire in his eye cooled down and faded out. Then he turned to me and said in a placid voice: “I am not given to boasting, it is not my habit; but—we shall find the elephant.” I shook him warmly by the hand and thanked him; and I FELT my thanks, too. The more I had seen of the man the more I liked him and the more I admired him and marveled over the mysterious wonders of his profession. Then we parted for the night, and I went home with a far happier heart than I had carried with me to his office.


II Next morning it was all in the newspapers, in the minutest detail. It even had additions—consisting of Detective This, Detective That, and Detective The Other's “Theory” as to how the robbery was done, who the robbers were, and whither they had flown with their booty. There were eleven of these theories, and they covered all the possibilities; and this single fact shows what independent thinkers detectives are. No two theories were alike, or even much resembled each other, save in one striking particular, and in that one all the other eleven theories were absolutely agreed. That was, that although the rear of my building was torn out and the only door remained locked, the elephant had not been removed through the rent, but by some other (undiscovered) outlet. All agreed that the robbers had made that rent only to mislead the detectives. That never would have occurred to me or to any other layman, perhaps, but it had not deceived the detectives for a moment. Thus, what I had supposed was the only thing that had no mystery about it was in fact the very thing I had gone furthest astray in. The eleven theories all named the supposed robbers, but no two named the same robbers; the total number of suspected persons was thirty-seven. The various newspaper accounts all closed with the most important opinion of all—that of Chief Inspector Blunt. A portion of this statement read as follows:

    The chief knows who the two principals are, namely, “Brick” Duffy
    and “Red” McFadden.  Ten days before the robbery was achieved he was
    already aware that it was to be attempted, and had quietly proceeded
    to shadow these two noted villains; but unfortunately on the night
    in question their track was lost, and before it could be found again
    the bird was flown—that is, the elephant.
    Duffy and McFadden are the boldest scoundrels in the profession; the
    chief has reasons for believing that they are the men who stole the
    stove out of the detective headquarters on a bitter night last
    winter—in consequence of which the chief and every detective
    present were in the hands of the physicians before morning, some
    with frozen feet, others with frozen fingers, ears, and other
    members.

When I read the first half of that I was more astonished than ever at the wonderful sagacity of this strange man. He not only saw everything in the present with a clear eye, but even the future could not be hidden from him. I was soon at his office, and said I could not help wishing he had had those men arrested, and so prevented the trouble and loss; but his reply was simple and unanswerable: “It is not our province to prevent crime, but to punish it. We cannot punish it until it is committed.” I remarked that the secrecy with which we had begun had been marred by the newspapers; not only all our facts but all our plans and purposes had been revealed; even all the suspected persons had been named; these would doubtless disguise themselves now, or go into hiding. “Let them. They will find that when I am ready for them my hand will descend upon them, in their secret places, as unerringly as the hand of fate. As to the newspapers, we must keep in with them. Fame, reputation, constant public mention—these are the detective's bread and butter. He must publish his facts, else he will be supposed to have none; he must publish his theory, for nothing is so strange or striking as a detective's theory, or brings him so much wondering respect; we must publish our plans, for these the journals insist upon having, and we could not deny them without offending. We must constantly show the public what we are doing, or they will believe we are doing nothing. It is much pleasanter to have a newspaper say, 'Inspector Blunt's ingenious and extraordinary theory is as follows,' than to have it say some harsh thing, or, worse still, some sarcastic one.” “I see the force of what you say. But I noticed that in one part of your remarks in the papers this morning you refused to reveal your opinion upon a certain minor point.” “Yes, we always do that; it has a good effect. Besides, I had not formed any opinion on that point, anyway.” I deposited a considerable sum of money with the inspector, to meet current expenses, and sat down to wait for news. We were expecting the telegrams to begin to arrive at any moment now. Meantime I reread the newspapers and also our descriptive circular, and observed that our twenty-five thousand dollars reward seemed to be offered only to detectives. I said I thought it ought to be offered to anybody who would catch the elephant. The inspector said: “It is the detectives who will find the elephant; hence the reward will go to the right place. If other people found the animal, it would only be by watching the detectives and taking advantage of clues and indications stolen from them, and that would entitle the detectives to the reward, after all. The proper office of a reward is to stimulate the men who deliver up their time and their trained sagacities to this sort of work, and not to confer benefits upon chance citizens who stumble upon a capture without having earned the benefits by their own merits and labors.” This was reasonable enough, certainly. Now the telegraphic machine in the corner began to click, and the following despatch was the result:

                        FLOWER STATION, N. Y., 7.30 A.M.
    Have got a clue.  Found a succession of deep tracks across a farm
    near here.  Followed them two miles east without result; think
    elephant went west.  Shall now shadow him in that direction.
                        DARLEY, Detective.

“Darley's one of the best men on the force,” said the inspector. “We shall hear from him again before long.” Telegram No. 2 came:

                        BARKER'S, N. J., 7.40 A.M.
    Just arrived.  Glass factory broken open here during night, and
    eight hundred bottles taken.  Only water in large quantity near here
    is five miles distant.  Shall strike for there.  Elephant will be
    thirsty.  Bottles were empty.
                        BAKER, Detective.

“That promises well, too,” said the inspector. “I told you the creature's appetites would not be bad clues.” Telegram No. 3:

                        TAYLORVILLE, L. I. 8.15 A.M.
    A haystack near here disappeared during night.  Probably eaten.
    Have got a clue, and am off.
                        HUBBARD, Detective.

“How he does move around!” said the inspector “I knew we had a difficult job on hand, but we shall catch him yet.”

                        FLOWER STATION, N. Y., 9 A.M.
    Shadowed the tracks three miles westward.  Large, deep, and ragged.
    Have just met a farmer who says they are not elephant-tracks.  Says
    they are holes where he dug up saplings for shade-trees when ground
    was frozen last winter.  Give me orders how to proceed.
                        DARLEY, Detective.

“Aha! a confederate of the thieves! The thing, grows warm,” said the inspector. He dictated the following telegram to Darley:

    Arrest the man and force him to name his pals.  Continue to follow
    the tracks to the Pacific, if necessary.
                        Chief BLUNT.

Next telegram:

                        CONEY POINT, PA., 8.45 A.M.
    Gas office broken open here during night and three months' unpaid gas
    bills taken.  Have got a clue and am away.
                        MURPHY, Detective.

“Heavens!” said the inspector; “would he eat gas bills?” “Through ignorance—yes; but they cannot support life. At least, unassisted.” Now came this exciting telegram:

                        IRONVILLE, N. Y., 9.30 A.M.
    Just arrived.  This village in consternation.  Elephant passed
    through here at five this morning.  Some say he went east some say
    west, some north, some south—but all say they did not wait to
    notice, particularly.  He killed a horse; have secured a piece of it
    for a clue.  Killed it with his trunk; from style of blow, think he
    struck it left-handed.  From position in which horse lies, think
    elephant traveled northward along line of Berkley Railway.  Has four
    and a half hours' start, but I move on his track at once.
                        HAWES, Detective

I uttered exclamations of joy. The inspector was as self-contained as a graven image. He calmly touched his bell. “Alaric, send Captain Burns here.” Burns appeared. “How many men are ready for instant orders?” “Ninety-six, sir.” “Send them north at once. Let them concentrate along the line of the Berkley road north of Ironville.” “Yes, sir.” “Let them conduct their movements with the utmost secrecy. As fast as others are at liberty, hold them for orders.” “Yes, sir.” “Go!” “Yes, sir.” Presently came another telegram:

                        SAGE CORNERS, N. Y., 10.30.
    Just arrived.  Elephant passed through here at 8.15.  All escaped
    from the town but a policeman.  Apparently elephant did not strike
    at policeman, but at the lamp-post.  Got both.  I have secured a
    portion of the policeman as clue.
                        STUMM, Detective.

“So the elephant has turned westward,” said the inspector. “However, he will not escape, for my men are scattered all over that region.” The next telegram said:

                        GLOVER'S, 11.15

Just arrived. Village deserted, except sick and aged. Elephant passed through three-quarters of an hour ago. The anti-temperance mass-meeting was in session; he put his trunk in at a window and washed it out with water from cistern. Some swallowed it—since dead; several drowned. Detectives Cross and O'Shaughnessy were passing through town, but going south—so missed elephant. Whole region for many miles around in terror—people flying from their homes. Wherever they turn they meet elephant, and many are killed. BRANT, Detective. I could have shed tears, this havoc so distressed me. But the inspector only said: “You see—we are closing in on him. He feels our presence; he has turned eastward again.” Yet further troublous news was in store for us. The telegraph brought this:

                        HOGANSPORT, 12.19.
    Just arrived.  Elephant passed through half an hour ago, creating
    wildest fright and excitement.  Elephant raged around streets; two
    plumbers going by, killed one—other escaped.  Regret general.
                        O'FLAHERTY, Detective.

“Now he is right in the midst of my men,” said the inspector. “Nothing can save him.” A succession of telegrams came from detectives who were scattered through New Jersey and Pennsylvania, and who were following clues consisting of ravaged barns, factories, and Sunday-school libraries, with high hopes-hopes amounting to certainties, indeed. The inspector said: “I wish I could communicate with them and order them north, but that is impossible. A detective only visits a telegraph office to send his report; then he is off again, and you don't know where to put your hand on him.” Now came this despatch:

                        BRIDGEPORT, CT., 12.15.
    Barnum offers rate of $4,000 a year for exclusive privilege of using
    elephant as traveling advertising medium from now till detectives
    find him.  Wants to paste circus-posters on him. Desires immediate
    answer.
                        BOGGS, Detective.

“That is perfectly absurd!” I exclaimed. “Of course it is,” said the inspector. “Evidently Mr. Barnum, who thinks he is so sharp, does not know me—but I know him.” Then he dictated this answer to the despatch:

    Mr. Barnum's offer declined.  Make it $7,000 or nothing.
                        Chief BLUNT.

“There. We shall not have to wait long for an answer. Mr. Barnum is not at home; he is in the telegraph office—it is his way when he has business on hand. Inside of three—”

    Done.—P. T. BARNUM.

So interrupted the clicking telegraphic instrument. Before I could make a comment upon this extraordinary episode, the following despatch carried my thoughts into another and very distressing channel:

                        BOLIVIA, N. Y., 12.50.
    Elephant arrived here from the south and passed through toward the
    forest at 11.50, dispersing a funeral on the way, and diminishing
    the mourners by two.  Citizens fired some small cannon-balls into
    him, and then fled.  Detective Burke and I arrived ten minutes
    later, from the north, but mistook some excavations for footprints,
    and so lost a good deal of time; but at last we struck the right
    trail and followed it to the woods.  We then got down on our hands
    and knees and continued to keep a sharp eye on the track, and so
    shadowed it into the brush.  Burke was in advance.  Unfortunately
    the animal had stopped to rest; therefore, Burke having his head
    down, intent upon the track, butted up against the elephant's hind
    legs before he was aware of his vicinity.  Burke instantly arose to
    his feet, seized the tail, and exclaimed joyfully, “I claim the
    re—” but got no further, for a single blow of the huge trunk laid
    the brave fellow's fragments low in death.  I fled rearward, and the
    elephant turned and shadowed me to the edge of the wood, making
    tremendous speed, and I should inevitably have been lost, but that
    the remains of the funeral providentially intervened again and
    diverted his attention.  I have just learned that nothing of that
    funeral is now left; but this is no loss, for there is abundance of
    material for another.  Meantime, the elephant has disappeared again.
                        MULROONEY, Detective.

We heard no news except from the diligent and confident detectives scattered about New Jersey, Pennsylvania, Delaware, and Virginia—who were all following fresh and encouraging clues—until shortly after 2 P.M., when this telegram came:

                        BAXTER CENTER, 2.15.
    Elephant been here, plastered over with circus-bills, and he broke up a
    revival, striking down and damaging many who were on the point of
    entering upon a better life.  Citizens penned him up and established
    a guard.  When Detective Brown and I arrived, some time after, we
    entered inclosure and proceeded to identify elephant by photograph
    and description.  All marks tallied exactly except one, which we
    could not see—the boil-scar under armpit.  To make sure, Brown
    crept under to look, and was immediately brained—that is, head
    crushed and destroyed, though nothing issued from debris.  All fled
    so did elephant, striking right and left with much effect.  Has
    escaped, but left bold blood-track from cannon-wounds.  Rediscovery
    certain.  He broke southward, through a dense forest.
                        BRENT, Detective.

That was the last telegram. At nightfall a fog shut down which was so dense that objects but three feet away could not be discerned. This lasted all night. The ferry-boats and even the omnibuses had to stop running.


III Next morning the papers were as full of detective theories as before; they had all our tragic facts in detail also, and a great many more which they had received from their telegraphic correspondents. Column after column was occupied, a third of its way down, with glaring head-lines, which it made my heart sick to read. Their general tone was like this:

    THE WHITE ELEPHANT AT LARGE!  HE MOVES UPON HIS FATAL MARCH! WHOLE
    VILLAGES DESERTED BY THEIR FRIGHT-STRICKEN OCCUPANTS!  PALE TERROR
    GOES BEFORE HIM, DEATH AND DEVASTATION FOLLOW AFTER!  AFTER THESE,
    THE DETECTIVES!  BARNS DESTROYED, FACTORIES GUTTED, HARVESTS
    DEVOURED, PUBLIC ASSEMBLAGES DISPERSED, ACCOMPANIED BY SCENES OF
    CARNAGE IMPOSSIBLE TO DESCRIBE!  THEORIES OF THIRTY-FOUR OF THE MOST
    DISTINGUISHED DETECTIVES ON THE FORCE!  THEORY OF CHIEF BLUNT!

“There!” said Inspector Blunt, almost betrayed into excitement, “this is magnificent! This is the greatest windfall that any detective organization ever had. The fame of it will travel to the ends of the earth, and endure to the end of time, and my name with it.” But there was no joy for me. I felt as if I had committed all those red crimes, and that the elephant was only my irresponsible agent. And how the list had grown! In one place he had “interfered with an election and killed five repeaters.” He had followed this act with the destruction of two pool fellows, named O'Donohue and McFlannigan, who had “found a refuge in the home of the oppressed of all lands only the day before, and were in the act of exercising for the first time the noble right of American citizens at the polls, when stricken down by the relentless hand of the Scourge of Siam.” In another, he had “found a crazy sensation-preacher preparing his next season's heroic attacks on the dance, the theater, and other things which can't strike back, and had stepped on him.” And in still another place he had “killed a lightning-rod agent.” And so the list went on, growing redder and redder, and more and more heartbreaking. Sixty persons had been killed, and two hundred and forty wounded. All the accounts bore just testimony to the activity and devotion of the detectives, and all closed with the remark that “three hundred thousand citizens and four detectives saw the dread creature, and two of the latter he destroyed.” I dreaded to hear the telegraphic instrument begin to click again. By and by the messages began to pour in, but I was happily disappointed in their nature. It was soon apparent that all trace of the elephant was lost. The fog had enabled him to search out a good hiding-place unobserved. Telegrams from the most absurdly distant points reported that a dim vast mass had been glimpsed there through the fog at such and such an hour, and was “undoubtedly the elephant.” This dim vast mass had been glimpsed in New Haven, in New Jersey, in Pennsylvania, in interior New York, in Brooklyn, and even in the city of New York itself! But in all cases the dim vast mass had vanished quickly and left no trace. Every detective of the large force scattered over this huge extent of country sent his hourly report, and each and every one of them had a clue, and was shadowing something, and was hot upon the heels of it. But the day passed without other result. The next day the same. The next just the same. The newspaper reports began to grow monotonous with facts that amounted to nothing, clues which led to nothing, and theories which had nearly exhausted the elements which surprise and delight and dazzle. By advice of the inspector I doubled the reward. Four more dull days followed. Then came a bitter blow to the poor, hard-working detectives—the journalists declined to print their theories, and coldly said, “Give us a rest.” Two weeks after the elephant's disappearance I raised the reward to seventy-five thousand dollars by the inspector's advice. It was a great sum, but I felt that I would rather sacrifice my whole private fortune than lose my credit with my government. Now that the detectives were in adversity, the newspapers turned upon them, and began to fling the most stinging sarcasms at them. This gave the minstrels an idea, and they dressed themselves as detectives and hunted the elephant on the stage in the most extravagant way. The caricaturists made pictures of detectives scanning the country with spy-glasses, while the elephant, at their backs, stole apples out of their pockets. And they made all sorts of ridiculous pictures of the detective badge—you have seen that badge printed in gold on the back of detective novels no doubt, it is a wide-staring eye, with the legend, “WE NEVER SLEEP.” When detectives called for a drink, the would-be facetious barkeeper resurrected an obsolete form of expression and said, “Will you have an eye-opener?” All the air was thick with sarcasms. But there was one man who moved calm, untouched, unaffected, through it all. It was that heart of oak, the chief inspector. His brave eye never drooped, his serene confidence never wavered. He always said: “Let them rail on; he laughs best who laughs last.” My admiration for the man grew into a species of worship. I was at his side always. His office had become an unpleasant place to me, and now became daily more and more so. Yet if he could endure it I meant to do so also—at least, as long as I could. So I came regularly, and stayed—the only outsider who seemed to be capable of it. Everybody wondered how I could; and often it seemed to me that I must desert, but at such times I looked into that calm and apparently unconscious face, and held my ground. About three weeks after the elephant's disappearance I was about to say, one morning, that I should have to strike my colors and retire, when the great detective arrested the thought by proposing one more superb and masterly move. This was to compromise with the robbers. The fertility of this man's invention exceeded anything I have ever seen, and I have had a wide intercourse with the world's finest minds. He said he was confident he could compromise for one hundred thousand dollars and recover the elephant. I said I believed I could scrape the amount together, but what would become of the poor detectives who had worked so faithfully? He said: “In compromises they always get half.” This removed my only objection. So the inspector wrote two notes, in this form:

    DEAR MADAM,—Your husband can make a large sum of money (and be
    entirely protected from the law) by making an immediate, appointment
    with me.                           Chief BLUNT.

He sent one of these by his confidential messenger to the “reputed wife” of Brick Duffy, and the other to the reputed wife of Red McFadden. Within the hour these offensive answers came:

    YE OWLD FOOL: brick McDuffys bin ded 2 yere.
                                       BRIDGET MAHONEY.
    CHIEF BAT,—Red McFadden is hung and in heving 18 month.  Any Ass
    but a detective know that.
                                       MARY O'HOOLIGAN.

“I had long suspected these facts,” said the inspector; “this testimony proves the unerring accuracy of my instinct.” The moment one resource failed him he was ready with another. He immediately wrote an advertisement for the morning papers, and I kept a copy of it: A.—xwblv.242 N. Tjnd—fz328wmlg. Ozpo,—; 2m! ogw. Mum He said that if the thief was alive this would bring him to the usual rendezvous. He further explained that the usual rendezvous was a place where all business affairs between detectives and criminals were conducted. This meeting would take place at twelve the next night. We could do nothing till then, and I lost no time in getting out of the office, and was grateful indeed for the privilege. At eleven the next night I brought one hundred thousand dollars in bank-notes and put them into the chief's hands, and shortly afterward he took his leave, with the brave old undimmed confidence in his eye. An almost intolerable hour dragged to a close; then I heard his welcome tread, and rose gasping and tottered to meet him. How his fine eyes flamed with triumph! He said: “We've compromised! The jokers will sing a different tune to-morrow! Follow me!” He took a lighted candle and strode down into the vast vaulted basement where sixty detectives always slept, and where a score were now playing cards to while the time. I followed close after him. He walked swiftly down to the dim remote end of the place, and just as I succumbed to the pangs of suffocation and was swooning away he stumbled and fell over the outlying members of a mighty object, and I heard him exclaim as he went down: “Our noble profession is vindicated. Here is your elephant!” I was carried to the office above and restored with carbolic acid. The whole detective force swarmed in, and such another season of triumphant rejoicing ensued as I had never witnessed before. The reporters were called, baskets of champagne were opened, toasts were drunk, the handshakings and congratulations were continuous and enthusiastic. Naturally the chief was the hero of the hour, and his happiness was so complete and had been so patiently and worthily and bravely won that it made me happy to see it, though I stood there a homeless beggar, my priceless charge dead, and my position in my country's service lost to me through what would always seem my fatally careless execution of a great trust. Many an eloquent eye testified its deep admiration for the chief, and many a detective's voice murmured, “Look at him—just the king of the profession; only give him a clue, it's all he wants, and there ain't anything hid that he can't find.” The dividing of the fifty thousand dollars made great pleasure; when it was finished the chief made a little speech while he put his share in his pocket, in which he said, “Enjoy it, boys, for you've earned it; and, more than that, you've earned for the detective profession undying fame.” A telegram arrived, which read:

                        MONROE, MICH., 10 P.M.

First time I've struck a telegraph office in over three weeks. Have followed those footprints, horseback, through the woods, a thousand miles to here, and they get stronger and bigger and fresher every day. Don't worry-inside of another week I'll have the elephant. This is dead sure. DARLEY, Detective. The chief ordered three cheers for “Darley, one of the finest minds on the force,” and then commanded that he be telegraphed to come home and receive his share of the reward. So ended that marvelous episode of the stolen elephant. The newspapers were pleasant with praises once more, the next day, with one contemptible exception. This sheet said, “Great is the detective! He may be a little slow in finding a little thing like a mislaid elephant he may hunt him all day and sleep with his rotting carcass all night for three weeks, but he will find him at last if he can get the man who mislaid him to show him the place!” Poor Hassan was lost to me forever. The cannonshots had wounded him fatally, he had crept to that unfriendly place in the fog, and there, surrounded by his enemies and in constant danger of detection, he had wasted away with hunger and suffering till death gave him peace. The compromise cost me one hundred thousand dollars; my detective expenses were forty-two thousand dollars more; I never applied for a place again under my government; I am a ruined man and a wanderer in the earth, but my admiration for that man, whom I believe to be the greatest detective the world has ever produced, remains undimmed to this day, and will so remain unto the end.