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MARÁNOS E A PRIMAVERA

três luas passaram, e com elas
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Dezembro e as frias chuvas; o Janeiro

E essas noites de lúcidas estrelas

E de luar divinamente claro.
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Passara o Fevereiro; e as andorinhas

Tinham trazido Março ... As grandes águias,

Doidas de luz, pairam, no ar, sósinhas,
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Fitando de alto a terra . . . E a branca neve,
tres luas passaram, e com elas<br />
Indiferente e fria em seu alvor,
Dezembro e as frias chuvas; o Janeiro<br />
Por milagre do sol resuscitado,
E essas noites de lucidas estrelas<br />
Acorda para a vida e para o amor
E de luar divinamente claro.<br />
Em cascatas de risos e de lagrimas.
Passára o Fevereiro; e as andorinhas<br />
Vae-se a humidade em névoa; foge a sombra;
Tinham trazido Março ... As grandes aguias,<br />
Nasce a canção e o beijo . . . Que alegria
Doidas de luz, pairam, no ar, sósinhas,<br />
De saudável mulher adolescente,
Fitando de alto a terra ... E a branca neve,<br />
Sorri nas fontes, no ar, na luz do dia !
Indiferente e fria em seu alvor,<br />
E como os passarinhos ao nascer,
Por milagre do sol resuscitado,<br />
As árvores já têm penugens verdes,
Acorda para a vida e para o amôr<br />
Mas ainda tão subtis que deixam ver
Em cascatas de risos e de lagrimas.<br />
As angulosas formas dos seus ramos.
Vae-se a humidade em nevoa; foge a sombra;<br />
E da vasta distancia circular,
Nasce a canção e o beijo ... Que alegria<br />
Vem uma aurora, um halo de verdura,
De saudavel mulher adolescente,<br />
Como divino incêndio a irradiar
Sorri nas fontes, no ar, na luz do dia!<br />
Seu radiante viço enverdecido . . .
E como os passarinhos ao nascer,<br />
E uma embriaguez sagrada e derivante
As árvores já têm penugens verdes,<br />
Mas ainda tão subtis que deixam ver<br />
As angulosas formas dos seus ramos.<br />
E da vasta distancia circular,<br />
Vem uma aurora, um halo de verdura,<br />
Como divino incêndio a irradiar<br />
Seu radiante viço enverdecido...<br />
E uma embriaguez sagrada e derivante<br />

Edição atual desde as 13h34min de 14 de setembro de 2020

XV


MARÁNOS E A PRIMAVERA




Já tres luas passaram, e com elas
Dezembro e as frias chuvas; o Janeiro
E essas noites de lucidas estrelas
E de luar divinamente claro.
Passára o Fevereiro; e as andorinhas
Tinham trazido Março ... As grandes aguias,
Doidas de luz, pairam, no ar, sósinhas,
Fitando de alto a terra ... E a branca neve,
Indiferente e fria em seu alvor,
Por milagre do sol resuscitado,
Acorda para a vida e para o amôr
Em cascatas de risos e de lagrimas.
Vae-se a humidade em nevoa; foge a sombra;
Nasce a canção e o beijo ... Que alegria
De saudavel mulher adolescente,
Sorri nas fontes, no ar, na luz do dia!
E como os passarinhos ao nascer,
As árvores já têm penugens verdes,
Mas ainda tão subtis que deixam ver
As angulosas formas dos seus ramos.
E da vasta distancia circular,
Vem uma aurora, um halo de verdura,
Como divino incêndio a irradiar
Seu radiante viço enverdecido...

E uma embriaguez sagrada e derivante