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Flores do Mal/Obsessão

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LXXVII

Obsessão


Os bosques para mim são como catedraes,
Com organs a ulular, incutindo pavor...
E os nossos corações, — jazidas sepulcraes,
De Profundis tambem soluçam, n’um clamor.

Odeio do oceano as iras e os tumultos,
Que retratam minh’alma! O riso singular
E amargo do infeliz, misto de pranto e insultos,
É um riso semelhante ao do soturno mar.

Ai! como eu te amaria, ó Noite, caso tu
Pudesses alijar a luz que te constela,
Porque eu procuro o Nada, o Tenebroso, o Nu!

Que a própria escuridão é tambem uma téla,
Onde vejo fulgir, na luz dos meus olhares,
Os entes que perdi, — espectros familiares!