Essa de ilustre máquina beleza
Aspeto
A um ilustre edifício de colunas, e arcos
Essa de ilustre máquina beleza,
Que o tempo goza, e contra o tempo atura;
É soberbo primor da arquitetura,
É pródigo milagre da grandeza.
Fadiga da arte foi, que a Natureza
Inveja de seus brios mal segura;
E cada pedra, que nos Arcos dura,
É língua muda da fatal empresa.
Não teme da fortuna os vários cortes,
Nem do tempo os discursos por errantes,
Arma-se firme contra as leis das sortes.
Que nas colunas, e Arcos elegantes,
Contra a fortuna tem colunas fortes,
Contra o tempo fabrica Arcos triunfantes.