Infeliz

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Alma viúva das paixões da vida,

Tu que, na estrada da existência em fora,

Cantaste e riste, e na existência agora

Triste soluças a ilusão perdida;

Oh! tu, que na grinalda emurchecida

De teu passado de felicidade

Foste juntar os goivos da Saudade

Às flores da Esperança enlanguescida;

Se nada te aniquila o desalento

Que te invade, e pesar negro e profundo,

Esconde a Natureza o sofrimento,

E fica no teu ermo entristecida,

Alma arrancada do prazer do mundo,

Alma viúva das paixões da vida.