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Eu (Augusto dos Anjos, 1912)/Allucinação á beira-mar

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Allucinação á beira-mar


Um medo de morrer meus pés esfriava.
Noite alta. Ante o tellurico recórte,
Na diuturna discordia, a equorea cohorte
Atordoadoramente ribombava!

Eu, ególatra scéptico, scismava
Em meu destino!... O vento estava forte
E aquella mathematica da Morte
Com os seus numeros negros, me assombrava!

Mas a alga usufructuaria dos oceanos
E os malacopterygios subrachianos
Que um castigo de especie emmudeceu,

No eterno horror das convulsões maritimas
Pareciam tambem corpos de victimas
Condemnadas á Morte, assim como eu!