Eu (Augusto dos Anjos, 1912)/Vozes de um Tumulo: diferenças entre revisões

Wikisource, a biblioteca livre
Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
mSem resumo de edição
 
Linha 1: Linha 1:
<pages index="Eu (Augusto dos Anjos, 1912).djvu" from=81 to=81 header=1 />{{modernização}}
{{navegar
|obra = Vozes de um túmulo
{{DEFAULTSORT:Vozes de um Tumulo}}
|autor = Augusto dos Anjos
|seção =
|anterior =
|posterior =
|notas = {{integra|poema=[[../|''Eu'' (1912)]].}}
|edição_override = {{edição/originais}}
}}{{modernização}}

<pages index="Eu (Augusto dos Anjos, 1912).djvu" from=81 to=81 />
{{DEFAULTSORT:Vozes de um tumulo}}


[[Categoria:Eu (Augusto dos Anjos, 1912)]]
[[Categoria:Eu (Augusto dos Anjos, 1912)]]

Edição atual desde as 23h37min de 17 de novembro de 2020

Vozes de um Tumulo


Morri! E a Terra — a mãe commum — o brilho
Destes meus olhos apagou!.. Assim
Tantalo, aos reaes convivas, num festim,
Serviu as carnes do seu proprio filho!

Porque para este cemiterio vim?!
Porque?! Antes da vida o angusto trilho
Palmilhasse, do que este que palmilho
E que me assombra, porque não tem fim!

No ardor do sonho que o phronéma exalta
Construi de orgulho enea pyramide alta...
Hoje, porém, que se desmoronou

A pyrámide real do meu orgulho,
Hoje que apenas sou materia e entulho
Tenho consciencia de que nada sou!